FONTE: *** CORREIO DA BAHIA.
O pregador oficial do papa Bento XVI comparou nesta sexta-feira (2) as acusações contra o pontífice e a igreja católica em casos de escândalos de pedofilia à 'violência coletiva' sofrida pelos judeus.
As reações de grupos judaicos e vítimas de abuso sexual por parte de padres à comparação variaram do ceticismo à fúria. A declaração do reverendo Raniero Cantalamessa foi dada durante a missa da Sexta Feira Santa, diante do papa, na Basílica de São Pedro. Cantalamessa afirmou que um amigo judeu lhe escreveu dizendo que as acusações se assemelhavam 'aos aspectos mais vergonhosos do antissemitismo'. Milhares de fiéis estavam na Praça São Pedro e viram a igreja católica se defender contra as acusações de que Bento XVI teria agido para acobertar casos de abuso sexual cometidos por padres. A coincidência de datas entre a Páscoa Católica - que marca a morte e ressurreição de Cristo - e a Páscoa Judaica - a travessia do povo judeu pelo deserto rumo à Terra Santa - teria incentivado Cantalamessa a refletir sobre o povo judeu, afirmou. 'Eles sabem por experiência própria o que significa ser vítima da violência coletiva, e também por causa disso eles sabem reconhecer rapidamente os sintomas recorrentes disso', disse o assessor do papa. Stephan Kramer, secretário geral do Conselho Central de Judeus da Alemanha, disse que as afirmações de Cantalamessa são de 'uma insolência jamais vista'. 'É repulsivo, obsceno e sobretudo ofensivo a todas as vítimas de abuso, bem como a todas as vítimas do Holocausto', declarou Kramer. 'Até o momento eu nunca vi São Pedro pegar fogo, e também não houve explosões de violência contra padres católicos. Estou sem palavras. O Vaticano agora tenta transformar algozes em vítimas.' O rabino Gary Greenebaum, diretor de relações inter-religiosas para o Comitê Americano-Judaico, se referiu aos comentários de Cantalamessa como 'um uso infeliz de palavras'. 'A violência coletiva contra os judeus resultou na morte de 6 milhões de pessoas, enquanto a violência coletiva citada por ele não levou a assassinatos nem destruição, mas talvez ataque ao caráter', ponderou Greenebaum. Citando a carta do amigo judeu, que não foi identificado por Cantalamessa, o padre afirmou que seu interlocutor estaria acompanhando 'com indignação os ataques violentos e concêntricos contra a igreja, o papa e todos os fiéis do mundo inteiro'. 'O uso de estereótipos, a transferência de responsabilidades pessoais à culpa coletiva me lembram os aspectos mais vergonhosos do antissemitismo', Cantalamessa afirmou que seu amigo teria escrito. Durante o sermão, ele se referiu aos abusos sexuais contra crianças cometidos por padres, alegando que 'infelizmente, não poucos elementos do clérigo estão manchados' pela violência. Mas Cantalamessa afirmou que não gostaria de discutir os casos de pedofilia, já que 'há discussões suficientes fora daqui'. Peter Isely, diretor de uma associação de vítimas de abusos de padres com base em Milwaukee, nos EUA, classificou a analogia com o antissemitismo de 'inconsequente e irresponsável'. 'Eles estão sentados no palácio papal, experimentando um certo desconforto, e se comparam a estarem cercados como gado e enviados a Auschwitz?', questionou. 'Não pode ser sério.' Bento XVI não falou depois da cerimônia, mas, em uma voz aparentemente cansada, conduziu orações. Ele se curvou para remover um pano vermelho que cobria um crucifixo, que foi passado a ele por um auxiliar. Tirou os sapatos, ajoelhou-se e rezou diante da cruz.
ONDA INTERNACIONAL DE PROTESTOS.
O pregador oficial do papa Bento XVI comparou nesta sexta-feira (2) as acusações contra o pontífice e a igreja católica em casos de escândalos de pedofilia à 'violência coletiva' sofrida pelos judeus.
