segunda-feira, 5 de setembro de 2011

PREVENÇÃO EVITARIA 100% DOS CASOS DE CÂNCER COLORRETAL...


FONTE: Carlos Vianna Junior, TRIBUNA DA BAHIA.

O câncer colorretal abrange tumores que atingem o cólon (intestino grosso) e o reto, e é um dos tipos que mais mata no mundo. No Brasil, é o terceiro em causa de morte, sobretudo na região sudeste, onde já ocupa o segundo lugar em incidências de óbito, só perdendo para o câncer de mama.


Apesar do grave panorama da doença no país, ela é 100% evitável, o que demonstra que o trabalho de prevenção que deveria ser feito; primeiro, pelo governo, através de campanhas, e em segundo lugar, pelos cidadãos, que mesmo sabendo dos riscos de certos hábitos, não os evitam.

De acordo com estudos recentes, a Bahia, apesar de ser parte de uma região do Brasil menos afetada, segue a tendência de crescimento dos números de casos, que no país, em 2010, chegou a 28.110.

Segundo Angelina Gama, presidente da Associação Brasileira de Prevenção do Câncer de Intestino (ABRAPRECI), o motivo de no nordeste ocorrer menos casos que nas áreas mais ao sul do país é ainda um mistério, mas essa diferença sugere que a doença tem uma relação com a urbanidade.


“Nas áreas mais urbanas do Brasil são onde estão os 90% dos casos, e os hábitos de vidas nestas localidades parecem interferir diretamente no nível de incidência”, analisa.

Um dos poucos estudos desenvolvidos na Bahia sobre a doença – realizada no Hospital Santa Isabel, em Salvador, entre 2006 e 2009 -, demonstrou que o câncer colorretal segue, no estado, a tendência do país, quanto às características dos pacientes.


Segundo o resultado do estudo, ocorreu maior incidência entre mulheres (53,7%), e a média de idade do pacientes no período da descoberta da doença foi de 57 anos, o que revela um atraso no diagnóstico.

“Se trata de um câncer ‘camarada’, que não traz prejuízos à pessoa até que já esteja num estágio avançado, o que evidencia a necessidade de rastreamento a partir dos 40 anos de vida”, explica Angelina Gama.

Em muitos casos, o câncer colorretal desenvolve-se lentamente por muitos anos. Muitos desses tipos de câncer começam como um pólipo – uma massa de tecido que se projeta no cólon. A remoção precoce do pólipo pode evitar que ele se torne um câncer.


Em estado avançado, as chances de cura é de 50%. Na fase em que ocorre a metástase, conhecida como estágio IV, quando se espalha para linfonodos e outras partes do corpo, a sobrevida de 5 anos é uma média atingida por apenas 30% dos casos.

DROGA REVOLUCINONÁRIA CHEGA AO BRASIL.
A nova geração de drogas, a qual se refere Ricardo Caponeiro, já está disponível no mercado nacional e, segundo o especialista, representa uma verdadeira revolução no tratamento da doença no estágio IV.


A droga conhecida como Vectibix é um anticorpo completamente humano, que, por essa característica, diminui muito o risco de reações do organismo dos pacientes. “Essa nova droga, além de aumentar a sobrevida dos pacientes, oferece uma qualidade de vida, que significa menos desconfortos e menos idas a hospitais”, diz.

Outra vantagem da droga está no custo do tratamento. “Ainda é caro, mas comparado com os tratamentos atuais, a nova droga oferece um barateamento nos custos que superam os 50%”, conta Caponeiro. As boas notícias não param por aí. Segundo Caponeiro, os benefícios da droga já foram percebidos em estágios menos avançados da doença, além disso, espera-se que em breve o SUS possa vir a oferecer o tratamento.

FATORES DE RISCO.
• Idade: A chance de se ter câncer colorretal aumenta após 50 anos de idade. Mais de 9 entre 10 pessoas diagnosticadas com câncer colorretal têm mais de 50 anos.


