terça-feira, 28 de dezembro de 2010

MÉDICA ONCOLOGISTA QUE TEVE CÂNCER DE MAMA DEFENDE MAMOGRAFIA (PARTE DOIS)...

A Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA descobriu que, embora a mamografia salve vidas no geral --reduzindo a taxa de mortalidade por câncer de mama em 15%--, os benefícios diminuíram rapidamente para mulheres mais jovens, que também carregaram o maior fardo dos danos.
Enquanto uma morte por câncer é evitada em cada 1.339 mulheres de 50 anos e 377 mulheres de 60 anos que se submetem aos exames, 1.904 mulheres de 40 anos precisariam ser examinadas durante dez anos para evitar uma única morte.
O painel também desencorajou os autoexames de mama, além dos exames de mama realizados por médicos.
Mas embora as recomendações tenham recebido uma saturação de cobertura na mídia no ano passado, pouca atenção foi dada um mês depois, quando o painel modificou sua mensagem. Preocupados por um possível mal-entendido, eles deram o extraordinário passo de corrigir a linguagem padrão de suas recomendações e removeram a essencial palavra "contra", quando aplicada à mamografia de rotina para mulheres entre 40 e 49 anos.
E mantiveram a linguagem recomendando que a decisão de iniciar os exames a cada dois anos "deve ser tomada de forma individual" e que "leve em consideração o contexto da paciente, incluindo seus valores em relação aos benefícios e danos específicos".
"Ninguém havia lido aquela segunda frase --ninguém tinha ido além das palavras 'recomendamos contra' os exames de rotina em mulheres de 40 a 49", disse Bruce Ned Calonge, diretor da força-tarefa, em recente entrevista. "Nós não dissemos: 'Não façam os exames'. A intenção da força-tarefa era promover uma tomada de decisão compartilhada entre os médicos e as mulheres daquela faixa etária".
Já existem algumas indicações de que clínicos gerais estão reduzindo as orientações para mamografias. Um recente relatório do Centro de Controle e Prevenção de Doenças afirmou que um terço dos casos de câncer de mama é diagnosticado em estágios avançados, quando o tratamento é mais difícil.
A tendência é perturbadora para Weiss, que diz ter receio de que as mudanças radicais na forma como as mulheres vivem --puberdade adiantada, aumento da obesidade e do consumo de álcool, poluição ambiental, uso prolongado de contraceptivos orais, gravidez tardia e redução na amamentação --possam levar ao surgimento de câncer de mama em idades menores.
Sua própria cirurgia correu bem. Ela não precisou de radiação ou quimioterapia, pois o câncer não havia se espalhado. Ela iniciou o tratamento com hormônios e logo estava de volta à sua ocupada agenda em tempo integral.
Weiss, que vive em Wynewood, Pensilvânia, fez algumas mudanças de estilo de vida desde seu diagnóstico --filtrar a água da torneira, não cozinhar em plástico e comprar carne sem hormônios e frutas orgânicas. Ela perdeu sete quilos e se tornou uma entusiasta da dança-exercício chamada "zumba". Ela come muitos vegetais verdes, reduziu o vinho e sempre tenta ter uma boa noite de sono.
"Estou compartilhando minha história para estimular as mulheres a dar um passo à frente e fazer as mamografias", disse ela. "Tenho sorte por ter identificado cedo o problema, e quero usar minha situação como exemplo do valor da detecção antecipada."
"A verdade é esta: toda mulher está sob o risco. E toda mulher precisa fazer tudo a seu alcance para se proteger."

Nenhum comentário:

Postar um comentário