FONTE: DE SÃO PAULO (www1.folha.uol.com.br).
Uma pesquisa que vem da Universidade Estadual da Pennsylvania (EUA) afirma que a escolha da profissão entre as mulheres começa no útero e seria determinada pela ação de um dos hormônios masculinos.
Para medir a influência da substância, a equipe coordenada pela professora de psicologia e pediatria Sheri Berenbaum realizou testes com adolescentes e adultos jovens de ambos os sexos com e sem CAH (sigla em inglês de hiperplasia adrenal congenital; desordem que causa uma produção irregular de hormônios), e mais os irmãos deles.
A opção também estaria limitada a dois grupos de carreiras: um deles reuniria tarefas que envolvem pessoas e o segundo, coisas.
No caso das mulheres com CAH, que ficaram expostas à maior quantidade de andrógeno --hormônio masculino-- durante a gestação, o interesse predominou em profissões ligadas a coisas e que são estereotipadas como de homens, como engenharia e cirurgia.
O oposto se aplicou a mulheres sem CAH. Elas tinham menos interesse em ocupações consideradas masculinas e se focaram em carreiras em que a interação com pessoas era maior, como assistente social ou professora.
A conclusão é que o interesse das mulheres por determinadas profissões é diretamente relacionado à exposição ao andrógeno durante a formação do feto.
Entre os homens com e sem CAH, não houve diferenças significativas, afirma o estudo.
"Descobrimos que há uma influência biológica sobre o interesse das pessoas, e talvez as mulheres não escolham carreiras [das áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática] porque elas têm interesse em pessoas", disse a pós-graduanda Adriene Beltz, que participou do estudo publicado na edição deste mês da revista "Hormones and Behavior".
"Talvez tenhamos que mostrar a elas que o interesse pelas pessoas pode ser compatível com carreiras [nesses setores]", acrescentou.
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