FONTE: DA EFE (www1.folha.uol.com.br).
As mulheres grávidas que decidem induzir o parto sem razão médica estão assumindo riscos desnecessários, revela estudo feito pela OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgado na sexta-feira (02).
Para este estudo, foram analisados na América Latina 37.444 partos de risco, dos quais 11.077 foram induzidos, e comparados os resultados com o restante dos partos naturais.
Foi registrado um total de 1.847 partos induzidos por escolha voluntária da mãe, 4,9% do total, tendo a oxitocina como o método mais utilizado em 83% dos casos.
Nestes casos, as mulheres apresentaram mais probabilidades de precisar de anestesia durante o parto, três vezes mais chances de ingressar na unidade de terapia intensiva, assumiram risco cinco vezes maior de histerectomia pós-parto e precisaram mais de remédios uterotônicos.
O estudo demonstra que nos partos induzidos o risco de cesárea e de outras intervenções cirúrgicas é mais elevado e a necessidade de um tempo para a recuperação é maior, o que acarreta maiores gastos médicos.
Não houve constância de riscos para os bebês, exceto pelo fato de que as mães apresentaram risco 22% maior de lactação retardada, ou seja, com seu início entre 1h e sete dias depois do parto, ao invés de na primeira hora após o nascimento, como considera norma a OMS.
A recomendação da OMS é que indução de parto seja feita somente em casos justificados por razões médicas. O organismo de saúde ressalta que os riscos de resultados adversos maternos e perinatais não compensam os benefícios.
O pesquisador da Universidade de Campinas, José Cecatti, informou que a indução de partos por reivindicação da mãe se transformou em uma prática muito comum.
"Estes pedidos ocorrem quando a mãe tem de percorrer longas distâncias de sua casa ao hospital e para se adaptar à disponibilidade do médico", disse Cecatti.
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