FONTE: IARA BIDERMAN, DE SÃO PAULO (www1.folha.uol.com.br).
Ao ser abordado em uma balada de São Paulo para participar da reportagem sobre bebida energética, o estudante Mateus Isaac, 18 anos, pergunta: "Isso faz muito mal?".
Não. Do ponto de vista toxicológico, a mistura não ajuda nem atrapalha, segundo o educador físico e doutor em psicobiologia Sionaldo Ferreira, da Unifesp.
É terça-feira, e Mateus divide com dois amigos uma garrafa de vodca e cinco latas de bebida energética, que vêm juntas no balde de gelo. O combinado sai por R$ 350.
Sionaldo fez um experimento com camundongos que consumiram álcool isolado ou misturado com energético. "Os efeitos no fígado, nos rins, no coração e no cérebro dos animais foram iguais nos dois casos", diz.
A diferença é que o energético aumentou o efeito excitante do álcool nos animais. Essa efeito estimula o centro de recompensa do cérebro. "Há chance desse efeito prazeroso levar à repetição do uso e ajudar a criar dependência", diz Ferreira.
O energético também pode induzir o consumo por deixar o álcool mais palatável.
"Não tomo energético puro nem durante o dia. Só em balada, para amenizar o sabor da vodca", diz o comerciante Fabrizio Di Nisio, 21anos. Ele afirma que a mistura nunca lhe fez mal.
Já o corretor Cléber Sopino, 23 anos, diz que quando toma não consegue dormir: "Tenho taquicardia e acordo zoado".
As quantidades de cafeína dos energéticos não são enormes, mas podem afetar pessoas sensíveis à substância.
"Os limites máximos de consumo são individuais", diz a nutricionista Lara Natacci, que assessora um programa no Incor, do Hospital das Clínicas de São Paulo.
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