quinta-feira, 28 de abril de 2011

O ZELADOR DA FONTE...

Conta uma lenda austríaca que em determinado povoado, havia um pacato habitante da floresta que foi contratado pelo Conselho Municipal para cuidar das piscinas que guarneciam a fonte de água da comunidade.


O cavalheiro com silenciosa regularidade, inspecionava as colinas, retirava folhas e galhos secos, limpava o limo que poderia contaminar o fluxo da corrente de água fresca.


Ninguém lhe observava as longas horas de caminhada ao redor das colinas, nem o esforço para a retirada de entulhos.


Aos poucos, o povoado começou a atrair turistas. Cisnes graciosos passaram a nadar pela água cristalina.


Rodas d'água de várias empresas da região começaram a girar dia e noite.


As plantações eram naturalmente irrigadas, a paisagem vista dos restaurantes era de uma beleza extraordinária.


Os anos foram passando. Certo dia, o Conselho da cidade se reuniu, como fazia semestralmente.


Um dos membros do Conselho resolveu inspecionar o orçamento e colocou os olhos no salário pago ao zelador da fonte.


De imediato, alertou aos demais e fez um longo discurso a respeito de como aquele velho estava sendo pago há anos, pela cidade.


E para quê? O que é que ele fazia, afinal? Era um estranho guarda da reserva florestal, sem utilidade alguma.


Seu discurso a todos convenceu. O Conselho Municipal dispensou o trabalho do zelador da fonte de imediato.


Nas semanas seguintes, nada de novo. Mas no outono, as árvores começaram a perder as folhas.


Pequenos galhos caíam nas piscinas formadas pelas nascentes.


Certa tarde, alguém notou uma coloração meio amarelada na fonte. Dois dias depois, a água estava escura.


Mais uma semana e uma película de lodo cobria toda a superfície ao longo das margens.


O mau cheiro começou a ser exalado. Os cisnes emigraram para outras bandas. As rodas d'água começaram a girar lentamente, depois pararam.


Os turistas abandonaram o local. A enfermidade chegou ao povoado. O Conselho Municipal tornou a se reunir, em sessão extraordinária e reconheceu o erro grosseiro cometido.


Imediatamente, tratou de novamente contratar o zelador da fonte.


Algumas semanas depois, as águas do autêntico rio da vida começaram a clarear.


As rodas d'água voltaram a funcionar. Voltaram os cisnes e a vida foi retomando seu curso.

* * *

Assim como o Conselho da pequena cidade, somos muitos de nós que não consideramos determinados servidores.


Aqueles que se desdobram todos os dias para que o pão chegue à nossa mesa, o mercado tenha as prateleiras abarrotadas; os corredores do hospital e da escola se mantenham limpos.


Há quem limpe as ruas, recolha o lixo, dirija o ônibus, abra os portões da empresa.


Servidores anônimos. Quase sempre passamos por eles sem vê-los.


Mas, sem seu trabalho, o nosso não poderia ser realizado ou a vida seria inviável.


O mundo é uma gigantesca empresa, onde cada um tem uma tarefa específica, mas indispensável.


Se alguém não executar o seu papel, o todo perecerá.


Dependemos uns dos outros. Para viver, para trabalhar, para ser felizes!


Pensemos nisso!



Redação do Momento Espírita com base no cap. O zelador da fonte, de Charles R. Swindoll, do livro Histórias para o coração, de Alice Gray, ed. United Press. Em 24.03.2008.

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