segunda-feira, 12 de abril de 2010

PARKINSON JÁ ATINGE 200 MIL BRASILEIROS...

FONTE: Noemi Flores, TRIBUNA DA BAHIA.

Ontem foi o Dia Nacional do Parkinsoniano e hoje acontece o II Encontro do Gruparkinson Bahia. O objetivo do evento, que começa às 8 horas, no auditório do Creasi (Centro de Referência Estadual de Atenção à Saúde do Idoso), na Avenida ACM, com entrada gratuita, é informar a população sobre a Doença de Parkinson, especialmente os portadores, familiares e cuidadores, ou seja aqueles que convivem diariamente com a doença, e agregar novos membros.
A divulgação de uma cartilha também será um dos destaques do encontro, pois vai esclarecer à pessoa portadora da doença e aos familiares sobre os direitos que possui: remédio gratuito, o saque do FGTS, aposentadoria, redução em 30% na aquisição de automóvel, quitação da casa própria, isenção no imposto de renda e na tarifa de transportes urbanos.
A estimativa é de que no Brasil existam cerca de 200 mil parkinsonianos, a maioria com mais de 60 anos, ou seja, todos na faixa de se aposentar ou já efetivamente aposentados. No encontro baiano, renomados profissionais de saúde serão palestrantes, ocasião em que irão fornecer informações sobre pesquisas, tratamentos, além de orientação sobre os direitos do portador, promovendo integração social, divulgando e sensibilizando a opinião pública e os meios de comunicação sobre a Doença de Parkinson. A psicóloga Clara Nakaguawa, mestre em Psicologia Clínica pela USP, mestre em Ciências da Saúde pela UBC, Gerontologista Social (FMUSP), vice-presidente da Associação Brasil Parkinson, São Paulo, aborda o tema Cuidados com o cuidador; e o médico Rogério Matos Araújo, mestre em Urologia, titular da Sociedade Brasileira de Urologia, mestre em Ciências pelo HC (FMUSP-SP), professor de Urologia da Faculdade de Medicina da FTC-BA, fala sobre os problemas urinários que acometem os portadores da doença de Parkinson.
Já a fonoaudióloga Ana Calina Nóbrega, doutora pela UFBa, coordenadora do curso de graduação do Instituto de Ciências da Saúde, encerra o evento com a palestra sobre deglutição e motricidade oral .
A doença de Parkinson é uma enfermidade que foi descrita pela primeira vez em 1817, pelo médico inglês James Parkinson.Trata-se de uma doença neurológica, que afeta os movimentos da pessoa. Não é uma doença fatal, nem contagiosa, não afeta a memória ou a capacidade intelectual do parkinsoniano. É uma doença neurológica, que afeta os movimentos da pessoa. Causa tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio, e alterações na fala e na escrita.
Também não há evidências de que seja hereditária. Apesar dos avanços científicos, o mal de Parkinson ainda continua incurável, é progressivo (variável em cada paciente) e a sua causa ainda continua desconhecida até hoje.
MAL TAMBÉM ATINGE JOVENS.
Os sintomas da doença variam de pessoa para pessoa e podem mudar com o passar do tempo. E pode acontecer com pessoas mais jovens, como é o caso de João Luiz Pinto, 49, engenheiro eletricista, da Infraero, que se encontra afastado devido à doença. Ele descobriu ser portador aos 42, o que para os especialista era uma condição atípica para a sua idade, já que a doença costuma acometer pessoas idosas. Segundo o engenheiro, o tremor é o sintoma que menos lhe perturba: “a lentidão dos movimentos, a dificuldade para iniciar a marcha e a rigidez muscular interferem e incomodam mais”, afirma.
A doença levou João Luiz a desenvolver uma bengala de metal adaptada – com a extremidade curvada em “L”, criando uma espécie de obstáculo – utilizada para facilitar a marcha em terrenos planos. A bengala chamou a atenção de alguns médicos e fisioterapeutas, que estão buscando literatura científica sobre o uso do obstáculo como facilitador para portadores de Parkinson. “Não sei ainda se pode ser utilizado por todos os portadores da DP, mas para mim é uma solução”, afirma o engenheiro.
Para o presidente do Gruparkinson Bahia, Genário Lemos Couto “como leigo e portador da Doença de Parkinson, digo que a doença é acompanhada no ‘olhômetro’, na base da observação. Couto acrescenta a importância do evento ter a participação de vários profissionais e estudantes da área de saúde porque “o portador de Parkinson é assistido por um grupo de profissionais de diversas especialidades que precisam trocar informações entre si sobre o paciente. Infelizmente, profissionais médicos em geral, salvo raras e honrosas exceções, não trocam informações sobre pacientes em comum.”

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