FONTE: Bruno Villa (bruno.villa@redebahia.com.br), CORREIO DA BAHIA.
Dificuldades para pedir ressarcimento.
O presidente nacional da Oi, Luiz Eduardo Falco, não sinalizou para o reembolso dos prejuízos de empresários e comerciantes, que perderam faturamento devido à pane nas máquinas de crédito e débito. “Nossa preocupação inicial é com o acesso aos serviços (de telefonia fixa e internet). No Natal, as pessoas querem falar com familiares. Mas estamos abertos ao diálogo”, disse, após visitar as instalações da central de telefonia do Itaigara destruídas pelo incêndio.
Dificuldades para pedir ressarcimento.
O presidente nacional da Oi, Luiz Eduardo Falco, não sinalizou para o reembolso dos prejuízos de empresários e comerciantes, que perderam faturamento devido à pane nas máquinas de crédito e débito. “Nossa preocupação inicial é com o acesso aos serviços (de telefonia fixa e internet). No Natal, as pessoas querem falar com familiares. Mas estamos abertos ao diálogo”, disse, após visitar as instalações da central de telefonia do Itaigara destruídas pelo incêndio.
Falco afirmou que, enquanto o serviço estiver suspenso, nada será cobrado aos assinantes. Em nota, a Oi informou que, na conta do próximo mês, haverá desconto proporcional ao período em que os serviços pararam de funcionar. A previsão é de que a internet volte a funcionar até 20 de janeiro de 2011. Sobre os estragos no prédio destruído, Falco disse ainda não ter calculado os prejuízos.
“Foi um incêndio impressionante. Esta é uma central importante para Salvador e para o Nordeste. Não tem nada que se aproveite lá dentro”, lamentou. Os equipamentos de outras centrais do país serão enviados a Salvador nos próximos dias. “Parte do prédio está condenada. Estamos passando tudo para o outro prédio, o que é ruim para fazer as ligações”, explicou.
Em frente ao edifício atingido, há outro que não foi prejudicado. Falco ainda não sabe exatamente as causas do incêndio, mas suspeita de onde ele teria começado. “A informação que nós temos é a de que o fogo começou na sala de transmissão”, revelou. Ainda ontem, Falco foi ao gabinete do governador Jaques Wagner (PT). No encontro, que durou meia hora, ele explicou o que está sendo feito para reativar o serviço e agradeceu o empenho dos bombeiros no combate às chamas.
DIFICULDADES PARA PEDIR RESSARCIMENTO.
Enquanto o presidente nacional da Oi afirma estar aberto ao diálogo com comerciantes que deixaram de faturar devido ao não funcionamento das máquinas de cartão de crédito e débito, uma nota oficial encaminhada pela empresa transfere a culpa para as operadoras - como Cielo e Rede Card. A assessoria de imprensa da Oi, no Rio de Janeiro, informou por e-mail: “A responsabilidade pela normalização no funcionamento das máquinas é dos ‘acquirers’ (operadores)”.
Lojistas pretendem calcular a média de faturamento dos dias anteriores ao incêndio no prédio da central do Itaigara para fixar o quanto deixaram de ganhar com a pane. Segundo o Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas), que representa 45 mil comerciantes em todo o estado, a categoria deixou de faturar R$ 10 milhões com a perda do sinal das máquinas no primeiro dia de caos. Para a superintendente do Procon, Cristiana Santos, conseguir o reembolso é tarefa complicada. “É preciso abrir o faturamento e comprovar a queda”, ponderou.
BOMBEIROS NEGAM RISCO DE DESABAMENTO.
O Corpo de Bombeiros informou ontem que o prédio da central telefônica da Oi no Itaigara, atingido por incêndio na terça-feira, não corre o risco de desabar, apesar do comprometimento de toda a estrutura. A Defesa Civil não informou se o edifício foi condenado, ao contrário do que disse o presidente nacional da empresa, Luiz Eduardo Falco, durante visita às instalações da unidade do Itaigara. Segundo ele, os equipamentos que não foram destruídos pelo fogo serão deslocados para a outra torre da central.
A unidade do Itaigara é composta por dois prédios, ligados por um corredor. O incêndio, que segundo bombeiros que participaram da operação, deve ter começado por volta das 9h de terça-feira, e só foi controlado às 3h30 de quarta-feira. As chamas, além de chamuscar a parte externa do prédio, derrubaram parte do teto da empresa.
Ninguém ficou ferido. Onde o fogo começou e qual o motivo do incêndio só serão revelados após perícia da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que fica pronta em meados de janeiro.
Caso seja comprovada negligência da empresa, a Oi pode receber multa de até R$ 50milhões da agência.
Caso seja comprovada negligência da empresa, a Oi pode receber multa de até R$ 50milhões da agência.
OI RESTRINGIU ATENDIMENTO A QUATRO BAIRROS E REVOLTOU CLIENTES.
A garagem do Hotel Fiesta, no Itaigara, virou uma central de impaciência e revolta manifestadas por 4 mil usuários da Oi, que buscaram cobrar a promessa feita pela operadora de resolver a pane em celulares, telefones fixos e internet causada pelo incêndio na central da empresa. Só que em vez de encontrar uma solução, 1.600 voltaram para casa na certeza de mais um dia de caos - só 2.400 foram atendidos.
