FONTE: Noemi Flores, TRIBUNA DA BAHIA.
A notícia da gravidez de Solange Couto, 54 anos, atriz da Rede Record, atualmente no ar como Sancha da novela “Ribeirão do Tempo”, e que poderá ser vista brevemente no “Vale a Pena Ver de Novo”, da Globo, como Dona Jura com o seu divertido “Né brinquedo não”, é um dos assuntos debatidos por baianos seja no trabalho, em reuniões de amigos, na rua e nos barzinhos.
O motivo de tanta atenção para o fato é a idade da atriz: 54 anos, um fato raro de ocorrer nesta idade. Porém, a atriz se sente feliz pela gravidez de três semanas, primeiro filho do marido Jamerson Andrade, de 24 anos, ela que já é mãe de Márcio, 36 anos e Morena, 19 anos, diz que não estava nada programado e quando descobriu foi um misto de surpresa e susto, mas que “um filho é sempre uma bênção”.
Como o assunto está em voga sobre a gravidez de mulheres com mais de 50 anos e para esclarecer algumas dúvidas que possam surgir em mulheres desta faixa etária, a médica Mônica Neri, diretora da Maternidade Climério de Oliveira, foi procurada pela Tribuna e alerta a todas as mulheres de todas as faixas etárias que o mais importante é se fazer exames ginecológicos periódicos, inclusive, no caso das quarentonas e cinquetonas, para se confirmar o surgimento ou a proximidade da menopausa.
A obstetra deixa claro que sua opinião não está ligada especificamente à gravidez da atriz, pois desconhece sua avaliação médica, mas são informações de modo geral úteis para mulheres desta faixa etária, admitindo que a gravidez “é possível sim com a evolução da medicina”, por outro lado, enfatiza que nestes casos “é de risco, por isto deve ser assistida por especialistas”.
A médica informa que a maternidade Climério de Oliveira possui o Serviço de Medicina Fetal, destinado a pacientes que apresentam alguma alteração de saúde, a exemplo de infecções e incompatibilidade de RH e outros, destinado a mulheres de todas as idades.
Mas sobre a gravidez após os 50 anos, Neri afirma que é algo raro porque a tendência é a mulher não ovular mais, pois mesmo com a menstruação já não é a mesma coisa.
“Nesta idade a maior parte das mulheres fez ligadura e quando já fez o procedimento definitivo não há perigo, mas se não fez este procedimento e não usar nenhum método contraceptivo e estiver menstruando pode acontecer”, frisou.
A raridade do fato é explicada pela médica devido à mulher após 50 anos já não ser a mesma de 20 anos. “É raro porque o corpo já não é o mesmo, mesmo menstruando a qualidade do óvulo está mais baixa, mas como em medicina não se deve usar nunca nem sempre...”.
De acordo ainda com a ginecologista nestes casos há riscos tanto para a paciente como para o bebê.
A paciente deverá procurar avaliação médica “fazer o pré-natal adequado, o rastreamento da má formação, avaliação ultrassonográfica. Este último não vai diagnosticar, mas vai indicar o risco.
Ainda tem o avançado da biópsia do vilo corial e avaliação do cariótipo ou até do líquido amniótico que acusam algumas patologias mais comuns, a exemplo da síndrome de Down”, esclarece.
No entanto, a especialista ressalva que estes exames são para constatação e para que a família se prepare para receber um bebê com alguma patologia séria e que os casos de interrompimento de gravidez são permitidos pela legislação brasileira para estupro, risco de vida para a mãe ou em casos de bebês com formações incompatíveis com a vida como hidrocefalia ou outros deste tipo.
Mas mesmo assim tem médicos que se recusam a interromper, nestes últimos casos, relatou.
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