As reações de grupos judaicos e vítimas de abuso sexual por parte de padres à comparação variaram do ceticismo à fúria. A declaração do reverendo Raniero Cantalamessa foi dada durante a missa da Sexta Feira Santa, diante do papa, na Basílica de São Pedro. Cantalamessa afirmou que um amigo judeu lhe escreveu dizendo que as acusações se assemelhavam 'aos aspectos mais vergonhosos do antissemitismo'. Milhares de fiéis estavam na Praça São Pedro e viram a igreja católica se defender contra as acusações de que Bento XVI teria agido para acobertar casos de abuso sexual cometidos por padres. A coincidência de datas entre a Páscoa Católica - que marca a morte e ressurreição de Cristo - e a Páscoa Judaica - a travessia do povo judeu pelo deserto rumo à Terra Santa - teria incentivado Cantalamessa a refletir sobre o povo judeu, afirmou. 'Eles sabem por experiência própria o que significa ser vítima da violência coletiva, e também por causa disso eles sabem reconhecer rapidamente os sintomas recorrentes disso', disse o assessor do papa. Stephan Kramer, secretário geral do Conselho Central de Judeus da Alemanha, disse que as afirmações de Cantalamessa são de 'uma insolência jamais vista'. 'É repulsivo, obsceno e sobretudo ofensivo a todas as vítimas de abuso, bem como a todas as vítimas do Holocausto', declarou Kramer. 'Até o momento eu nunca vi São Pedro pegar fogo, e também não houve explosões de violência contra padres católicos. Estou sem palavras. O Vaticano agora tenta transformar algozes em vítimas.' O rabino Gary Greenebaum, diretor de relações inter-religiosas para o Comitê Americano-Judaico, se referiu aos comentários de Cantalamessa como 'um uso infeliz de palavras'. 'A violência coletiva contra os judeus resultou na morte de 6 milhões de pessoas, enquanto a violência coletiva citada por ele não levou a assassinatos nem destruição, mas talvez ataque ao caráter', ponderou Greenebaum. Citando a carta do amigo judeu, que não foi identificado por Cantalamessa, o padre afirmou que seu interlocutor estaria acompanhando 'com indignação os ataques violentos e concêntricos contra a igreja, o papa e todos os fiéis do mundo inteiro'. 'O uso de estereótipos, a transferência de responsabilidades pessoais à culpa coletiva me lembram os aspectos mais vergonhosos do antissemitismo', Cantalamessa afirmou que seu amigo teria escrito. Durante o sermão, ele se referiu aos abusos sexuais contra crianças cometidos por padres, alegando que 'infelizmente, não poucos elementos do clérigo estão manchados' pela violência. Mas Cantalamessa afirmou que não gostaria de discutir os casos de pedofilia, já que 'há discussões suficientes fora daqui'. Peter Isely, diretor de uma associação de vítimas de abusos de padres com base em Milwaukee, nos EUA, classificou a analogia com o antissemitismo de 'inconsequente e irresponsável'. 'Eles estão sentados no palácio papal, experimentando um certo desconforto, e se comparam a estarem cercados como gado e enviados a Auschwitz?', questionou. 'Não pode ser sério.' Bento XVI não falou depois da cerimônia, mas, em uma voz aparentemente cansada, conduziu orações. Ele se curvou para remover um pano vermelho que cobria um crucifixo, que foi passado a ele por um auxiliar. Tirou os sapatos, ajoelhou-se e rezou diante da cruz.
ONDA INTERNACIONAL DE PROTESTOS.
Uma onda de escândalos, por parte de padres pedófilos, tem abalado a Igreja Católica em vários países da Europa, entre eles a Alemanha, terra natal do papa, assim como os Estados Unidos, onde foram denunciados milhares de casos na primeira década de 2000. Nos Estados Unidos, um advogado apresentou em uma corte do Kentucky (centro-leste) uma petição para que o papa Bento XVI testemunhe sob juramento no âmbito dos processos contra os padres pedófilos. Walsh disse que 'atualmente a credibilidade do Vaticano está abaixo de zero por tudo o que fizeram para encobrir tudo isso durante séculos e intimidar suas próprias vítimas. Queremos justiça e queremos a verdade'.
*** As informações são do G1.
*** As informações são do G1.
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