quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

PEDÓFILO CONSEGUE LIMINAR PARA VOLTAR A CURSAR MEDICINA NA BAHIA...


FONTE: NELSON BARROS NETO, DE SALVADOR (www1.folha.uol.com.br).

Um aluno de medicina da UFBA (Universidade Federal da Bahia), que ficou detido três anos em um hospital psiquiátrico após ser condenado por pedofilia, conseguiu liminar da Justiça Federal para voltar aos estudos. A instituição não concorda com seu retorno.

Diogo Nogueira Moreira Lima, 25 anos, estava no oitavo semestre do curso quando foi internado, em 2009, após ser condenado por abusar sexualmente de 12 garotos, em 2005. Ele foi considerado semi-imputável pela Justiça -sem consciência plena para responder por seus atos.

Em setembro deste ano, Lima deixou o Hospital de Custódia e Tratamento de Salvador. Um laudo técnico apontou que ele poderia retomar o "convívio social".

Por ter ficado mais de dois semestres sem se matricular em nenhuma disciplina, já havia sido afastado da UFBA.

A família alegou à Justiça que informou a universidade sobre a internação do estudante e solicitou o trancamento da matrícula, mas não teve resposta.

A juíza federal Lílian da Costa Tourinho, da 16ª Vara Federal, determinou que a UFBA faça a matrícula do aluno para o primeiro semestre de 2013, para que o jovem não tenha "prejuízos irreparáveis".

"O problema é que ele tem um traço de personalidade que o torna incompatível para a medicina", afirma o pró-reitor de graduação da instituição, Ricardo Miranda.

Ele estuda "medidas administrativas e até legais" para impedir a volta de Lima.

Miranda diz que não vê "condições" de o jovem participar do atendimento à população, "inclusive crianças", sem oferecer riscos.

O colegiado do departamento de medicina também diz que vai recorrer e já lançou movimento contra o retorno de Lima, chegando a falar em "desobediência civil".

A tia dele, Erundina Moreira, discorda da universidade: "Não me conformo em alguém querer tirar a oportunidade do garoto querer aprender algo. Diogo já sofreu demais."

O advogado de Lima, Luiz Augusto Coutinho, disse que o cliente não tem condições de dar entrevistas e é vítima de preconceito. "Mesmo solto, ele continua com acompanhamento psicológico e médico. Esqueçam Diogo, deixem ele ser feliz", disse.

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