quinta-feira, 15 de abril de 2010

A CHAPA OFICIAL DO SENADO...

FONTE: Ivan de Carvalho, TRIBUNA DA BAHIA.

O governador Jaques Wagner imaginou como ideal, eleitoralmente, construir uma chapa destinada a concorrer às eleições majoritárias na qual o único petista seria ele, candidato à reeleição. Isso não seria pouco para seu partido, pois esse único petista seria o candidato a governador, de longe o mais importante da chapa.
A deputada e ex-prefeita de Salvador, Lídice da Mata, entrou na chapa depois de muito esforço, com base em acordo feito em 98 para ela desistir de candidatar-se a prefeita por seu partido, o PSB, e integrar, como candidata a vice, a chapa encabeçada pelo deputado petista Walter Pinheiro.
O PT trabalhava para escantear Lídice (lembram?), mas o PSB foi à luta, invocando o acordo cuja existência a direção petista chegou a negar ou pelo menos pôr em dúvida, por intermédio de seu presidente estadual Jonas Paulo, que houvesse existido. Então o PSB cuidou de avivar-lhe a memória, contando como foi o acordo fechado, passo a passo.
Havia uma presunção no PT de que a candidatura de Lídice não tinha potencial de crescimento eleitoral suficiente e não agregaria muito à chapa, mas a persistência e dureza da ex-prefeita e do PSB na cobrança prevaleceram. Lídice está com seu lugar garantido como candidata a uma das duas cadeiras de senador em jogo e é até possível que, devido a fatos recentes, especialmente a adesão do senador César Borges e seu PR à coligação liderada pelo PMDB e à candidatura de Geddel Vieira Lima a governador, a presença de Lídice na chapa majoritária já esteja sendo vista como benfazeja.
Quanto ao restante da chapa, existem no PT os nomes do ex-governador Waldir Pires e do deputado Walter Pinheiro, mas na sua ideia de compor uma chapa partidariamente diversificada e, portanto, abarcando um campo político-eleitoral mais amplo, é possível que ocorra o deslocamento do ex-governador Otto Alencar de candidato a vice para candidato ao Senado, apesar de problemas de saúde que inicialmente o levaram a decidir-se pela disputa do cargo de vice-governador. Isto, de resto, daria ao PP o que o PP disse que estava combinado – que teria um representante na chapa para o Senado e não o candidato a vice.
Otto Alencar está no PP. Ironias à parte, se for candidato a senador e se eleger, os atuais comandantes da legenda (o deputado Mário Negromonte e o deputado João Leão) não conseguirão fugir à realidade de um comando tripartite. Isto é o melhor que poderiam conseguir para eles.
Caso se concretize o deslocamento de Otto Alencar para candidato a senador, há que prover um nome para a vaga de candidato a vice. Quem está na berlinda é o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Nilo, do PDT, ao qual basta dizer “sim” para ganhar a posição, pois sondado em tom de convite ele já foi. A esta altura, Nilo estará fazendo conjecturas eleitorais e históricas. As eleitorais, sobre o potencial da chapa, nem preciso explicar.
As históricas se resumem ao fato de, uma vez que seja vice-governador e Jaques Wagner deixe o governo nove meses antes do fim de seu possível segundo mandato para candidatar-se ao Senado, ele assumir o cargo de governador como titular por esse período e entrar para a história da Bahia.

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