Está chegando ao final desta fase de matérias sobre “Brincando de Rádio”, em outra oportunidade voltarei a abordar assuntos relacionados ao rádio em Jequié, as nuances nunca contadas antes e que o público passa despercebido ou ainda as brigas que existem nos bastidores e ninguém fica sabendo.
Na época em que existia apenas uma Rádio (legalizada) na cidade, os funcionários trabalhavam e sempre que ouviam falar em sindicalização pensavam que era o fim do mundo e se eles viessem a se tornar associado do Sindicato da categoria, cuja sede é em Salvador, poderiam perder o emprego, só que na década de oitenta com um grupo novo aos poucos sendo introduzidos na emissora, estes resolveram em reunião designar um colega para que o mesmo fosse a Salvador e arrumasse tudo para que Jequié tivesse uma Delegacia do Sindicato e os funcionários que quisessem tornassem associados e com os mesmos direitos que os colegas da capital tivessem os daqui também passariam a ter, só que um pequeno grupo preferiu não juntar-se ao grupo e ficou de fora, só que os benefícios que vinham para os sindicalizados vinham também para aquele grupo que havia negado apoio a sindicalização.
Com a vinda da delegacia para Jequié, um curso foi logo acertado pelo delegado representante da categoria e aqueles que nunca tiveram amparo na Lei passarem a te-los uma vez que foram registrados na Delegacia Regional do Trabalho e todos passaram a ter o registro profissional em sua Carteira de Trabalho, depois de toda esta luta já sindicalizados os funcionários desta emissora não sossegaram e com a chegada de mais duas rádios, estas em Freqüência Modulada, o número de sócios aumentou e os mais velhos passaram a lutar para fazer com que Jequié tivesse seu próprio Sindicato, várias Assembléias foram realizadas e a documentação foi organizada e a cidade passou a ter seu próprio Sindicato, por muitos anos a primeira diretoria eleita realizou um grande trabalho em beneficio da categoria, só que o primeiro presidente eleito chateado e tendo conseguido passar no Vestibular em Vitória da Conquista resolveu abandonar as atividades em rádio e também no Sindicato, quando venceu seu mandato realizou eleição e uma nova diretoria assumiu, na realidade só mudou mesmo o presidente por que a maioria dos diretores permaneceram, este novo presidente assumiu o Sindicato apenas de faixada pois ele era seguidor do dono de uma das FMs da cidade e por ele era manipulado e com isto a vida útil do Sindicato foi morrendo e levou quase três anos no ostracismo.
O salário foi ficando defasado, nenhum curso realizado e nenhum evento aconteceu durante a direção deste presidente, quando ele partiu para uma reeleição, surgiu um novo nome e que contava com apoio da maioria dos funcionários da três emissoras e rádio e este veio a vencer o presidente com larga margem de votos, para infelicidade do Sindicato, com poucos dias que a nova diretoria assumiu o presidente disputando uma partida de futebol defendendo o time dos Radialistas da cidade sofreu uma pancada e teve que ficar afastado da presidente por noventa dias, o vice-presidente então assumiu a direção, só que este recebeu um cargo de confiança do seu gerente na emissora que trabalhava (trabalha ainda) e deixou o Sindicato para planos últimos, tão logo conseguiu uma recuperação parcial o presidente assumiu e tratou de realizar cursos e ainda levando uma equipe com 18 funcionários das três rádios para um curso na cidade de Valença, para que, os que estavam trabalhando sem o registro legal, o tivessem, os outros dois cursos foram realizados aqui na cidade de Jequié e ao deixar o Sindicato este presidente deixou em todas as rádios (legalizadas) da cidade todos funcionários com o devido registro junto a Delegacia Regional do Trabalho, neste ínterim, a diretoria do Sindicato de Jequié, recebeu convite do Sindicato da Capital para fazer uma fusão e fortalecer mais ainda o Sindicato, como não podia tomar uma decisão sozinho o presidente convocou várias Assembléias e por unanimidade foi aprovada a fusão do Sindicato de Jequié com o de Salvador, com a cidade passando a comandar a regional do Baixo Sul/Recôncavo, tendo Jequié três diretores e Valença apenas um, com o passar do tempo este estatus de Jequié foi derrubado e hoje a cidade tem apenas um diretor na regional do Baixo Sul/Recôncavo, com isto a cidade perdeu e muito o poder de fogo e a fiscalização hoje praticamente inexiste e os funcionários das rádios começaram a passar por maus momentos, pois os dirigentes que estão na Capital pouco ou quase nada se importa com o que aqui vem acontecendo, são demissões covardes e descaso total com os funcionários além do atraso salarial.
Mas ninguém fala nada, pois quem tem cargo de confiança tem medo de perder, quem não tem fica com medo de perder o emprego, enquanto os “piratas” que jamais souberam o que é uma rádio hoje são os verdadeiros mandatários.
E aqueles que na realidade ralam para colocar a empresa no topo com seriedade e honestidade e não são bajuladores, sofrem horrores, até quando isto vai continuar acontecendo não sei, ou melhor, sei sim. Quando estes funcionários perderem o medo de ficar sem emprego e resolver lutar pelos direitos adquiridos e enfrentar de frente estes que ai estão sem entender nada de rádio e se acham os “poderosos”, é hora destes funcionários deixaram de lado não só o medo mas também deixarem de ser cupixa de patrão.
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