FONTE: Adriano Villela, TRIBUNA DA BAHIA.
Apontada pela OAB Nacional como responsável pela reprovação recorde no último exame da Ordem, a qualidade dos cursos de Direito foi defendida por professores responsáveis por conduzir essa graduação em faculdades de Salvador. Os docentes, na verdade, reconhecem que o ensino jurídico pode melhorar, mas apontam a complexidade da prova e a fragilidade dos ensinos fundamental e médio.
Também avaliadora do Ministério da Educação (MEC), a coordenadora do curso da Faculdade Metropolitana de Camaçari (Famec), Arlinda Paranhos, defende uma avaliação crítica da prova da Ordem entre os condutores da graduação e o debate com a comissão da OAB responsável por avaliar as faculdades.
“Para a OAB dizer que a culpa é do ensino ela teria que reunir mais elementos, até para dizer que ensino ela está se referindo”, criticou Arlinda Paranhos. Para a docente, há uma série de fatores que precisam ser levados em conta. “Temos um sistema de vestibular que cada vez mais possibilita a entrada do aluno, então não seleciona muito. Há professores e professores. Tem ainda aluno sem a devida preocupação com seu próprio ensino”, defendeu.
Segundo Arlinda Paranhos, a Famec busca aliar o ensino das habilidades e competências necessárias aos operadores do Direito com uma formação humanística, “que permita ao formado o exercício pleno da cidadania e da democracia”. A proposta é semelhante à de Wadir Abib, diretor do curso de Direito da Dom Pedro II e mestre em Direito Ambiental. O jurista relata que a instituição procura ampliar a prática do exercício do Direito em núcleos de prática.
“As faculdades, de uma maneira geral, estão investindo no aprimoramento do ensino de Direito. Os professores estão procurando melhorar. Eu diria que a Bahia tem um bom corpo docente. Na Dom Pedro II, são 70% de professores com Mestrado e Doutorado”, argumentou Abib.
“Para a OAB dizer que a culpa é do ensino ela teria que reunir mais elementos, até para dizer que ensino ela está se referindo”, criticou Arlinda Paranhos. Para a docente, há uma série de fatores que precisam ser levados em conta. “Temos um sistema de vestibular que cada vez mais possibilita a entrada do aluno, então não seleciona muito. Há professores e professores. Tem ainda aluno sem a devida preocupação com seu próprio ensino”, defendeu.
Segundo Arlinda Paranhos, a Famec busca aliar o ensino das habilidades e competências necessárias aos operadores do Direito com uma formação humanística, “que permita ao formado o exercício pleno da cidadania e da democracia”. A proposta é semelhante à de Wadir Abib, diretor do curso de Direito da Dom Pedro II e mestre em Direito Ambiental. O jurista relata que a instituição procura ampliar a prática do exercício do Direito em núcleos de prática.
“As faculdades, de uma maneira geral, estão investindo no aprimoramento do ensino de Direito. Os professores estão procurando melhorar. Eu diria que a Bahia tem um bom corpo docente. Na Dom Pedro II, são 70% de professores com Mestrado e Doutorado”, argumentou Abib.
O professor argumenta que a faculdade, além do núcleo de prática jurídica, criou balcões de Justiça e Cidadania, espaço de conciliação e orientação jurídica montado em parceria com o Tribunal de Justiça da Bahia, e em simulações de júri, a exemplo do caso (Isabela) Nardoni (menina de seis anos morta em São Paulo ao cair do sexto andar do apartamento do pai, condenando como responsável pelo crime, junto com a madrasta da vítima). A Dom Pedro II, acrescenta ele, criou ainda um núcleo de pesquisa jurídica.
A exemplo da colega da Famec, Wadir Abib criticou o nível de exigência da prova. “É só pegar as últimas edições do Exame da Ordem para perceber que, desta vez, se exigiu um pouco mais para um estudante que está saindo da graduação. A Bahia sempre foi um dos campeões de aprovação”, disse.
Hoje, em Brasília, as comissões de Estágio e Exame da Ordem de todas as seccionais da Ordem examinam as queixas apresentadas pelos bacharéis eliminados na edição 2010.2 da prova. Os candidatos se queixam que a correção foi totalmente subjetiva e exigiram pontos em desacordo com as perguntas. Entenda a cronologia do caso em quadro publicado nesta página.
CELSO CASTRO DEFENDE RIGOR.
Já o diretor da Faculdade de Direito da Ufba, doutor em Direito Público e mestre em Direito Econômico, Celso Castro, defendeu o aumento da exigência no exame. A seu ver, a reprovação recorde na prova 2010.2 não é causa do problema, e sim o efeito da má qualidade gerada pela proliferação das graduações de Direito. “Acho que o Exame deve continuar se aprimorando, exigindo mais, e o MEC deve olhar mais os cursos, que em alguns casos tem professores faz-de-conta”.
Citando como graduações de qualidade os cursos da Católica, Unifacs e da Faculdade Bahiana de Direito, Castro vê em muitas faculdades privadas apenas o interesse em virar preparatório para a prova da OAB, sem investimentos em pesquisa ou inovação. “Para mim, o exame da Ordem é pouco.
A exemplo da colega da Famec, Wadir Abib criticou o nível de exigência da prova. “É só pegar as últimas edições do Exame da Ordem para perceber que, desta vez, se exigiu um pouco mais para um estudante que está saindo da graduação. A Bahia sempre foi um dos campeões de aprovação”, disse.
Hoje, em Brasília, as comissões de Estágio e Exame da Ordem de todas as seccionais da Ordem examinam as queixas apresentadas pelos bacharéis eliminados na edição 2010.2 da prova. Os candidatos se queixam que a correção foi totalmente subjetiva e exigiram pontos em desacordo com as perguntas. Entenda a cronologia do caso em quadro publicado nesta página.
CELSO CASTRO DEFENDE RIGOR.
Já o diretor da Faculdade de Direito da Ufba, doutor em Direito Público e mestre em Direito Econômico, Celso Castro, defendeu o aumento da exigência no exame. A seu ver, a reprovação recorde na prova 2010.2 não é causa do problema, e sim o efeito da má qualidade gerada pela proliferação das graduações de Direito. “Acho que o Exame deve continuar se aprimorando, exigindo mais, e o MEC deve olhar mais os cursos, que em alguns casos tem professores faz-de-conta”.
Citando como graduações de qualidade os cursos da Católica, Unifacs e da Faculdade Bahiana de Direito, Castro vê em muitas faculdades privadas apenas o interesse em virar preparatório para a prova da OAB, sem investimentos em pesquisa ou inovação. “Para mim, o exame da Ordem é pouco.
Não formamos bacharéis para a OAB, mas para o público, para serem bons profissionais”. Outro ponto criticado por Celso Castro foi a prática de contratar professores com alta titulação na formação dos cursos e posterior desligamento após a aprovação da graduação pelo MEC. “Usam só a titulação dos professores. Pegam emprestado os títulos isso é surreal”.
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