FONTE: SABINE RIGHETTI, ENVIADA A ÁGUAS DE LINDOIA (SP) (www1.folha.uol.com.br).
Falar abertamente e em grupos de terapia sobre abuso sexual com crianças vítimas desse tipo de violência traz resultados rápidos.
É o que indica um estudo feito pela pesquisadora Luisa Habigzang, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, coordenada pela psicóloga Silvia Koller.
Elas avaliaram a redução dos sintomas psicológicos resultantes de abuso sexual em 49 meninas.
O grupo considerou como violência toda forma de contato sexual que saísse do desenvolvimento "normal" de uma criança, incluindo exposição a pornografia.
Primeiro, as pesquisadoras ensinaram às crianças o que é violência sexual. Depois, ativaram a "memória traumática" das crianças e fizeram um trabalho de reestruturação dessa memória.
Por último, trabalharam conceitos de sexualidade e medidas de autoproteção.
Em quatro meses, todas as pacientes tiveram uma melhora significativa, que tem se mantido estável nos últimos 18 meses.
"Em geral, tratamentos para casos de abusos não falam abertamente sobre sexualidade e são feitos individualmente", destaca Koller.
"Muitos duram anos, sem resultados efetivos."
Crianças vítimas de abuso costumam ter baixo rendimento escolar, ansiedade e são mais agressivas.
Das 49 meninas acompanhadas, 37 foram abusadas por um membro da família.
O modelo de tratamento foi adotado por prefeituras de 27 cidades do Rio Grande do Sul.
Nenhum comentário:
Postar um comentário