O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica.
Como ciência prática, consiste nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos; como filosofia, compreende todas as conseqüências morais decorrentes dessas relações.
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Os Espíritos não são, como muitas vezes se imagina, seres à parte na criação; são as almas dos que viveram na Terra ou em outros mundos.
As almas ou Espíritos são, pois, uma só e mesma coisa; donde se segue que quem quer que creia na existência da alma, por isso mesmo crê na dos Espíritos.
Negar os Espíritos seria negar a alma.
Em geral se faz uma idéia muito falsa do estado dos Espíritos.
Eles não são, como alguns pensam, seres vagos e indefinidos, nem chamas, nem fantasmas como nos contos de aparições.
São seres semelhantes a nós, possuindo um corpo como o nosso, mas fluídico e invisível em estado normal.
Quando a alma está unida ao corpo durante a vida, tem um envoltório duplo: um pesado, grosseiro e destrutível, que é o corpo físico; outro fluídico, leve e indestrutível, chamado perispírito.
O perispírito é o laço que une a alma ao corpo; é por seu intermédio que a alma faz o corpo agir e percebe as sensações que este experimenta.
A união da alma, do perispírito e do corpo material constitui o homem. A alma e o perispírito, separados do corpo, constituem o ser chamado Espírito.
A morte é a destruição do invólucro corporal.
A alma o abandona como quem deixa uma roupa usada, ou como a borboleta, que deixa a sua crisálida; mas conserva o seu corpo fluídico, seu perispírito.
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O Espiritismo é muito claro ao revelar aos homens fenômenos naturais aos quais sempre se submeteu, mas que nunca antes pode analisar e entender.
Essa ciência de observação faz com que os fatos e verdades apresentados sejam irrefutáveis.
Essa doutrina filosófica dispõe regras de bem proceder, orientando os seres para uma conduta rumo à sua própria felicidade.
Regras que têm por alicerce maior a mensagem cristã, insuperável e inquestionável em todos os tempos.
Colocando-nos em contato com o Criador ainda, mostra-se como a religião por excelência, no mais puro significado deste vocábulo.
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O fim essencial do Espiritismo é tornar melhores os homens.
Nele encontraremos o que possa concorrer para o seu progresso moral e intelectual.
A crença no Espiritismo só é proveitosa àquele de quem se pode dizer: Vale mais hoje do que ontem.
Isso implica entender que toda doutrina filosófica, toda religião, só fará sentido se promover o homem, se auxiliá-lo em sua melhoria.
Se servir apenas de fuga da realidade, de status social, de cabedal intelectual, de nada servirá.
Estamos aqui, na Terra, para o aprimoramento íntimo. Para sermos melhores do que já fomos. Para crescermos um tanto mais no amor.
Redação do Momento Espírita com base no item I, do cap. II do livro O Espiritismo na sua expressão mais simples e outros opúsculos de Allan Kardec, ed. Feb.
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