FONTE: Carlos Vianna Junior, TRIBUNA DA BAHIA.
O câncer colorretal abrange tumores que atingem o cólon (intestino grosso) e o reto, e é um dos tipos que mais mata no mundo. No Brasil, é o terceiro em causa de morte, sobretudo na região sudeste, onde já ocupa o segundo lugar em incidências de óbito, só perdendo para o câncer de mama.
Apesar do grave panorama da doença no país, ela é 100% evitável, o que demonstra que o trabalho de prevenção que deveria ser feito; primeiro, pelo governo, através de campanhas, e em segundo lugar, pelos cidadãos, que mesmo sabendo dos riscos de certos hábitos, não os evitam.
De acordo com estudos recentes, a Bahia, apesar de ser parte de uma região do Brasil menos afetada, segue a tendência de crescimento dos números de casos, que no país, em 2010, chegou a 28.110.
Segundo Angelina Gama, presidente da Associação Brasileira de Prevenção do Câncer de Intestino (ABRAPRECI), o motivo de no nordeste ocorrer menos casos que nas áreas mais ao sul do país é ainda um mistério, mas essa diferença sugere que a doença tem uma relação com a urbanidade.
“Nas áreas mais urbanas do Brasil são onde estão os 90% dos casos, e os hábitos de vidas nestas localidades parecem interferir diretamente no nível de incidência”, analisa.
Um dos poucos estudos desenvolvidos na Bahia sobre a doença – realizada no Hospital Santa Isabel, em Salvador, entre 2006 e 2009 -, demonstrou que o câncer colorretal segue, no estado, a tendência do país, quanto às características dos pacientes.
Segundo o resultado do estudo, ocorreu maior incidência entre mulheres (53,7%), e a média de idade do pacientes no período da descoberta da doença foi de 57 anos, o que revela um atraso no diagnóstico.
“Se trata de um câncer ‘camarada’, que não traz prejuízos à pessoa até que já esteja num estágio avançado, o que evidencia a necessidade de rastreamento a partir dos 40 anos de vida”, explica Angelina Gama.
Em muitos casos, o câncer colorretal desenvolve-se lentamente por muitos anos. Muitos desses tipos de câncer começam como um pólipo – uma massa de tecido que se projeta no cólon. A remoção precoce do pólipo pode evitar que ele se torne um câncer.
Em estado avançado, as chances de cura é de 50%. Na fase em que ocorre a metástase, conhecida como estágio IV, quando se espalha para linfonodos e outras partes do corpo, a sobrevida de 5 anos é uma média atingida por apenas 30% dos casos.
DROGA REVOLUCINONÁRIA CHEGA AO BRASIL.
A nova geração de drogas, a qual se refere Ricardo Caponeiro, já está disponível no mercado nacional e, segundo o especialista, representa uma verdadeira revolução no tratamento da doença no estágio IV.
A nova geração de drogas, a qual se refere Ricardo Caponeiro, já está disponível no mercado nacional e, segundo o especialista, representa uma verdadeira revolução no tratamento da doença no estágio IV.
A droga conhecida como Vectibix é um anticorpo completamente humano, que, por essa característica, diminui muito o risco de reações do organismo dos pacientes. “Essa nova droga, além de aumentar a sobrevida dos pacientes, oferece uma qualidade de vida, que significa menos desconfortos e menos idas a hospitais”, diz.
Outra vantagem da droga está no custo do tratamento. “Ainda é caro, mas comparado com os tratamentos atuais, a nova droga oferece um barateamento nos custos que superam os 50%”, conta Caponeiro. As boas notícias não param por aí. Segundo Caponeiro, os benefícios da droga já foram percebidos em estágios menos avançados da doença, além disso, espera-se que em breve o SUS possa vir a oferecer o tratamento.
FATORES DE RISCO.
• Idade: A chance de se ter câncer colorretal aumenta após 50 anos de idade. Mais de 9 entre 10 pessoas diagnosticadas com câncer colorretal têm mais de 50 anos.
• Idade: A chance de se ter câncer colorretal aumenta após 50 anos de idade. Mais de 9 entre 10 pessoas diagnosticadas com câncer colorretal têm mais de 50 anos.
• História familiar de câncer colorretal, síndromes ou pólipos: A história positiva de parentes próximos que morreram de câncer ou várias formas de doença intestinal pode aumentar o risco.
