FONTE: Ivan de Carvalho, TRIBUNA DA BAHIA.
Quando o PSDB e o DEM pactuaram o que era natural, tendo em vista a conjuntura partidária criada pelas eleições de 86 (e alguns fatos subsequentes e anexos, a exemplo de adesões ao governismo), fazer coligação para as eleições presidenciais, ficou combinado que o candidato a presidente seria um tucano e seu companheiro de chapa, um democrata. Isso também seria o natural. A certa altura do caminho, fixada a candidatura do tucano e então governador paulista José Serra a presidente, surgiu forte a tese de que a melhor maneira de unir os dois maiores colégios eleitorais do país seria colocar como vice na chapa de Serra o então governador mineiro e também tucano Aécio Neves, que andara tentando, sem êxito, firmar sua candidatura a presidente. Fazia todo sentido. Mas Aécio não quis. Apresentou contra-argumentos, tipo desconversa de mineiro, mas não é isso que agora interessa. Interessa é que o Democratas, compreensivo, para reforçar o apelo a Aécio, comunicou ao PSDB que, em favor de Aécio, abriria mão da vice. Estaria tudo bem para o DEM uma chapa Serra-Aécio. Tendo Aécio recusado a honraria da candidatura a vice, o PSDB passou a falar em chapa “puro sangue” sem Aécio mesmo. O DEM avisou que não: só abria mão da vice em favor de Aécio e de mais ninguém. Desconfiado, marcou sua convenção nacional para amanhã, finalzinho do prazo. Pois aí o PSDB foi empurrando a questão com a barriga e então disparou uma surpresa de última hora: o vice de Serra seria o senador tucano Álvaro Dias, do Paraná. Dois objetivos: resolver uma situação no Paraná, deixando Dilma Rousseff sem palanque nesse estado e evitar um vice de um partido que foi atingido (ainda que só em sua seção de Brasília) pelo escândalo envolvendo o governo de José Roberto Arruda. O ex-senador democrata Jorge Bornhausen foi sondado na véspera do anúncio sobre a possibilidade de Álvaro Dias ser o vice e desaconselhou, advertindo para “problemas” que surgiriam. No dia seguinte, o DEM soube que o vice era Dias pelo twitter do presidente do PTB, Roberto Jefferson. O DEM subiu nos cascos. Os deputados Rodrigo Maia, presidente, e Paulo Bornhausen, líder na Câmara, disseram que de jeito nenhum o DEM aceitaria. Mas como reagir? A primeira ideia, externada por Rodrigo Maia, foi a de lançar um vice na convenção e o PSDB que desse o passo seguinte. Outras alternativas: o DEM recua e aceita Álvaro Dias; o DEM rompe e lança candidato a presidente (quem, se não preparou ninguém? Aliás, isto mereceria uma análise à parte). Mas o DEM não está unido sobre o que fazer. Até a tarde de ontem, havia apenas concordado em não repetir as críticas públicas à escolha feita pelo PSDB sem sua aprovação. Havia uma reunião do DEM marcada para a noite, mas só se realizaria se já houvesse um acordo. O líder no Senado, José Agripino, e o ex-senador Bornhausen são a favor do “diálogo”, uma solução negociada.
Mas qual? A rendição, talvez, em nome do objetivo maior, do esforço de vitória eleitoral. Para completar: o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, disse ontem, à rádio CBN, temer que a reação do DEM comprometa a vitória de José Serra na eleição presidencial. É. É mesmo... Mas espera aí. A reação do DEM ou a ação dominadora do PSDB, na convicção de que o DEM não terá alternativa real para se contrapor a ela?
Quando o PSDB e o DEM pactuaram o que era natural, tendo em vista a conjuntura partidária criada pelas eleições de 86 (e alguns fatos subsequentes e anexos, a exemplo de adesões ao governismo), fazer coligação para as eleições presidenciais, ficou combinado que o candidato a presidente seria um tucano e seu companheiro de chapa, um democrata. Isso também seria o natural. A certa altura do caminho, fixada a candidatura do tucano e então governador paulista José Serra a presidente, surgiu forte a tese de que a melhor maneira de unir os dois maiores colégios eleitorais do país seria colocar como vice na chapa de Serra o então governador mineiro e também tucano Aécio Neves, que andara tentando, sem êxito, firmar sua candidatura a presidente. Fazia todo sentido. Mas Aécio não quis. Apresentou contra-argumentos, tipo desconversa de mineiro, mas não é isso que agora interessa. Interessa é que o Democratas, compreensivo, para reforçar o apelo a Aécio, comunicou ao PSDB que, em favor de Aécio, abriria mão da vice. Estaria tudo bem para o DEM uma chapa Serra-Aécio. Tendo Aécio recusado a honraria da candidatura a vice, o PSDB passou a falar em chapa “puro sangue” sem Aécio mesmo. O DEM avisou que não: só abria mão da vice em favor de Aécio e de mais ninguém. Desconfiado, marcou sua convenção nacional para amanhã, finalzinho do prazo. Pois aí o PSDB foi empurrando a questão com a barriga e então disparou uma surpresa de última hora: o vice de Serra seria o senador tucano Álvaro Dias, do Paraná. Dois objetivos: resolver uma situação no Paraná, deixando Dilma Rousseff sem palanque nesse estado e evitar um vice de um partido que foi atingido (ainda que só em sua seção de Brasília) pelo escândalo envolvendo o governo de José Roberto Arruda. O ex-senador democrata Jorge Bornhausen foi sondado na véspera do anúncio sobre a possibilidade de Álvaro Dias ser o vice e desaconselhou, advertindo para “problemas” que surgiriam. No dia seguinte, o DEM soube que o vice era Dias pelo twitter do presidente do PTB, Roberto Jefferson. O DEM subiu nos cascos. Os deputados Rodrigo Maia, presidente, e Paulo Bornhausen, líder na Câmara, disseram que de jeito nenhum o DEM aceitaria. Mas como reagir? A primeira ideia, externada por Rodrigo Maia, foi a de lançar um vice na convenção e o PSDB que desse o passo seguinte. Outras alternativas: o DEM recua e aceita Álvaro Dias; o DEM rompe e lança candidato a presidente (quem, se não preparou ninguém? Aliás, isto mereceria uma análise à parte). Mas o DEM não está unido sobre o que fazer. Até a tarde de ontem, havia apenas concordado em não repetir as críticas públicas à escolha feita pelo PSDB sem sua aprovação. Havia uma reunião do DEM marcada para a noite, mas só se realizaria se já houvesse um acordo. O líder no Senado, José Agripino, e o ex-senador Bornhausen são a favor do “diálogo”, uma solução negociada.
Mas qual? A rendição, talvez, em nome do objetivo maior, do esforço de vitória eleitoral. Para completar: o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, disse ontem, à rádio CBN, temer que a reação do DEM comprometa a vitória de José Serra na eleição presidencial. É. É mesmo... Mas espera aí. A reação do DEM ou a ação dominadora do PSDB, na convicção de que o DEM não terá alternativa real para se contrapor a ela?
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