FONTE: Folhapress, TRIBUNA DA BAHIA.
Um dos carros-chefes do Ministério do Esporte, o programa Segundo Tempo transformou-se ontem em caso de polícia. Foram presas cinco pessoas acusadas de desviar R$ 1,99 milhão do total de R$ 2,9 milhões repassados a duas ONGs ligadas ao PC do B no DF.
É a primeira vez que uma operação policial flagra desvio de verbas do programa criado para promover práticas esportivas com alunos no período em que estão fora da sala de aula. As investigações continuam e vão focar a pasta do Esporte. A polícia quer averiguar se houve falha na fiscalização e análise da prestação de contas.
Segundo a polícia, foram usadas notas frias para simular compra de merenda, uniforme e material esportivo em nome da Federação Brasiliense de Kung Fu e da Associação João Dias, presididas pelo policial militar João Dias Ferreira, preso e acusado de ser o principal beneficiário do esquema investigado pela Operação Shaolin.
Dias Ferreira foi candidato a deputado distrital derrotado em 2006 pelo PC do B e compôs a chapa encabeçada por Agnelo Queiroz, a época no PC do B, que deixou o Ministério do Esporte para se candidatar ao Senado e hoje é pré-candidato do PT ao governo do DF. Orlando Silva, atual ministro, também foi indicado pelo PC do B.
O convênio firmado com a Febrak, no valor de R$ 2,04 milhões, tinha como objetivo beneficiar 10 mil crianças e jovens por um ano a partir de junho de 2005, período em que Agnelo estava à frente do ministério. O outro convênio, segundo a polícia, foi firmado com a Associação João Dias em outubro de 2006, na gestão de Silva Jr.
O dinheiro desviado foi usado, segundo a investigação, para construir uma mansão num condomínio próximo à Brasília, montar três academias e comprar carros luxuosos. A polícia investiga também se houve desvio do dinheiro para abastecer campanhas políticas.
"São aproveitadores que, se valendo de um importante programa social, maquiavam a contabilidade para desviar recursos de jovens carentes. Com certeza alguém do ministério será chamado", disse ontem Pedro Cardoso, delegado-chefe da Polícia Civil do DF, responsável pela investigação.
Ontem, a polícia cumpriu cinco mandados de busca, cinco de prisão e indiciou sete pessoas por formação de quadrilha e fraude em licitação, entre elas, a mulher de João Dias. Ana Paula Faria é coordenadora do Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde, indicada por Agnelo.
Apesar de ter se concentrado na análise das prestações de contas, a investigação colheu relatos de monitores, obrigados a retirar estudantes de sala de aula para ensinar kung fu --o propósito do projeto era a prática esportiva no segundo turno da jornada dos alunos.
No caso da federação, os investigadores descobriram que a maioria dos cadastros dos estudantes era falsa e flagraram alguns treinando na academia de ginástica no turno escolar.
As duas entidades também são alvos de ação do Ministério Público, que cobra R$ 3,1 milhões da Febrak por irregularidades na prestação dos serviços. Foi pedido bloqueio de bens de João Dias Ferreira.
Ministério do Esporte diz que fiscalizou
O órgão informou que já sabia das irregularidades há dois anos e, por isso, cancelou ou não renovou os convênios. Os advogados dos presos não foram localizados. O ex-ministro Agnelo Queiroz não quis comentar.
Um dos carros-chefes do Ministério do Esporte, o programa Segundo Tempo transformou-se ontem em caso de polícia. Foram presas cinco pessoas acusadas de desviar R$ 1,99 milhão do total de R$ 2,9 milhões repassados a duas ONGs ligadas ao PC do B no DF.
É a primeira vez que uma operação policial flagra desvio de verbas do programa criado para promover práticas esportivas com alunos no período em que estão fora da sala de aula. As investigações continuam e vão focar a pasta do Esporte. A polícia quer averiguar se houve falha na fiscalização e análise da prestação de contas.
Segundo a polícia, foram usadas notas frias para simular compra de merenda, uniforme e material esportivo em nome da Federação Brasiliense de Kung Fu e da Associação João Dias, presididas pelo policial militar João Dias Ferreira, preso e acusado de ser o principal beneficiário do esquema investigado pela Operação Shaolin.
Dias Ferreira foi candidato a deputado distrital derrotado em 2006 pelo PC do B e compôs a chapa encabeçada por Agnelo Queiroz, a época no PC do B, que deixou o Ministério do Esporte para se candidatar ao Senado e hoje é pré-candidato do PT ao governo do DF. Orlando Silva, atual ministro, também foi indicado pelo PC do B.
O convênio firmado com a Febrak, no valor de R$ 2,04 milhões, tinha como objetivo beneficiar 10 mil crianças e jovens por um ano a partir de junho de 2005, período em que Agnelo estava à frente do ministério. O outro convênio, segundo a polícia, foi firmado com a Associação João Dias em outubro de 2006, na gestão de Silva Jr.
O dinheiro desviado foi usado, segundo a investigação, para construir uma mansão num condomínio próximo à Brasília, montar três academias e comprar carros luxuosos. A polícia investiga também se houve desvio do dinheiro para abastecer campanhas políticas.
"São aproveitadores que, se valendo de um importante programa social, maquiavam a contabilidade para desviar recursos de jovens carentes. Com certeza alguém do ministério será chamado", disse ontem Pedro Cardoso, delegado-chefe da Polícia Civil do DF, responsável pela investigação.
Ontem, a polícia cumpriu cinco mandados de busca, cinco de prisão e indiciou sete pessoas por formação de quadrilha e fraude em licitação, entre elas, a mulher de João Dias. Ana Paula Faria é coordenadora do Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde, indicada por Agnelo.
Apesar de ter se concentrado na análise das prestações de contas, a investigação colheu relatos de monitores, obrigados a retirar estudantes de sala de aula para ensinar kung fu --o propósito do projeto era a prática esportiva no segundo turno da jornada dos alunos.
No caso da federação, os investigadores descobriram que a maioria dos cadastros dos estudantes era falsa e flagraram alguns treinando na academia de ginástica no turno escolar.
As duas entidades também são alvos de ação do Ministério Público, que cobra R$ 3,1 milhões da Febrak por irregularidades na prestação dos serviços. Foi pedido bloqueio de bens de João Dias Ferreira.
Ministério do Esporte diz que fiscalizou
O órgão informou que já sabia das irregularidades há dois anos e, por isso, cancelou ou não renovou os convênios. Os advogados dos presos não foram localizados. O ex-ministro Agnelo Queiroz não quis comentar.
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