POLÍCIA CHILENA DESCOBRE FURTO DE CINCO TONELADAS DE GELO DA PATAGÔNIA...

FONTE: Globo.com, TRIBUNA DA BAHIA.

A polícia do Chile descobriu na última semana o roubo de cinco toneladas de gelo milenar proveniente do glaciar Jorge Montt na região de Aysen, a 1.700 km de distância de Santiago.

O crime ocorreu dentro do Parque Nacional Bernardo O'Higgins e uma pessoa foi detida na últma sexta-feira (27) -- o motorista de um veículo refrigerado que transportava a carga.

Segundo o periódico chileno "El Mercurio", até esta segunda-feira (30) a polícia já havia identificado outros suspeitos de participação no crime de "furto simples" e já realiza buscas para realizar as prisões.

De acordo com a estatal Corporação Nacional Florestal do Chile (Conaf) uma denúncia de que funcionários de uma empresa estavam extraindo gelo na região de Vestiqueros Jorge Montt, no Campo de Gelo Sul da Patagônia, foi apresentada e fez a polícia montar uma operação especial, afirmou o fiscal da cidade de Cochare, José Moris.

Nesta fiscalização foi detido um caminhão frigorífico onde estavam as cinco toneladas de gelo, que seriam vendidas de forma ilegal e estavam avaliadas em US$ 6.200 (cerca de R$ 10.760).

A geleira Jorge Montt é um dos 49 glaciares que se encontram no Campo de Gelo Sul, localizado na Patagônia, entre o Chile e a Argentina, com extensão de 16.800 km².

DERRETIMENTO.
Em dezembro, cientistas divulgaram que a geleira havia retrocedido um quilômetro em um ano devido ao aquecimento global e às condições oceanográficas.

A investigação científica evidenciou que a estrutura do glaciar de 454 km² “é uma das que apresentaram uma maior perda de tamanho e mais acentuada regressão no Hemisfério Sul”.

Além disso, o recuo da geleira Montt significou mudanças na geografia do Campo de Gelo Sul, que é a terceira maior superfície congelada do planeta, atrás apenas da Antártida e da Groelândia.

Durante a década de 1990, a geleira Montt retrocedeu cerca de 7 km, mas desta vez, o degelo acelerou, o que produziu um grande número de icebergs, acrescentou Rivera.

A pesquisa foi realizada entre fevereiro de 2010 e janeiro de 2011, tempo em que foram feitas 1.445 fotografias por meio de duas câmeras instaladas perto do glaciar, com quatro disparos diários.