FONTE: XICO SÁ, COLUNISTA DA FOLHA (www1.folha.uol.com.br).
O mundo limpinho decreta o fim dos pelos púbicos. Sou da turma do contra. Por uma razão simples: sexo sem pelo não é sexo.
Tudo bem, o estilo consagrado na "Playboy" amazônica da Claudia Ohana pode ter datado, mas a falta total de pelo infantiliza muito o enlace amoroso.
Só há maldade e erotismo nos pelos. A depilação 100% sempre funcionou muito bem como um fetiche provisório, um presentinho ocasional ao amado. Não deve ser permanente.
Onde estão o Greenpeace, o S.O.S. Mata Atlântica e todas as ONGs que não berram contra um crime desses? Humor ecológico à parte, temos que lutar contra o desmatamento radical das mulheres.
Por mais que o pensamento metrossexual avance, não podemos permitir uma mudança tão significativa na paisagem sexual e amorosa. O macho-jurubeba, como este cronista de costumes denomina o homem inimigo do mestrossexualismo, resiste. Mesmo sabendo que será centrifugado pela história.
Lembro do protesto dos leitores da "Playboy" diante das fotos da atriz Vera Fischer, em 2008. E o índice de pelos não chegava a 10% da escala Claudia Ohana. O nojinho dos novos marmanjos foi muito representativo como mudança de hábitos do homem brasileiro.
A adesão masculina à depilação definitiva é mais assombrosa ainda. Uma marcha sem volta. Nesse cenário devastador, só o velho Clint Eastwood, 80, salva. Recentemente o ator e diretor de cinema tomou a decisão histórica de não permitir o uso do photoshop nas suas fotos para a revista "M", do jornal francês "Le Monde".
Foi um duro golpe no metrossexualismo, com direito a tufos de pelos nas orelhas e às mais explícitas rugas, mas em um mundo moralmente raspado e asséptico, a guerra está no final e quase perdida.
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