sexta-feira, 16 de abril de 2010

LUZIÂNIA: JUIZ QUE LIBEROU MANÍACO DIZ QUE NÃO MUDARIA A DECISÃO...

FONTE: *** CORREIO DA BAHIA.

O juiz que pôs em regime aberto Adimar Silva - o assassino confesso de seis jovens em Luziânia, Goiás - diz que não mudaria uma vírgula na decisão que tomou e culpou a falta de estrutura da justiça pelo que aconteceu. Adimar começou a série de crimes uma semana depois de libertado.
A entrevista foi no prédio do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. O juiz Luiz Carlos de Miranda não permitiu imagens e disse que não queria se expor porque decide sobre a vida de presos perigosos.
O juiz lamentou a morte dos seis adolescentes de Luziânia, mas afirmou que não mudaria a decisão de ter autorizado Adimar Jesus da Silva a deixar a penitenciária em dezembro do ano passado. Ele disse que cumpriu a lei à risca.
“Eu não iria mudar uma virgula do que eu fiz. Jamais eu poderia imaginar que ele fosse fazer isso. Se na semana que vem, eu soltar alguém que cometer uma barbárie, eu não posso me responsabilizar por isso. Eu tenho as minhas idéias de como deveria ser a lei, mas eu não faço parte do estado para criar essas leis. Eu trabalho para aplicá-las, porque aplicando as leis, em regra, a gente tenta buscar essa Justiça”, defendeu Miranda.
O juiz afirmou que a decisão de liberar Adimar não se baseou no laudo criminológico de maio de 2008 assinado por três psicólogos, que apontou sinais de sadismo em Adimar, uma perversão sexual em que se busca prazer no sofrimento do outro. Para os psicólogos, havia indícios de alguma doença mental.
A decisão foi amparada principalmente em um laudo feito um ano depois, em maio de 2009, que não identificou traço agressivo ou doença mental. A psiquiatra esteve só uma vez com Adimar.
A promotora que acompanhou o caso disse nesta sexta-feira que a avaliação foi superficial.
“Não foi um laudo de exame criminológico. Foi uma visita ao psiquiatra, ao psicólogo e se fez um relatoriozinho”, argumentou a promotora Maria José Miranda.
Quando foi perguntado por que não pediu um laudo completo sobre a saúde mental de Adimar, o juiz Luiz Carlos Miranda disse que não poderia manter o preso mais tempo na penitenciária.
Segundo o juiz, Adimar deveria ter passado para o regime aberto dez meses antes e a espera de uma vaga para fazer o exame, no Instituto Médico Legal de Brasília, poderia demorar anos.
O juiz também disse que consultou o Sistema Nacional de Informação do Ministério da Justiça, antes de autorizar o regime aberto para Adimar. E que não havia referencia a outro crime praticado por ele.
“Infelizmente no Brasil nós não temos um cadastro único. Não cabe ao juiz verificar ou não se existem outros mandados de prisão contra o acusado”, defende o juiz.
O presidente do Supremo Tribunal Federal disse que não se pode responsabilizar o juiz, que, segundo ele, cumpriu a lei. Gilmar Mendes defendeu a criação de clínicas de tratamento para criminosos com distúrbios psicológicos.
“Elas carecem de um tipo de tratamento e alguém há de prover esse tipo de tratamento. Então, não vamos transferir responsabilidade, vamos assumir todas as nossas responsabilidades”, garantiu Mendes.

*** As informações são do G1.

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