FONTE: Cristiane Felix, TRIBUNA DA BAHIA.
Quando o assunto é Educação na Bahia, os números preocupam. Hoje, mais de 1,1 milhão de baianos são analfabetos e, na rede pública de ensino, 80% dos alunos passam da primeira para a segunda série sem saber ler e escrever.
Com objetivo de reverter definitivamente esse quadro, os governos estadual e dos municípios, educadores e comunidades vão unir esforços para, até 2014, melhorar a qualidade da Educação na Bahia e garantir aos estudantes o direito de aprender. Para isso, foi lançado ontem o Pacto pela Educação – Todos pela Escola, programa que se baseia na integração e colaboração entre poder público e comunidades e visa combater a elevada taxa de analfabetismo no estado.
O programa estabelece metas principais para serem cumpridas em três anos. A primeira delas é a alfabetização de todos os estudantes até os oito anos de idade, principal arma para a extinção do analfabetismo escolar.
Além disso, o pacto visa a garantia do sucesso na aprendizagem dos alunos das redes públicas que apresentem dificuldades, sobretudo em Língua Portuguesa e Matemática; e a elevação do índice de aprovação para, no mínimo, 90% nas séries iniciais, 85% nas séries finais do ensino fundamental e 80% no ensino médio. Outro ponto fundamental é assegurar que escolas da rede pública da Bahia alcancem, no mínimo, os padrões do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
A Secretaria Estadual de Educação da Bahia já convocou os 417 municípios para reuniões estratégicas. Até agora, secretários e dirigentes educacionais de 285 municípios já participaram de encontros presenciais e se manifestaram a favor da adesão de seus municípios.
“Com o programa vamos mergulhar naquilo que é principal, o alicerce da educação, que é alfabetizar todas as nossas crianças e para isso, tudo vale. Com o Pacto pela Escola esperamos que o esforço não seja apenas do governador e do secretário, mas também de todos os prefeitos envolvidos e da sociedade que está além da escola”, destacou o governador Jaques Wagner, durante o lançamento da ação.
MUDANÇA – O Dia Nacional da Educação, celebrado ontem (28), foi a data escolhida para o lançamento do Pacto. Na solenidade, realizada no Instituto Anísio Teixeira, estiveram presentes, entre outras autoridades, o governador Jaques Wagner, o secretário estadual de Educação, Osvaldo Barreto, e o secretário municipal de Educação, João Carlos Bacelar Batista.
Nos seus discursos, foi unânime o reconhecimento de que a educação na Bahia vai mal e a expectativa de que, com o Pacto, a parceria entre governos e sociedade mudem o cenário educacional atual.
“Não é possível que a terra de Anísio Teixeira conviva com o analfabetismo nas suas escolas. Na rede pública, 80% dos estudantes passam da primeira para a segunda série sem saber ler e 65% chegam a quinta série sem o conhecimento que deveriam
Por isso, o Pacto pela Educação, conta com a adesão entusiasmada do Município de Salvador”, garantiu o secretário municipal de Educação, João Carlos Bacelar.
Municípios e Estado.
Na oportunidade, o secretário estadual Osvaldo Barreto apresentou o plano de ações e metas de Estado e Municípios para a gestão 2011-2014, que foi agrupado dez compromissos para fortalecer a escola pública na Bahia.
Entre eles, a ampliação do acesso à educação integral, a valorização e formação dos profissionais, o fortalecimento da gestão democrática participativa na rede e o desenvolvimento de jovens para o mundo do trabalho e na vida social.
“É uma vergonha que a terra de Castro Alves, Cosme de Farias e Anísio Teixeira ainda tenhamos um milhão de habitantes analfabetos. O espírito do pacto é entender que, apesar de termos partidos, precisamos unir esforços e ter responsabilidades diante da Educação. Isso é apenas um começo. Estamos encarando o problema, planejando a solução e trabalhando para concretizá-la”, disse o governador Wagner.
O Pacto pela Educação – Todos pela Escola também propõe como compromissos a viabilização dos professores alfabetizadores nos cursos de formação, a responsabilidade pela equipe gestora, a oferta de reforço escolar, a implantação de cantinhos de leitura e o fornecimento de materiais e equipamentos, como livros de literatura, computadores e inassumem compromissos sólidos.
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