segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

POLÍCIA AMBIENTAL LEVA 40 DIAS PARA REMOVER ENXAMES DE ABELHAS (PARTE DOIS)...

CIENTISTA TROUXE ABELHAS AFRICANAS PARA SP.
Os casos de acidentes com abelhas no Brasil começaram quando as espécies africanas, mais agressivas, foram importadas por uma universidade do interior de São Paulo, em 1956, através do cientista Warwick Kerr.
As 51 rainhas que sobreviveram à viagem foram separadas por uma malha numa floresta. Entre as várias versões, conta-se que um funcionário liberou acidentalmente as abelhas no meio ambiente.
Os pesquisadores então perderam o controle. Com o incidente, pessoas foram picadas e algumas morreram. Muitos apicultores abandonaram a atividade de criação.
Responsabilizado, Kerr se dedicou a estudar a genética da produção e da agressividade das abelhas.
Na USP, criou a abelha africanizada, híbrida das espécies européias e africana. Mais mansas e bastante produtivas, as africanizadas permitiram aos apicultores produzir o mel orgânico. Na época, a produção de cinco toneladas de mel no Brasil saltou para 17 mil toneladas.
A VIDA PELA COLMÉIA.
As abelhas vivem em função da rainha e são capazes de tudo para defende-la. Capazes até de dar a própria vida. Tudo o que represente uma ameaça para sua líder pode irritar as operárias, que morrem depois de descarregar o ferrão. “São sensíveis ao cheiro, barulho, cor.
O pessoal mexe, joga pedra, toca fogo, faz fumaça. Tudo isso pode despertar um ataque perigoso”, diz Marivanda Eloy, da coordenação de apicultura da Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri). Em Salvador, onde o Centro Antiveneno da Bahia (Ciave) registrou 89 ataques em 2010, não existem regiões preferidas.
“Na periferia, onde tem mais mata, registra-se o mesmo número de ocorrências de outros locais”, explica Daniel Rebouças, diretor do Ciave.Até no centro da cidade elas estão presentes. Isso porque as abelhas são animais migratórios. Quando crescem demais, as colméias se dividem e parte delas se desloca.
O problema avança sem parar. “Os espaços desses insetos diminuem a medida que a cidade cresce. Eles têm que se instalar em algum lugar”, diz o comandante da Coppa, Major Nilton Machado.
Importante estar atento aos locais preferidos das abelhas. Podem se instalar entre o forro e o telhado das casas, dentro de depósitos, casas de cachorro e, claro, nas árvores.
Normalmente, durante um ataque de abelhas, um ferrão é acompanhado por várias outros. Um ser humano alérgico pode morrer com apenas uma picada. Especialistas colocam um limite seguro de 30 picadas para uma pessoa sem alergia.
“Mas já vi casos de pessoas que resistiram até 400 picadas”, conta Marivanda Eloy.
APOSENTADA ESTAVA NA PORTA DE CASA EM ATAQUE NO POLITEAMA.
Moradora da Travessa Falcão, no Politeama, a aposentada Maria Joelina Santana de Oliveira, 83 anos, estava na porta de casa no momento de um ataque de abelhas.
Ela não resistiu às picadas e morreu no local. Outros oito moradores foram encaminhados ao 5º Centro de Saúde. Os insetos eram abelhas-européias, africanizadas e venenosas.
TIPOS DE ABELHAS.
BRASILEIRA:
Sem ferrão, são inofensivas. No máximo, quando se sentem invadidas, dão uma pequena mordida com as mandíbulas. Servem principalmente para a polinização. São menores e mais lentas.
AFRICANIZADAS: Híbridas, são a mistura das abelhas africanas com européias ou italianas. Agressivas quando importunadas, provocam a totalidade dos acidentes no Brasil. São maiores, mais rápidas e barulhentas.

COMO SE DEFENDER DOS ATAQUES.

AGITAÇÃO: Não se agite para se proteger. Apenas se afaste. A agitação e o cheiro da adrenalina atiçam as abelhas

COBERTURA: Procure não dar brecha para as picadas. Cubra o corpo com toalhas ou lençóis grossos e grandes

IRRITAÇÃO: Nunca use fumaça, incenso, água, álcool ou fogo. Isso vai irritar ainda mais as abelhas

O QUE FAZER CASO SEJA PICADO.

LIMPEZA: Lave o local com água e sabão

FERRÃO: Nunca use pinça ou as mãos para retirar o ferrão. Isso pode introduzir ainda mais o veneno na corrente sanguínea. O melhor a fazer é raspar lateralmente o local com uma lâmina. Um aparelho de barbear, por exemplo.

EMERGÊNCIA: Procure atendimento médico o mais rápido possível.

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