FONTE: Ivan de Carvalho, TRIBUNA DA BAHIA.
O mundo científico e o setor da mídia que faz a cobertura da ciência estiveram em estado de alerta nos últimos dias. A Nasa (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos) anunciara para uma importante entrevista coletiva, cujo tema seria a existência de vida diferente da nossa.Muitos imaginaram muitas coisas. Os mais ingênuos chegaram a supor que poderiam ser anunciados tênues indícios ou sinais de vida extraterrestre inteligente em algum outro astro que não a Terra.
Os mais cautelosos puderam sonhar com o anúncio de mais uma bactéria extraterrestre fossilizada em um meteorito na Antártida.Outros, menos cuidadosos, terão talvez imaginado que a Nasa revelaria haver encontrado sinais, em Marte por exemplo, de que algum tipo de vida primitiva, em nível de bactérias mesmo, existiu ou talvez, quem sabe, ainda existe no Planeta Vermelho.
Imagino que só um ou outro louco possa ter imaginado que a Nasa comunicaria um contato imediato de terceiro grau com algum extraterrestre. Ah, isso é coisa para o WikiLeaks.
Sinceramente, descartei a hipótese que poderia estar na mente dos mais ingênuos (indícios de vida inteligente fora da Terra) ou dos loucos (a Nasa informar sobre o encontro com um ET).
Sinceramente, descartei a hipótese que poderia estar na mente dos mais ingênuos (indícios de vida inteligente fora da Terra) ou dos loucos (a Nasa informar sobre o encontro com um ET).
Considerei desimportantes as outras hipóteses aqui mencionadas. Bactérias ETs em meteoritos não são novidade, e se elas chegam à Terra neles, elas estiveram nos planetas de onde estes meteoritos se desprenderam. Nenhuma surpresa haveria.
Diante dessas previsões sobre o que poderia ser anunciado na entrevista coletiva da Nasa, fiquei à beira de gargalhadas, como discos-voadores ficaram à beira da cratera lunar em que pousou o módulo da Apolo XI.
É que a Nasa fica procurando bactéria em meteorito, participando de projetos para vasculhar o Universo em busca de emissões de rádio em padrão inteligente, admirando-se publicamente de haver grande quantidade de água em Marte e quantidades surpreendentes do mesmo líquido numa cratera da Lua (astro que era absolutamente seco, morto de sede, coitadinho).
O que é hilário, se não fosse um jogo de esconder para a plateia (nós, humanos comuns), é que a Nasa fica ligada nessas ninharias quando sabe perfeitamente que os discos voadores e outras naves extraterrestres muito mais avantajadas circulam livremente pelo Sistema Solar e, claro, além dele – e na atmosfera e superfície da Terra, inclusive, quando convém, submergindo nos oceanos –, providas devidamente de suas tripulações.
E sabe – mas, claro, não diz – que isto ocorre em nosso planeta, não há milhares, mas há milhões de anos. E sabe que a evolução do planeta e da vida, nele, são monitorados. E sabe também, porque está evidente nos livros sagrados (sagrado vem de secreto e os serviços secretos não desprezam isso) que, raramente, mas com muita eficácia, esses visitantes mudaram ou ajudaram a mudar o rumo da História. Não fosse isto e o homem seria um ser em extinção ou, quem sabe, já extinto no terceiro planeta do Sistema Solar.
Mas tudo bem. A notícia que a Nasa tinha a dar ontem é importante. Uma bactéria que não usa um dos seis elementos que a ciência acadêmica considerava indispensáveis à existência da vida.
O que nos faz lembrar que existe a ciência acadêmica, mas não só esta. A vida exige (isto é, exigia) carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, enxofre e fósforo. A bactéria de águas geladas californianas (nem é bactéria ET, pobrezinha) trocou o fósforo pelo arsênio. “Quebrou o paradigma”, observou um cientista. “É como se estivesse vivo de um modo totalmente diferente”, observou outro.
Pois é. Na casa do Pai há muitos habitantes. E uma miríade deles é inteligente. Tenho certeza que Caetano Veloso, desta vez, não diria “ou não”. Ele também é inteligente.
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