FONTE: FELIPE SELIGMAN, DE BRASÍLIA (www1.folha.uol.com.br).
O governo não tem hoje condições para atender a todos os idosos que necessitam de prótese dentária, indica levantamento do Ministério da Saúde divulgado na terça-feira (28).
Laboratórios públicos têm a capacidade de produzir cerca de 500 mil próteses, mas cerca de 7 milhões de brasileiros entre 65 e 74 anos precisam delas. Se toda a demanda fosse atendida pelo governo, ela só poderia ser resolvida em 14 anos.
"É um deficit que precisamos resolver. Mas pretendemos ampliar a quantidade de laboratórios e esperamos que os municípios façam convênios com laboratórios privados para resolver a demanda", afirmou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, que mostrou redução no índice de dentes cariados, perdidos ou obturados, conhecido como CPO. De acordo com os números, esse índice caiu 26% de 2003 para 2010, em crianças de 12 anos, passando de 2,8 para 2,1.
O CPO pode variar de 0 a 32 e representa a média de dentes doentes na boca de uma pessoa. De acordo com o coordenador da pesquisa, Ângelo Roncalli, o índice relativo às crianças serve como padrão para comparar com outros países, pois é a idade em que se completa a dentição permanente.
Com a queda desse índice, o Brasil entrou no grupo de países com baixa prevalência de cárie _ que devem ter entre 1,2 e 2,6, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde_ e se igualou à Venezuela. Continua, porém, ainda abaixo do Chile (1,9).
De acordo com os dados do Ministério da Saúde, cerca de 44% das crianças de 12 anos estão livres de cárie, percentual que era de 31% em 2003 _ano em que a pesquisa foi realizada pela primeira e última vez.
Apesar dessa melhora, o país ainda enfrenta problemas no Norte, onde o número de crianças cariadas aumentou. Também não foram bons os resultados relativos às crianças de 5 anos, que ainda têm dentes-de-leite. Verificou-se que cerca de 80% das cáries encontradas nessa faixa etária não foram tratadas.
Segundo Roncalli, esse é um problema cultural, pois muitas pessoas acreditam que o dente não precisa ser curado, já que irá cair. "Existe, porém, uma relação direta entre cárie em dente-de-leite e em dente permanente", explicou.
A pesquisa foi realizada 177 municípios e fez entrevistas e exames bucais com 28 mil pessoas divididas em cinco grupos etários.
COMIDA QUE ENTRA E QUE SAI.
De acordo com o ministro Temporão, os dados deixam o "Brasil sorrindo". "Até este governo, a saúde bucal era vista de maneira secundária. E isso era uma coisa que incomodava muito o nosso presidente [Lula], que chegou a dizer aquela frase antológica: porque diabos a saúde pública se preocupa tanto pelo orifício por onde a comida sai, e tão pouco por onde a comida entra?", afirmou.
De acordo com o ministro Temporão, os dados deixam o "Brasil sorrindo". "Até este governo, a saúde bucal era vista de maneira secundária. E isso era uma coisa que incomodava muito o nosso presidente [Lula], que chegou a dizer aquela frase antológica: porque diabos a saúde pública se preocupa tanto pelo orifício por onde a comida sai, e tão pouco por onde a comida entra?", afirmou.
Segundo o Ministério da Saúde, o investimento em saúde bucal no Brasil aumentou mais de 10 vezes, passando de R$ 56 milhões por ano, em 2003, para R$ 600 milhões neste ano.
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