O sedentarismo toma conta de nosso dia-a-dia e, cada vez, temos menos tempo para o entretenimento e o lazer. O trabalho nos consome e não há tempo para a leitura daquele romance novo publicado recentemente... Mas, como tudo na vida, o interesse e o valor que atribuímos à determinada área abrem o espaço necessário para esta ou aquela atividade.
Para acelerarmos a nossa produção intelectual, aderimos ao uso das novas máquinas, e, quanto mais tecnologias agregamos às atividades diárias, menos tempo nos sobra, o que cria um paradoxo.
Assim ocorre também com a nossa escrita. Não escrevemos cartões de Natal, não enviamos cartões de felicitações de aniversário, não escrevemos cartas para familiares e amigos..., alegamos absoluta falta de tempo. Na verdade, não é o tempo que nos falta, mas a vontade de escrever.
Muitos até dizem que detestam ou que odeiam a escrita. No passado, escrevíamos mais, gastávamos mais tempo com as práticas de escrita. Bem, nem tudo tinham os antigos, nem tudo têm os mais modernos, mas com os haveres de uns e de outros é que nos enriquecemos mutuamente.
Nesse inventário, constatamos que a prática de escrita foi esquecida ou quase abandonada. A maioria das pessoas não escreve nem lista de compras de supermercado. O que é um mal. Como resultado, se me permitem a metáfora, o sedentarismo instala-se na escrita. E o texto escrito como fica? Poucos escrevem, outros escrevem pouco.
Mas, como escrever bem requer prática, a quilometragem rodada de caneta é que conta. Quem nada escreve, tem dificuldade contínua. Não há curso de redação que dê conta dos sedentários de escrita. É como malhar, os músculos têm de estar ativados continuamente.
Quem nunca escreve, cada vez terá mais dificuldade para escrever em qualquer gênero de escrita. Entendemos que o mundo mudou, coloriu-se. Está povoado de imagens. Então, para que servem os textos escritos, as crônicas, as novelas, as poesias, os romances? Coisas do passado, ultrapassadas. Gente moderna não precisa escrever.
Usa o telefone e... Além do mais, no mundo dos grandes mercados financeiros, só tem valor o que vale como moeda de troca. Entretanto, para aqueles que acreditam que bons textos não rendem nada, gostaria de dizer que textos bem escritos rendem bem mais do que dinheiro, rendem poder. É isso mesmo, escrever bem é fonte de prestígio.
Quem escreve bem atesta imediatamente a sua elevada capacidade de pensamento, pois escrever é bem mais do que um mero exercício motor. Quando escrevemos, revelamos por inteiro a nossa capacidade de organização mental, além de nossas crenças e convicções.
Decerto, bons textos não servem como moeda para comprar carros, jóias, casas, roupas caras, entretanto servem para a aprovação em concursos de alto nível, além de propiciar bons empregos que certamente proporcionarão excelentes fontes de renda.
Por fim, acresce dizer que escrever bem é uma excelente carta de apresentação, mas o contrário também. Um texto mal escrito, com graves erros, depõe duramente contra o seu produtor, concedendo-lhe a classificação sumária de despreparado e incompetente. Se você não quer tomar parte deste grupo, saia do sedentarismo, escreva!
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