Segundo o dicionário, puro é o que é limpo, intocado, sem manchas ou máculas. 
Nesse sentido, pureza seria o estado de quem nunca foi tocado pelo mal, em qualquer de suas formas. 
A pureza teria de ser preservada desde a origem, pois qualquer mácula implicaria a sua perda. 
Em termos humanos, todos nasceriam puros e assim permaneceriam até que cometessem a primeira falta. 
Em tal acepção, o estado de pureza estaria para sempre perdido e fora do alcance da imensa maioria dos homens. 
Entretanto, Jesus afirmou a bem-aventurança dos puros de coração. 
Não é possível que a felicidade dos bem-aventurados seja restrita a uma ínfima minoria, pois o Cristo também disse que nenhuma de Suas ovelhas se perderia. 
Assim, o sentido da palavra pureza não pode se restringir à condição de alguém que nunca foi tocado pelo mal. 
O Espiritismo esclarece que todos os Espíritos são criados por Deus, simples e ignorantes. 
Gradualmente, à custa de suas experiências, eles desenvolvem os tesouros intelectuais e morais cujo princípio trazem no íntimo. 
São dotados de livre arbítrio, a fim de que optem pelos caminhos que lhes pareçam os melhores. 
Por vezes erram, em sua ignorância, mas os erros são apenas tropeços momentâneos na caminhada para a angelitude. 
Por conta da lei de harmonia e justiça que rege o Universo, todo equívoco deve ser reparado. 
Tem-se aí a liberdade com sua natural contraparte, a responsabilidade. 
O erro é inerente ao processo de aprendizado. 
A perfeição é atributo dos anjos. 
Após incontáveis encarnações, os Espíritos desenvolvem todos os seus potenciais e se tornam infinitamente sábios e amorosos. 
É quando se tornam puros, pois livres de todos os vícios, não mais sujeitos a erros e intrinsecamente bondosos. 
A perfeita pureza não é algo com que se nasce e pode ser perdido ao menor deslize. 
Trata-se de um estado de consciência a ser construído ao longo de muitas experiências. 
Puro não é o ignorante da realidade da vida, mas o que muito conhece e opta pelo bem, pelo belo, pelo justo. 
A pessoa impura vê o mal em toda parte e tem prazer nele. 
Como exemplo é o caso de quem observa a conduta alheia sempre disposto a ver e alardear corrupção e leviandade. 
O severo censor do próximo muitas vezes apenas afeta uma pureza que não possui. 
Intensamente desejoso de fazer algumas coisas que reputa indignas, critica com violência quem as realiza. 
A luta por vencer os próprios vícios é dura e meritória. Ninguém advogará que a criatura viva o que considera errado. 
Apenas é necessário dar um passo além e se desvencilhar emocionalmente do equívoco, para não mais gastar tempo na crítica gratuita à conduta alheia. 
Como não é ignorante, a pessoa pura identifica o mal onde realmente existe. 
Ela percebe e lamenta a desonestidade, o egoísmo, a perversão e a crueldade, mas não os valoriza. 
A pureza é algo a ser conquistado. 
Viver puramente é uma opção que se faz. 
Essa vivência implica luta e esforço, pois pressupõe abandonar maus hábitos e vencer paixões. 
Maria de Magdala é oportuno exemplo de pureza conquistada. 
Embora os grandes equívocos de seu passado, após conhecer Jesus passou a cultivar a pureza em sua vida. 
Trata-se de um eloqüente símbolo da vitória da razão e da vontade sobre a paixão e os vícios. 
Assim, tornar-se puro é possível, basta querer. 
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita.
 

 
 
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