domingo, 4 de julho de 2021

CAMPANHA JULHO AMARELO FAZ ALERTA SOBRE HEPATITES: REMÉDIOS DO ‘KIT COVID’ PODEM CAUSAR DOENÇA...

FONTE: , Pâmela Dias, https://extra.globo.com/

Dedicado nacionalmente à prevenção e controle das hepatites virais, a campanha Julho Amarelo ganha uma importância ainda maior este ano, visto que há uma redução de mais de 50% no número de tratamentos relacionados à hepatite C, segundo estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a London School of Economics. Além disso, a hepatite medicamentosa é outro alerta para a comunidade médica, que recentemente associou casos da doença ao uso exacerbado e sem comprovação científica do chamado “kit Covid”.

De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, Paulo Bittencourt, as do tipo B e C são as que requerem maior atenção por apresentarem sintomas mais silenciosos. Tanto a hepatite B quanto a C são os principais responsáveis por causar câncer de fígado e cirroses. No entanto, dados do Datasus mostram que 88,4% dos pacientes não são diagnosticados previamente.

— O medo do coronavírus também criou o receio de procurar esses espaços. Então, com essa redução no tratamento e baixo diagnóstico, nos próximos anos teremos um aumento grande de casos de câncer de fígado, que requerem cirurgias e transplantes — explica Bittencourt:

— Há 20 anos, quando a vacina passou a ser aplicada, ela não era obrigatória e, por isso, muitas crianças não receberam. Então, nosso apelo hoje é para que pessoas acima de 25 anos olhem a sua caderneta de vacinação para que possam se proteger contra a doença, caso ainda não tenham recebido as doses.





Uso indiscriminado pode resultar em transplante

Ainda não há estudos que comprovem a ligação do uso do “kit Covid” com os casos de hepatite medicamentosa. No entanto, especialistas têm alertado a população quanto ao uso prolongado e em grandes quantidades da ivermectina, cloroquina e azitromicina, que não têm comprovação científica de cura do coronavírus. De acordo com os últimos relatos do Ministério da Saúde, ao menos quatro pacientes que fizeram uso indiscriminado destes medicamentos desenvolveram graves lesões no fígado, que demandam transplante.

— As três medicações usadas sem comprovação para a Covid, apesar de seguras para outras doenças, têm potencial de evolução para hepatite aguda. É uma ocorrência rara, mas o que nos preocupa é que estão sendo usadas em quantias maiores que o habitual e sem prescrições — explica o médico hepatologista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, João Marcello de Araujo.

Os sintomas da doença incluem cansaço, dor de cabeça, mal-estar, fadiga, febre, náusea, desmaio, vômito, olhos e pele amarelos, e confusão mental, e podem aparecer após 24 horas de ingestão dos medicamentos ou até 1 mês depois. O diagnóstico preciso é obtido através de um exame de sangue.

— Até que se tenha comprovação da associação à Covid, o ideal é não usar os medicamentos para a doença e, no caso de outras infecções, usar em quantidades recomendadas — aponta João Marcello.

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