FONTE: Lucy Andrade REPÓRTER, TRIBUNA DA BAHIA.
Sol e praia, essa é a combinação mais quente do verão, período também em que a irradiação ultravioleta está em alta. Muitas pessoas até lembram de usar protetor solar, outros acham que os protetores são passaporte para se torrarem no sol, mas poucas se preocupam com os olhos, e mais por uma questão de estética do que de cuidado, acabam se rendendo aos famosos óculos vendidos por camelôs.
De acordo com o oftalmologista Humberto Campos Dias, a radiação ultravioleta (UV) é o maior perigo nesta época do ano e a praia funciona como espelho para os raios solares, o que aumenta o perigo. Os danos podem ser desde um simples ressecamento e irritação nos olhos até doenças mais sérias, como a catarata (perda de transparência do cristalino).
“Essas são algumas das consequências. Pessoas com hábitos de intensa exposição solar, seja por trabalhar ao ar livre ou mesmo com alto grau de luminosidade artificial, têm maior probabilidade de desenvolver a catarata e a DMRI”, explicou o médico Humberto Campos Dias.
Os óculos clandestinos são encontrados em qualquer canto da cidade e muitos ambulantes ainda garantem o produto. “Pode levar, sem medo, vendemos mais baratos porque não pagamos os impostos e nem aluguel, mas eles têm proteção”, garantiu.
Milhares de pessoas compram o acessório nas ruas, e poucas desconhecem o perigo que essas lentes podem acarretar. “Só uso óculos baratos – e não é porque não posso adquirir outro mais caro não, é porque acho dinheiro jogado fora. Tenho de vários formatos e cores diferentes, e nunca tive nenhum problema. Quando vou à “Feiraguai” (Feira de Santana) e na 25 de Março(São Paulo) faço a festa. Uso por uma questão de estilo e para diminuir o reflexo do sol”, disse Ana Beatriz dos Santos.
“Óculos são muito mais que um acessório de cunho estético, eles são preventivos, e devem ser comprados com essa finalidade. Geralmente, as lentes encontradas em camelôs são feitas de acrílico, enquanto que as lentes dos óculos vendidas em óticas são feitas de resina (material superior ao acrílico), o que pode queimar a córnea dos olhos”, alertou o médico.
Ele também salientou que óculos comprados em óticas são garantidos, vêm com a proteção necessária para os olhos. E que as lentes de padrão inferior podem ter graus irregulares não intencionais, que geram efeito de distorção, o que pode induzir a pessoa a ter astigmatismo, além de não ter nenhuma proteção contra irradiação ultravioleta.
Então, proteger os olhos contra o sol é importantíssimo, porém, tem que ser a proteção certa. Um chapéu também é uma boa medida.
Expor os olhos à radiação solar por si só já é um risco. Conforme o médico, alguns problemas oculares podem se agravar com a exposição solar. Por exemplo, quem tem olho seco, quando exposto aos raios solares apresenta piora dos sintomas. Quem tem ressecamento crônico pode desencadear outro problema - o pterígio – popularmente conhecido como “carne nos olhos”.
Existe ainda a lesão aguda – queimadura na retina por exposição direta - comum entre pessoas que fixam os olhos em direção ao sol. Para evitar futuros problemas, a recomendação é usar óculos de sol com proteção ultravioleta, bonés, chapéus, filtros e protetores solares.
LENTES DE CONTATO.
Se os óculos clandestinos podem desencadear problemas, as lentes de contato podem cegar. Receitadas pelos médicos para correção da visão ou usadas para mudar a cor dos olhos, as lentes de contato vendidas no mercado informal representam um risco em potencial. De acordo com o médico oftalmologista Alexandre Príncipe.
LENTES DE CONTATO.
Se os óculos clandestinos podem desencadear problemas, as lentes de contato podem cegar. Receitadas pelos médicos para correção da visão ou usadas para mudar a cor dos olhos, as lentes de contato vendidas no mercado informal representam um risco em potencial. De acordo com o médico oftalmologista Alexandre Príncipe.
“As lentes podem cegar, e só devem ser prescritas por médicos especializados. As vendidas nos câmelos são inimigas potenciais para os olhos. Além dos problemas comuns, tem a infecção por Ameba, o tratamento é vendido na Inglaterra e custa em média R$10 mil”, alertou o médico.
Nessa estação do ano, com as festas “bombando” e com a chegada do Carnaval a procura por lentes de contato coloridas aumenta. Muitos querem mudar a cor dos olhos, e, sem nenhuma orientação, aderem à moda multicor correndo o risco de ficar com a visão comprometida.
O médico explicou que as lentes, ao contrário dos óculos, ficam em contato direto com as córneas, por isso o cuidado deve ser redobrado, tanto na compra quanto na manutenção. “Esse contato direto acomete mais as córneas, com falta de oxigênio, inflamações, úlcera e lesão, além da contaminação por Ameba. Essas lentes de contato com procedência duvidosa, mesmo lacrada, já podem estar com bactérias”, explicou.
As lentes oftalmológicas são individuais, em hipótese nenhuma devem ser repassadas. A higienização também pode comprometer a saúde dos olhos. Para evitar problemas, os usuários devem adotar alguns cuidados: lavar as mãos quando for colocar e retirar; limpa-las com solução apropriada; lavar sempre o estojo, e uma vez por semana esterilizá-lo; armazená-las com solução apropriada (que tem a finalidade de matar bactérias); não fazer uso constante de soro fisiológico, que devem ser conservados na geladeira. E usar lentes descartáveis pelo tempo indicado, geralmente, três meses.
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