quarta-feira, 8 de junho de 2011

FUTEBOL É COISA DO CAPIROTO...

FONTE: JOLIVALDO FREITAS, TRIBUNA DA BAHIA.


Cientistas descobriram que os fanáticos pelo futebol, os que têm fé e quem é xiita na política ou sofre de outros vícios têm reação num único ponto do cérebro e não me lembro em qual área e não vou pesquisar no Google; se você quiser e estiver curioso que dê uma chegada lá e procure, pois não vou facilitar sua vida dando moleza até mesmo para obter cultura inútil. Se vire! Interessante é que os doutos, sábios, estudiosos revelam que nem todo mundo tem este point de led dentro da cabeça.

Quem não tem não liga para estas coisas de ficar olhando 22 caras feios com pernas cabeludas e penteados de extraterrestres correndo atrás de uma esfera de material sintético (antigamente era de couro) ou fica falando com seres imaginários enquanto sobe o incenso e se alumia na luz de velas e ainda de joelhos ou com os braços estendidos e olhos revirando em transe e pior de tudo: acredita que Palocci é um Midas inocente, que Lula não sabia do Mensalão e Dilma gosta da fruta.

Eu, por exemplo (péssimo exemplo, por sinal), não gosto de futebol. Acho legal ver jogo da Seleção Brasileira, apreciar o talento de Neymar, dos Ronaldos. Ver Messi driblando todo mundo ou ver o Bahia jogando a final de um campeonato nacional. Aí é que me lasco todo. Só apreciei isso uma vez na vida, lá pelos idos dos anos 80 do século passado, quando Bobô, Charles, Paulo Rodrigues e outros foram campeões. De lá para frente não lembro de mais nada. Vagamente do Bahia caindo para a segundona e depois para a Terceira Divisão.

Isso é bom, este Alzheimer de conveniência, senão agora mesmo eu teria esperado o time tricolor no Aeroporto de Salvador, para dar de cabo de vassoura no rebanho de incompetentes. Começava dando uma sova no presidente do clube, passava pelos jogadores e suas respectivas mulheres - pois quem anda com porcos farelo come -; dava uns cascudos nos filhos enpassant, metia o relho no treinador físico, no psicólogo, na nutricionista e para não perder a viagem dava uns piparotes no office boy e mandava o chefe da torcida tomar no c... Com relação ao técnico, este eu relevava, pois já basta sofrer sendo responsável por um timeco como o atual do Bahia.

Mas na vida tem sempre um mais doente, um mais miserável, um “mais pior” que o outro. Falar nisso, só para lembrar, eu tinha um amigo, que já morreu e parece que morreu somente para não dar o braço a torcer em suas convições, cujo hábito era ser melhor (ou pior) que todo mundo em tudo. Se eu dizia que estava com febre de 49 graus ele dava um jeito de arrumar uma de 50 graus. Alguém estava com pedra no rim, ele garantia ter duas pedras. Um amigo fumante perdeu um pulmão, e ficamos esperando que ele perdesse os dois, mas ficou frustrado por não saber fumar. E morreu da forma mais absurda. Dois cunhados apostaram que nadariam do Mont Serrat até Mar Grande e foram até a metade. Ele garantiu que iria mais longe e foi. Só que o corpo apareceu boiando na Ribeira.

Nesta lógica de ter sempre um desgraçado em nível maior, vem o Vitória que está na Segunda Divisão, jogando com time de segunda e loucamente andando – como se fosse Marcha Atlética em dia de Olimpíadas – para a Terceira Divisão. Se eu fosse torcedor do rubro-negro baiano iria ao Barradão e dava um aú nos zagueiros, rabo-de-arraia no meio-campo, um tacles em todo ataque, pegava os conselheiros e metia uns “telefones” no pé do ouvido. Para não perder a viagem, enfiava os dedos nos olhos do presidente e dos conselheiros e ainda cuspia em todas as chuteiras e mijava no gramado. Depois dava uma banana, chutava e cutucava o toba do Leão do escudo.

Se assim o fizesse, já que não tenho o dom do fanatismo pelo futebol, nem fé e acho política um saco, teria também de estender o “porradaço” para outras áreas, como colocar para correr os vendilhões dos templos; vender o ouro da Igreja de São Francisco para dar aos pobres e aplicar uns safanões em Sarney, Jucá, Tarso Genro, Garotinho, Calheiros e tantos outros que estão pisando na bola. Precisamos colocar o Bahia, o Vitória e o Brasil nos eixos. Só estamos levando bola nas costas (lá nele; no bom sentido). Futebol é mesmo coisa de Belzebu. Me tira até do sério.

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