FONTE: Do UOL, em São Paulo (noticias.uol.com.br).
No mesmo dia em que o Ministério da Saúde e a ANS (Agência Nacional de Saúde) suspenderam a comercialização de 301 planos de saúde de 38 operadoras do país devido ao mau atendimento, médicos informaram os órgãos de que irão paralisar atendimentos a partir de 10 de outubro. O protesto acontecerá até 25 de outubro, com a suspensão de consultas e outros procedimentos eletivos.
No comunicado formal ao ministério, a classe médica "tem sucessivamente, apontado situações que desrespeitam pacientes e profissionais em seus direitos”, informa o ofício assinado pelos presidentes da Associação Médica Brasileira (AMB), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam).
Segundo os médicos, há um desequilíbrio no setor. "No Brasil, o mercado de planos de saúde cresce cerca de 5% ao ano, o que garante grande faturamento às operadoras (cuja receita em 2011 foi de R$ 82,4 bilhões), sem suficiente contrapartida em termos de valorização do trabalho médico e na oferta de cobertura às demandas dos pacientes", afirmam.
De acordo com os médicos, nos últimos 12 anos, os reajustes dos planos somaram 150% (30 pontos percentuais acima da inflação acumulada no período – 120%), enquanto, os honorários médicos não atingiram reajustes de 50%.
A classe pede ainda o fim da interferência antiética das operadoras na relação médico-paciente. Também reivindica a inserção, nos contratos, de índices e periodicidade de reajustes – por meio da negociação coletiva pelas entidades médicas – e a fixação de outros critérios de contratualização.
De acordo com as lideranças do movimento, os pacientes não serão prejudicados com a mobilização dos médicos. As consultas serão remarcadas posteriormente e não haverá paralisação nos atendimentos de casos de emergência.
Este será o quarto protesto nos últimos dois anos. Os anteriores ocorreram em 7 de abril e em 21 de setembro de 2011 e 25 de abril de 2012.
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