FONTE: Ivan de Carvalho, TRIBUNA DA BAHIA.
Nos últimos dias, a sucessão presidencial passa por uma mudança importante, ainda que já esperada – o enterro da candidatura do ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes pelo PSB para atender à estratégia do Palácio do Planalto de fazer uma campanha bipolarizada, com debate centrado somente na comparação dos governos FHC e Lula, como se a história do Brasil andasse para trás.
Há todo um esforço do presidente Lula, do PT e do próprio PSB com o objetivo de passar à opinião pública a impressão de que tanto Lula quanto sua candidata Dilma Rousseff, bem como o governo e o PT, nada têm a ver com o fim da candidatura de Ciro (seria a terceira vez que ele disputaria a Presidência da República, caso não o houvessem barrado).
O esforço é para que o fim da candidatura, à revelia do candidato, pareça de responsabilidade apenas do PSB, de modo a reduzir os estragos que uma reação forte de Ciro contra o jogo montado pelo presidente da República e o PT, em conjunto com a direção do PSB, possa causar, digamos, indiretamente, à candidatura de Dilma Rousseff à sucessão de Lula.
Provavelmente para impedir, tanto quanto possível, que esta falsa versão de uma decisão solo do PSB acabe se impondo pela força da repetição, Ciro Gomes já deixou absolutamente claro que sua candidatura morreu e deu estocadas, em entrevista ao portal iG, no presidente Lula e em dirigentes do seu partido, chegando ainda a afirmar que o candidato José Serra (PSDB) é mais preparado que a candidata Dilma Rousseff (PT) para enfrentar eventuais crises econômicas que venham a surgir.
Este elogio contido a Serra em contexto em que o tucano é com vantagem comparado à candidata governista a presidente pode ser um rompante de ira política de Ciro ao ver-se traído – é assim que ele vem se considerando, ante a ação bem-sucedida do Planalto para pôr fim à sua candidatura – mas não se pode descartar que represente algo mais na posição do ex-candidato do PSB.
Ciro Gomes e José Serra eram não somente adversários políticos como havia entre eles uma inimizade pessoal. Sombras da sucessão presidencial de 2002. Há poucos dias, vendo o golpe que o governismo no Planalto e no PSB ultimava contra Ciro, Serra deu declaração afirmando que Ciro tem “uma pinimba comigo, mas é de mão única” e que ele, Serra, nada tem “que se oponha” a Ciro.
Resta esperar um pouco mais de tempo para ver que rumo tomará Ciro, ver se aprofunda o rompimento já aberto com o governismo – disse que Lula “viaja na maionese” e “está se sentindo o todo-poderoso e acha que vai batizar Dilma presidente da República”.
O PSB se prepara para formalizar na terça-feira a decisão de não ter candidato próprio à sucessão de Lula e para apoiar Dilma Rousseff. Depois disso, Ciro – que, impedido de concorrer a presidente, não disputará qualquer outro mandato nas eleições de outubro – ficará mais à vontade para aprofundar, ou não, seu rompimento com o governo.
No caso de uma pessoa com o temperamento e o caráter dele, só esperando para ver.
Nos últimos dias, a sucessão presidencial passa por uma mudança importante, ainda que já esperada – o enterro da candidatura do ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes pelo PSB para atender à estratégia do Palácio do Planalto de fazer uma campanha bipolarizada, com debate centrado somente na comparação dos governos FHC e Lula, como se a história do Brasil andasse para trás.
Há todo um esforço do presidente Lula, do PT e do próprio PSB com o objetivo de passar à opinião pública a impressão de que tanto Lula quanto sua candidata Dilma Rousseff, bem como o governo e o PT, nada têm a ver com o fim da candidatura de Ciro (seria a terceira vez que ele disputaria a Presidência da República, caso não o houvessem barrado).
O esforço é para que o fim da candidatura, à revelia do candidato, pareça de responsabilidade apenas do PSB, de modo a reduzir os estragos que uma reação forte de Ciro contra o jogo montado pelo presidente da República e o PT, em conjunto com a direção do PSB, possa causar, digamos, indiretamente, à candidatura de Dilma Rousseff à sucessão de Lula.
Provavelmente para impedir, tanto quanto possível, que esta falsa versão de uma decisão solo do PSB acabe se impondo pela força da repetição, Ciro Gomes já deixou absolutamente claro que sua candidatura morreu e deu estocadas, em entrevista ao portal iG, no presidente Lula e em dirigentes do seu partido, chegando ainda a afirmar que o candidato José Serra (PSDB) é mais preparado que a candidata Dilma Rousseff (PT) para enfrentar eventuais crises econômicas que venham a surgir.
Este elogio contido a Serra em contexto em que o tucano é com vantagem comparado à candidata governista a presidente pode ser um rompante de ira política de Ciro ao ver-se traído – é assim que ele vem se considerando, ante a ação bem-sucedida do Planalto para pôr fim à sua candidatura – mas não se pode descartar que represente algo mais na posição do ex-candidato do PSB.
Ciro Gomes e José Serra eram não somente adversários políticos como havia entre eles uma inimizade pessoal. Sombras da sucessão presidencial de 2002. Há poucos dias, vendo o golpe que o governismo no Planalto e no PSB ultimava contra Ciro, Serra deu declaração afirmando que Ciro tem “uma pinimba comigo, mas é de mão única” e que ele, Serra, nada tem “que se oponha” a Ciro.
Resta esperar um pouco mais de tempo para ver que rumo tomará Ciro, ver se aprofunda o rompimento já aberto com o governismo – disse que Lula “viaja na maionese” e “está se sentindo o todo-poderoso e acha que vai batizar Dilma presidente da República”.
O PSB se prepara para formalizar na terça-feira a decisão de não ter candidato próprio à sucessão de Lula e para apoiar Dilma Rousseff. Depois disso, Ciro – que, impedido de concorrer a presidente, não disputará qualquer outro mandato nas eleições de outubro – ficará mais à vontade para aprofundar, ou não, seu rompimento com o governo.
No caso de uma pessoa com o temperamento e o caráter dele, só esperando para ver.
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