quarta-feira, 21 de abril de 2010

VAMOS SUSTENTAR ESTA BOLA?...

FONTE: Nelson Rocha, TRIBUNA DA BAHIA.
Amanhã, 22, apesar de não ser feriado, o brasileiro têm dois motivos para celebrar e refletir sobre a data: é o Dia do Planeta Terra e dia do Descobrimento do Brasil.
Dentro do contexto da modernidade, inserido numa perspectiva de começo de um novo século, o lema para o crescimento das nações está diretamente ligado ao desenvolvimento sustentável. Mas o que é isso? Algo novo, do que o cidadão comum ainda não se apercebeu, ou mais uma invenção oriunda dos gabinetes de tecnocratas apenas preocupados em separar o joio do trigo visando maiores lucros? O tema intriga o leigo e fascina quem lida com ele, objetivando um melhor futuro para nossos filhos e netos.
Para os envolvidos com o tema, o desenvolvimento sustentável cresceu nas discussões sobre a política de desenvolvimento entre o final do século passado e início deste. Isto porque o planeta Terra, precisa de quem o trate com respeito ao meio-ambiente. “Alguns estão se esforçando em cuidar bem do planeta, mas ainda é muito pouco o que tem sido feito nesse sentido. O Dia do Planeta provoca reflexões sobre ações que nós podemos fazer. A nossa parte como cidadão cuidando do mundo. Não é suficiente trabalhar a questão dos animais, das flores, do meio ambiente e não trabalhar o ser humano”, observa Mônica Morais, integrante da Ecoar, organização de gestão sócio-ambiental. O Dia do Planeta Terra foi criado em 1970, nos Estados Unidos, a partir de um protesto contra a poluição. Duas décadas depois se tornou um movimento em favor da preservação do meio-ambiente e ganhou adeptos em todo o mundo. Entretanto, de acordo com as notícias que têm sido constantemente veiculadas na mídia internacional, muito pouco tem sido feito para se evitar a poluição dos rios, o desmatamento das florestas, a contaminação das cidades através do lixo jogado nas ruas ao invés de ser reciclado.
O que fazer, portanto, para se preservar um planeta com 510 milhões de km² em constante evolução há 4,5 bilhões de anos, de ecossistemas variados, de áridos desertos a florestas tropicais de imensa biodiversidade e população em torno de seis bilhões de pessoas? “A saída para os problemas que afligem a Terra está numa vida mais sustentável. Em vez de colocar o dinheiro no centro de nossas ações precisamos colocar o homem como centro do universo. Infelizmente o dinheiro está à frente de tudo. O homem faz parte da cadeia ambiental como principal elo dela”, responde a bióloga Patrícia Bahia, também integrante da Ecoar.
DSENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.
No ano de 1972, um grupo de pesquisadores publicou, na Itália, o estudo Limites do Crescimento. No mesmo ano aconteceu a conferência de Estocolmo sobre ambiente humano. Nem a publicação do Clube de Roma, nem a Conferência de Estocolmo caíram do céu. Elas foram a consequência de debates sobre os riscos da degradação do meio ambiente que, de forma esparsa, começaram nos anos 60, e ganharam no final dessa década e no início dos anos 70, certa densidade, que possibilitou a primeira grande discussão internacional culminando na Conferência de Estocolmo em 1972.
“A Conferência de Estocolmo foi um grande marco desta discussão. Antes a preocupação era pontual, mas de lá pra cá muita coisa melhorou”, diz José Augusto Tosato, diretor socioambiental do Ingá (Instituto de Gestão das águas e Clima), que vê como preocupante “os padrões de consumo, principalmente dos países ricos e das elites espalhadas pelo mundo, que não são coerentes com esta preocupação”.
O fato de ainda existirem milhões de pessoas no mundo que ainda precisam ser incluídas no contexto do consumo das necessidades básicas, para Tosato é outro fator preocupante. “Nosso desafio é fundamentalmente promover a inclusão desses que estão fora sem agredir os ecossistemas, aí incluindo solo, recursos hídricos, florestas, entre outros”. Em sua opinião, uma tarefa que passa necessariamente pelo crivo político: “ Felizmente tem crescido a preocupação dos políticos devido aos dados que são irrefutáveis com relação ao aquecimento global que provoca as mudanças climáticas no planeta”.
Para José Augusto Tosato, é importante que todo modelo de desenvolvimento, seja de uma cidade, estado ou país, “promova a inclusão social conservando o ambiente natural e o respeito à cultura das populações e que, ao mesmo tempo, seja economicamente viável”, ressalta. Hoje se estima que atualmente 500 milhões de cidadãos em 85 países fazem algo especial pelo ambiente no Dia da Terra.
Em Salvador, um grupo representando esse montante da população mundial interessado em cuidar da saúde emocional, física e mental do nosso planeta estará participando de um evento hoje, entre às 9h e 12h, no auditório do Museu Geológico da Bahia, localizado no Corredor da Vitória. Na oportunidade, palestrantes como Rogério Arns, Mestre em Desenvolvimento Internacional, mostrarão para uma plateia atenta com o futuro da planeta, o caminhão que deve ser percorrido para que a nossa casa Terra, tão castigada pela febre consumista dos seus moradores, possa continuar sendo o endereço fixo da família formada por nós, os terrestres.

Nenhum comentário:

Postar um comentário