FONTE: , Eduardo Nunes, https://www.msn.com/
O inverno começou e com ele chega um grande
alerta à saúde da população. Dentro do período mais frio do ano, o número de
infartos pode aumentar em 30%, segundo dados do Instituto Nacional de
Cardiologia (INC). O fato se dá por diversos fatores, entre eles a própria
queda de temperatura e a falta de atividade física.
Se a
pessoa já possui um processo de obstrução em desenvolvimento, restringindo a
passagem de sangue pelo vaso coronariano, durante o inverno essa condição pode
piorar. A contração das artérias, devido ao frio, reduz o fluxo sanguíneo e
provoca um desequilíbrio adicional entre a oferta e a demanda de oxigênio
levado ao músculo do coração.
Segundo
o médico do Hospital Cardiológico Costantini, Dr. Maurício Venâncio Sperandio,
especialista em Medicina Interna e Cardiologia, outro motivo para esse aumento
no número de infarto tem relação com a redução das atividades físicas durante
os dias frios. “O exercício físico promove exatamente o contrário ao resfriamento do
corpo: o esforço desencadeia dilatação imediata e, posteriormente, duradoura
dos vasos sanguíneos, favorecendo o bom fluxo por todos os órgãos, inclusive
pelo coração”, explica sobre a importância da continuidade nos exercícios
físicos, mesmo durante a estação.
Uma
terceira condição que pode estar diretamente relacionada a esse número é a
alimentação. Na luta entre gastar energia para manter uma temperatura adequada,
o organismo pede por mais comida e, instintivamente, o ser humano procura comer
alimentos mais calóricos e ricos em gordura, por serem fontes mais robustas de
energia. “A má alimentação tem íntima relação com o processo de formação e
deterioração das placas de gordura que entopem nossas artérias e conduzem ao
infarto”, esclarece Dr. Maurício.
Mas
de que forma isso pode ser evitado? Além de permanecer realizando as atividades
físicas que mais lhe agradam em dias frios, também é aconselhado a ida ao
médico para uma avaliação de saúde periódica. “Cultivando a saúde e controlando
doenças hoje, nós colhemos prevenção de complicações no amanhã”, destaca.
Outras maneiras de prevenir o ataque cardíaco é manter uma alimentação
balanceada, o controle emocional e também a supervisão de possíveis doenças
subjacentes, como hipertensão arterial, diabetes e colesterol alto.
Infarto
e pandemia.
No
ano passado, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC),
durante a pandemia, as mortes por doenças cardiovasculares cresceram 31% no
Brasil. Uma das preocupações de médicos de outras especialidades era que as
pessoas deixassem de procurar o atendimento por medo do contágio da Covid-19.
“Infelizmente, esse receio se concretizou. Perdemos muitas vidas para o medo”,
enfatiza Dr. Maurício.
O
médico relata que alguns pacientes, com sintomas relativamente leves, mas que
em situações normais buscariam atendimento, relutaram em se dirigir aos
hospitais para avaliação. Outros, por falta de renovação de orientações e até
vencimento de receitas médicas, interromperam suas medicações. Além de casos em
que foi ocasionado o infarto pela falta de avaliação preventiva. “Neste ano,
por diversos motivos, de pouco em pouco os atendimentos estão se regularizando.
Mas ainda é incerto quantos se encontram amedrontados em buscar seus médicos
para atualizar suas avaliações”, conclui o médico do Hospital Cardiológico
Costantini.
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