FONTE: IARA BIDERMAN, DE SÃO PAULO (www1.folha.uol.com.br).
Cada um sabe onde o seu calo dói. Ou acha que sabe. A dor é uma experiência muito mais complexa do que pode imaginar alguém que, por exemplo, acabou de dar uma simples topada.
A Associação Internacional para o Estudo da Dor a define como uma experiência sensorial e emocional associada a uma lesão real ou potencial (que não ocorre no momento da percepção).
Trocando em miúdos, o que nos faz sentir dor não é só o estímulo -a lesão-, mas as informações levadas pelas fibras nervosas a diferentes áreas do cérebro, que percebem que aquilo é dor.
"A percepção da dor é muito mais próxima da memória do que do tato", afirma o neurologista Daniel Ciampi, do Grupo de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Onde quer que ela esteja, merece atenção. "A dor indica dano, doença ou perigo. É um mecanismo de alerta do nosso organismo", diz a fisiatra Lin Tchia Yeng, do Grupo da Dor do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Segundo o reumatologista José Carlos Szajubok, professor da Faculdade de Medicina do ABC, entender os caminhos da dor não é solução, mas ajuda a lidar com ela.
"Para quem tem dor sem uma causa "física" identificável, como na fibromialgia, perceber que sua dor é tão real quanto a de quem queimou a mão, por exemplo, é o primeiro passo para tratar o problema", diz Szajubok.
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