domingo, 4 de dezembro de 2011

VACINAÇÃO NÃO É COISA DE CRIANÇA: PESQUISA MOSTRA QUE BRASILEIROS NÃO SE PREOCUPA EM IMUNIZAR ADULTOS...


FONTE: Carmen Vasconcelos (
carmen.vasconcelos@redebahia.com.br), CORREIO DA BAHIA.

Pesquisa mostra que brasileiros não consideram a vacinação de adultos necessária, ampliando risco de doenças como meningite e pneumonias.
Sarampo, meningite, rubéola, hepatites, tétano, pneumonia, febre amarela, sarampo e coqueluche. Essas são algumas das doenças que poderiam ser evitadas em adultos se eles se vacinassem.

De acordo com os resultados da pesquisa Prevenção na Maturidade, encomendada pela Pfizer e realizada pelo instituto de pesquisa GfK Custom Research Brasil, com 1.710 pessoas acima de 50 anos, em 11 regiões metropolitanas do país, inclusive em Salvador, apesar de 64,2% dos entrevistados reconhecerem as vacinas como uma das formas de prevenir doenças, somente 32% afirmam se imunizar quando questionados sobre os cuidados que adotam em saúde e bem-estar.

O presidente da Associação Brasileira de Imunizações (SBIm ), Renato Kfouri, ressalta que, ao contrário do que muitos adultos pensam, a necessidade de proteção contra doenças infecciosas diversas não está restrita apenas aos recém-nascidos e as crianças.


“A importância da erradicação de doenças próprias da infância é algo já assimilado pela maioria dos pais e mães, entretanto, é extremamente necessário que a imunização continue a partir da infância, atingindo adolescentes, adultos e idosos”, ressalta.


IMUNIDADE.
O médico destaca ainda que o sistema imunológico dos adultos difere do das crianças que, até os 3 meses de idade, têm a proteção oferecida pelos anticorpos herdados da mãe e passados pelo aleitamento materno. A imunidade do indivíduo vai amadurecendo até os 5 e atinge a plenitude aos 10 anos. Daí a necessidade das crianças mais novas precisarem de mais doses de vacina, além dos reforços vacinais.

“Quando o adulto adoece, sua resposta às infecções costumam ser mais intensas do que na criança, com mais sintomas e mais complicações”, esclarece o médico, justificando a necessidade da vacinação em adultos. Renato Kfouri lembra ainda que, a partir de 45 anos, como outros sistemas fisiológicos, a imunidade também começa a envelhecer e a resposta a novas doenças fica comprometida.

O especialista lembra ainda que, no caso dessas doenças, o aparecimento em indíviduos mais velhos, geralmente, tende a se complicar. “Em alguns casos mais sérios, há risco de surgir inflamação cerebral, esterilidade, lesões neurológicas e pulmonares”, alerta o especialista.

Para o médico, uma mudança na cultura de vacinação voltada para a maturidade é de fundamental importância para a saúde pública de uma população que está envelhecendo e que conta com um aumento na expectativa de vida. “A necessidade de imunização precisa ser assimilado por um público cada vez maior, que compreende os idosos, viajantes, certos profissionais (bombeiros, manicures, profissionais de saúde) e mulheres que se preparam para engravidar”, diz o presidente da Sociedade de Imunologia.

SUS.
Nos idosos, a vacinação desempenha um papel ainda mais importante, uma vez que muitos deles possuem doenças crônicas que podem ser agravadas quando se unem a processos infecciosos.

“O sistema imunológico do idoso é fragilizado pelo envelhecimento e não responde mais tão bem. Por isso a necessidade de uma série de cuidados com a saúde, além de medidas preventivas que podem ser iniciadas bem antes dos 60 anos”, orienta o especialista.

A coordenadora do Programa de Imunizações da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), Fátima Guirra, lembra que os postos de saúde e centros de referências da Bahia e do Brasil desenvolvem programas de imunização voltados para os adultos.

“A vacinação de adultos atende a uma normatização do Ministério da Saúde que engloba parte da imunização feita na infância, a exemplo da tuberculose, poliomielite, tétano, difteria, coqueluche, meningite, sarampo, rubéola e caxumba, além de HPV, hepatite B, pneumonia e gripe”, completa.

ESPECIAIS.
Ela lembra ainda que existe um público adulto que é especialmente contemplado por centros de referências específicos, que são os transplantados, os portadores de anemia falsiforme, os HIV positivo, pessoas vítimas de abuso sexual ou de acidente com objetos perfurocortantes, contaminados pelo ciclo da raiva.

“Em Salvador, esses pacientes podem ser atendidos, através de encaminhamento, no Hospital Couto Maia e no Hospital das Clínicas”, lembra Fátima Guirra.
Os dois centros atendem a qualquer município baiano.

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