As pessoas com história dessas doenças devem falar com seus médicos para determinar quando devem começar os testes de triagem para câncer colorretal.2
• Tabagismo: As evidências sugerem que fumar por muito tempo aumenta o risco de câncer colorretal.
• Álcool: O uso moderado de álcool (quatro ou mais doses por semana) está correlacionado com o câncer colorretal.
• Dieta, obesidade e inatividade física: A atividade física regular está associada com vários resultados positivos, inclusive com um menor risco de câncer colorretal.
Ser obeso ou estar acima do peso é fator de risco para câncer colorretal, mesmo quando há um pouco de atividade física.
Além disso, uma dieta rica em gordura, especialmente gordura de carne vermelha, pode aumentar o risco de câncer colorretal.2
SOBREVIDA AINDA É DE ALTO CUSTO.
Viver um pouco mais parece uma prolongação do sofrimento, mas, de acordo com o oncologista Ricardo Caponeiro, diretor científico da Associação Brasileira de Cuidados Paliativos, a sobrevida é algo muito requerido pelos pacientes, apesar de que as drogas usadas neste tipo de tratamento sejam de custo financeiro elevado.
Viver um pouco mais parece uma prolongação do sofrimento, mas, de acordo com o oncologista Ricardo Caponeiro, diretor científico da Associação Brasileira de Cuidados Paliativos, a sobrevida é algo muito requerido pelos pacientes, apesar de que as drogas usadas neste tipo de tratamento sejam de custo financeiro elevado.
“Pela minha experiência, posso dizer que é algo altamente recompensador, e cada vez mais, dado o avanço dos tratamentos nesta fase, se consegue viver por mais tempo e com melhor qualidade de vida”, diz.
Para se ter uma ideia do custo do prolongamento da vida dos pacientes destes tipos de câncer, os tratamentos mais modernos requerem o uso de drogas cuja administração mensal pode superar os 20 mil reais.
“Há casos em que os pacientes vendem seus bens para poder aproveitar o que restava da vida”, conta Caponeiro. Segundo ele, alguns desses tratamentos são acessíveis através do SUS.
Essas drogas concentram proteínas que tentam interromper a comunicação entre e células cancerígenas. As primeiras drogas deste tipo eram produzidas utilizando proteínas de ratos.
A segunda geração, trouxe em sua química proteínas parte humana e parte de cobaias. “Já existem novas drogas, compostas de proteínas totalmente humanas e que, por isso, não trazem os riscos de rejeição, na forma de diversos efeitos colaterais, que prejudicam a qualidade de vida dos pacientes”, informa o especialista.
TRIAGEM.
O risco de um indivíduo ter câncer colorretal pode ser reduzido se houver participação nos programas de triagem.
O risco de um indivíduo ter câncer colorretal pode ser reduzido se houver participação nos programas de triagem.
Os programas variam de país para país e incluem as seguintes possibilidades que podem ser consideradas pelos homens e pelas mulheres de risco médio a partir de 50 anos de idade :
•Exame de sangue oculto nas fezes ou teste imunohistoquímico fecal anual.
•As pesquisas científicas indicam que a triagem com teste de sangue oculto nas fezes pode reduzir as mortes de câncer de intestino em 15-20% .
•Sigmoidoscopia flexível a cada 5 anos. A sigmoidoscopia é a colocação de um tubo com iluminação pelo canal inferior do cólon através do reto. Permite que o médico olhe dentro do reto e em parte do cólon em busca de câncer ou de pólipos .
•Exame oculto mais sigmoidoscopia flexível anualmente .
•Exame radiológico com contraste do reto a cada cinco anos.11
SINAIS E SINTOMAS.
As causas dos sintomas intestinais podem variar de problemas menores, como infecções, hemorróidas ou doença intestinal inflamatória, a doenças mais graves, como inflamação do cólon ou câncer. Os sinais e sintomas específicos podem incluir:
As causas dos sintomas intestinais podem variar de problemas menores, como infecções, hemorróidas ou doença intestinal inflamatória, a doenças mais graves, como inflamação do cólon ou câncer. Os sinais e sintomas específicos podem incluir:
•Alteração dos hábitos intestinais como diarréia, constipação ou estreitamento das fezes que duram mais do que alguns dias.
•Sente a necessidade de evacuar, mas não sente alívio ao terminar a evacuação.
•Sangramento retal ou sangue nas fezes.
•Cólicas ou dor abdominal contínua.
•Fraqueza e fadiga.
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