• História familiar de câncer colorretal, síndromes ou pólipos: A história positiva de parentes próximos que morreram de câncer ou várias formas de doença intestinal pode aumentar o risco.

As pessoas com história dessas doenças devem falar com seus médicos para determinar quando devem começar os testes de triagem para câncer colorretal.2


• Tabagismo: As evidências sugerem que fumar por muito tempo aumenta o risco de câncer colorretal.


• Álcool: O uso moderado de álcool (quatro ou mais doses por semana) está correlacionado com o câncer colorretal.


• Dieta, obesidade e inatividade física: A atividade física regular está associada com vários resultados positivos, inclusive com um menor risco de câncer colorretal.


Ser obeso ou estar acima do peso é fator de risco para câncer colorretal, mesmo quando há um pouco de atividade física.


Além disso, uma dieta rica em gordura, especialmente gordura de carne vermelha, pode aumentar o risco de câncer colorretal.2

SOBREVIDA AINDA É DE ALTO CUSTO.
Viver um pouco mais parece uma prolongação do sofrimento, mas, de acordo com o oncologista Ricardo Caponeiro, diretor científico da Associação Brasileira de Cuidados Paliativos, a sobrevida é algo muito requerido pelos pacientes, apesar de que as drogas usadas neste tipo de tratamento sejam de custo financeiro elevado.

“Pela minha experiência, posso dizer que é algo altamente recompensador, e cada vez mais, dado o avanço dos tratamentos nesta fase, se consegue viver por mais tempo e com melhor qualidade de vida”, diz.

Para se ter uma ideia do custo do prolongamento da vida dos pacientes destes tipos de câncer, os tratamentos mais modernos requerem o uso de drogas cuja administração mensal pode superar os 20 mil reais.


“Há casos em que os pacientes vendem seus bens para poder aproveitar o que restava da vida”, conta Caponeiro. Segundo ele, alguns desses tratamentos são acessíveis através do SUS.

Essas drogas concentram proteínas que tentam interromper a comunicação entre e células cancerígenas. As primeiras drogas deste tipo eram produzidas utilizando proteínas de ratos.

A segunda geração, trouxe em sua química proteínas parte humana e parte de cobaias. “Já existem novas drogas, compostas de proteínas totalmente humanas e que, por isso, não trazem os riscos de rejeição, na forma de diversos efeitos colaterais, que prejudicam a qualidade de vida dos pacientes”, informa o especialista.

TRIAGEM.
O risco de um indivíduo ter câncer colorretal pode ser reduzido se houver participação nos programas de triagem.


Os programas variam de país para país e incluem as seguintes possibilidades que podem ser consideradas pelos homens e pelas mulheres de risco médio a partir de 50 anos de idade :

•Exame de sangue oculto nas fezes ou teste imunohistoquímico fecal anual.


•As pesquisas científicas indicam que a triagem com teste de sangue oculto nas fezes pode reduzir as mortes de câncer de intestino em 15-20% .


•Sigmoidoscopia flexível a cada 5 anos. A sigmoidoscopia é a colocação de um tubo com iluminação pelo canal inferior do cólon através do reto. Permite que o médico olhe dentro do reto e em parte do cólon em busca de câncer ou de pólipos .


•Exame oculto mais sigmoidoscopia flexível anualmente .


•Exame radiológico com contraste do reto a cada cinco anos.11

SINAIS E SINTOMAS.
As causas dos sintomas intestinais podem variar de problemas menores, como infecções, hemorróidas ou doença intestinal inflamatória, a doenças mais graves, como inflamação do cólon ou câncer. Os sinais e sintomas específicos podem incluir:

•Alteração dos hábitos intestinais como diarréia, constipação ou estreitamento das fezes que duram mais do que alguns dias.


•Sente a necessidade de evacuar, mas não sente alívio ao terminar a evacuação.


•Sangramento retal ou sangue nas fezes.


•Cólicas ou dor abdominal contínua.


•Fraqueza e fadiga.

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