quinta-feira, 17 de junho de 2010

CALA A BOCA, GALVÃO...

FONTE: TASSO FRANCO, TRIBUNA DA BAHIA.

Quem ainda está com dúvidas do poder da internet em suas diferentes formas de atuação durante a próxima campanha eleitoral deve prestar atenção ao fenômeno que está acontecendo com a corrente “Cala a boca, Galvão”, sucesso no twitter que rompeu as fronteiras do Brasil depois de um vídeo que traduziu a expressão para o inglês como significando “save the Galvão bird” (salve os pássaros Galvão), uma espécie de papagaio falador. A Rede Globo, que normalmente não dá o braço a torcer e é muito reticente a críticas ao seu pessoal da elite, rendeu-se ao tema e tratou-o no Central da Copa, com Tiago Leifert.
Fora a prosaica explicação do próprio Galvão ao situar que Ayrton Senna tinha orelhas grandes e por isso o chamava de Dumbo e este, em ironia, colocou-lhe o apelido de papagaio, o apresentador vê no “Cala a boca, Galvão” uma campanha para salvar o papagaio e levou o assunto com bom humor. A verdade é que a expressão difundida pela internet prejudica a imagem do narrador esportivo da Rede Globo e cria, pela primeira vez, uma saia justa no poderoso Galvão, até então imune às críticas com suas tiradas ufanistas do tipo “tá na hora de jogar”, “prepare seu coração” e outras bobagens.
bida uma faixa (logo retirada) na estreia da seleção brasileira contra a Coreia do Norte, com a expressão “Cala a boca, Galvão”, frase já citada pelo The New York Times, El Pais e outros jornais e sites internacionais.
Transponha, pois, está situação para o mundo da política e veja o que poderá acontecer em 2010, nas campanhas para presidente da República e para governadores dos estados, senadores e deputados. Claro que os candidatos à majoritária estarão sujeitos a um impulso mais forte do que os proporcionais, porém, ninguém está salvo da internet.
E, como aconteceu com Galvão, o exemplo mais recente e de grande impacto em sua imagem, de forma negativa, esse movimento da força da web pode ocorrer com Dilma, Serra e/ou Marina; da mesma forma com Wagner, Geddel, Souto e/ou Bassuma.
Tenho comentando neste espaço que o web jornalismo baiano, hoje, tem uma força significativa, muito mais do que está sendo valorizado e observado. Na outra ponta, complementar, os candidatos já perceberam a dimensão desse movimento, tanto que todos ou quase todos têm páginas eletrônicas e difundem suas ideias através da internet. Os veículos de comunicação de massa tradicionais (rádio e TV) ainda são mais poderosos, porém, não têm a mobilidade da internet, a interatividade é mínima e os acessos restritos.
Vivemos diante dessa nova era. Na atual campanha eleitoral, as informações estão circulando numa velocidade impressionante e ninguém está imune a uma campanha do tipo “Cala a boca, Galvão” provocando uma pororoca na imagem de um dos candidatos. Ao que sei, todos os candidatos na Bahia estão estruturados para enfrentar essa nova realidade, quer utilizando ferramenta que os marketeiros chamam de marketing viral; quer em difusão de suas ideias, criação de redes interativas e outras.
Obama, todo mundo no meio político sabe disso, se beneficiou e muito da rede web para chegar à Presidência dos Estados Unidos. Agora, chegou a nossa vez. O Brasil na rede é uma realidade.

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