FONTE: Da Agência Bori, https://www.uol.com.br/
Resumo da notícia |
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A
oferta de métodos contraceptivos e testes
rápidos de gravidez aumentou em sete vezes de 2012 a 2018 nas Unidades Básicas
de Saúde, os "postinhos", que aderiram ao Programa Nacional de
Melhoria do Acesso e da Qualidade de Atenção Básica. A diversidade de métodos
disponíveis, no entanto, ainda é baixa e está concentrada em preservativos
femininos, com pouca oferta de dispositivos intrauterinos (DIU).
A análise é de pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e está
publicada na revista "Cadernos de Saúde
Pública" na sexta (2).
O
estudo avaliou a disponibilidade de insumos em UBSs em três diferentes ciclos
do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade de Atenção Básica, de
2012, 2014 e 2018. Lançado em 2011 pelo Ministério da Saúde, o programa tinha
como objetivo incentivar gestores e equipes de saúde a melhorarem a qualidade
dos serviços de saúde, elevando os repasses de recursos para municípios
participantes, e contava com a parceria de diversas universidades. Em 2019, ele
foi substituído por um programa chamado Previne Brasil.
Entre
o primeiro e o terceiro ciclo, o número de unidades incluídas nas análises mais
do que dobrou, passando de 13.842 para 28.931, reflexo do maior repasse
financeiro para as unidades que aderissem ao programa, explica Ana Ruivo,
co-autora do estudo. "Outras políticas relacionadas à Atenção Primária à
Saúde (APS) como o Programa Mais Médicos e o Requalifica UBS, podem ter
influenciado essa melhora. Creio que a articulação conjunta destas várias
políticas voltadas para a APS, contribuíram para este resultado", avalia a
autora.
Em
todos os ciclos avaliados, a disponibilidade de cada insumo aumentou,
individualmente. Os maiores incrementos de oferta foram em UBS de municípios
com o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). No entanto, o menor aumento
(15%) foi de contraceptivos orais com etinilestradiol + levonorgestrel e
noretisterona e de DIU. Os dados também mostram que as UBS da região norte
apresentaram os piores resultados em termos de crescimento de oferta (5,8%,
6,9% e 7,3% em cada ciclo). "Embora tenha havido promoção de equidade no
período, é preciso superar as desigualdades regionais", afirma Ana Ruivo.
A
pesquisadora chama atenção para a baixa disponibilidade de DIU e teste rápido
de gravidez nas UBS. Em relação ao DIU, ela ressalta que existem poucos
profissionais capacitados para realizarem o procedimento nas UBS. Além disso,
no Brasil o único disponível gratuitamente é o DIU de cobre.
Esta
baixa disponibilidade nas UBSs impacta negativamente na diversidade de opções
de escolha da mulher. "Os métodos reversíveis de longa duração como o DIU
tendem a ser o método de escolha da maioria das mulheres quando as barreiras de
acesso, custo e conhecimento são rompidas", ressalta a médica. No caso do
teste rápido de gravidez, a baixa disponibilidade pode implicar no atraso do
diagnóstico precoce da gestação, elemento fundamental para a qualidade da
atenção pré-natal.
Para
a pesquisadora e médica, a diversidade de opções de contraceptivos é
fundamental para atender às necessidades biológicas, sociais e culturais das
mulheres durante seu período reprodutivo. "A maior diversidade de métodos
permite maior adoção de dupla proteção. Como exemplo, preservativo e
anticoncepcional oral juntos podem evitar uma gravidez indesejada ao menos
tempo que previnem infecções sexualmente transmissíveis", destaca Ruivo.
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