O combustível da revolta foi a garantia, feita anteontem pela empresa, de fornecer gratuitamente um telefone fixo para substituir a linha inutilizada pelo incêndio na central do Itaigara, e um modem 3G para possibilitar o acesso à internet. Cerca de três mil pessoas foram atendidas até as 18h. O problema é que, ao contrário do que foi divulgado em nota oficial publicada no site da operadora, os equipamentos foram fornecidos somente aos moradores de quatro bairros: Itaigara, Pituba, Cidadela e Cidade Jardim, donos de 12 prefixos.
A justificativa da operadora para deixar o restante dos usuários no escuro foi a de que a pane afetou apenas os quatro bairros. Contudo, no site, a Oi informou: “Os clientes que tiveram os serviços de voz e internet interrompidos, que ainda não tenham sido restabelecidos, poderão retirar esses acessos emergenciais provisórios no Fiesta Bahia Hotel”.
REVOLTA.
Os clientes que ficaram de fora da lista atribuíram a medida ao preconceito. “Eles estão atendendo só os bairros nobres, e se lixando para os pobres”, protestou a comerciante Jane Leite, 50 anos. Na manhã de ontem, ela saiu de Fazenda Coutos, no Subúrbio Ferroviário, com a certeza que resolveria o problema com seu telefone fixo e internet. “Minha mãe teve um principio de derrame e não posso falar com ela”, reclamou.
O consultor de segurança patrimonial Erasmo Carlos Nunes, 42, também não economizou nas queixas. “Minha empresa fica em São Paulo, e estou desde terça sem enviar os relatórios. E ainda não consigo acompanhar clientes de Salvador”, lamentou.Em meio à gritaria, a preocupação do aposentado Fernando Mascarenhas, 74, era não perder o sorriso.
“Quero saber se a Oi vai me dar Corega para colar a dentadura. Esperei tanto que ela tá caindo”, brincou. Inspirado na filosofia do “abestado” que se elegeu deputado, ele protestou. “Tiririca me disse que vergonha na cara não vale nada. E é só isso o que eu tenho”, afirmou.
DIREITOS.
Até quem tinha direito aos equipamentos enfrentou uma pane no atendimento. A comerciante Ana Paula Alves, 31, chegou ao Fiesta às 8h. Como o local não estava preparado para receber tanta gente, ela e outros assinantes pegaram cadeiras para formar filas.
Mais tarde, os funcionários da Oi fizeram o mesmo. Apesar do transtorno, o principal problema da comerciante, dona de uma loja de roupas masculinas na região do Iguatemi, não pode ser resolvido de imediato. “Desde terça-feira não consigo passar cartão de crédito e débito. Tenho medo de sentar para calcular o prejuízo e chorar mais do que já chorei esses dias”, desabafou. Ela comprou R$ 50 mil em mercadorias para o Natal.
Após a espera de cerca de duas horas para entrar na antessala do hotel e beber um refrigerante para aliviar o calor, veio outra má notícia: os modens para acesso à internet não haviam chegado e alguns assinantes foram embora apenas com o telefone e a promessa de receber o equipamento em 72 horas.
Em meio à confusão causada pela falta de informação, houve quem saísse com algum grau de satisfação. Foi o caso da aposentada Christel Krouse, 66, que faz aniversário na mesma data que Jesus Cristo. “Não queria esperar. Mas, pelo menos no dia 25, que também é meu aniversário, vou receber ligações”, comemorou.
Por volta das 13h, os equipamentos chegaram ao Fiesta e foram distribuídos para a pequena parcela de clientes que tinha direito.A confusão só começou a ser controlada no início da tarde, com a ajuda de policiais militares. Até o dia 31, a Oi fornecerá os equipamentos. É obrigatória a apresentação de documento oficial com foto e a fatura da última conta de telefone. Hoje, o atendimento acontecerá das 9h às 18h.
PM ALERTA SOBRE RISCO DE ROUBO.
Se a sacola de plástico roxa e amarela já chama a atenção de quem passa pela Avenida ACM, imagine para aqueles que sabem que dentro dela tem um telefone fixo e um modem 3G para conectar a internet. A Polícia Militar está preocupada com os riscos de assaltos aos assinantes da Oi que recolherão os equipamentos até o próximo dia 30.
Durante a distribuição dos equipamentos, policiais da 35ª Companhia Independente de Polícia Militar (Iguatemi), e da Rondesp circularam pelo bairro do Itaigara para evitar roubos. A ação deve continuar até o fim da distribuição. O comandante da 35ª Companhia, major Ramalho Neto, alertou sobre os riscos de usar a sacola da operadora. “É bom que as pessoas tragam outra sacola para colocar o material dentro”, orientou.
Nove policiais trabalharam nas imediações do Hotel Fiesta para aconselhar os assinantes. Ramalho disse ter conversado com a empresa para que seja fornecida sacolas de outra cor. “Todos que circulam com a sacola roxa são vítimas potenciais”, avaliou. PMs percorreram a Avenida ACM de moto durante a tarde e a noite.
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