quarta-feira, 23 de junho de 2010

COPA: A LUTA DE DEUS E O DIABO E O TIME DE PIMBOLIM...

FONTE: Jolivaldo Freitas, TRIBUNA DA BAHIA.

Foi um início de semana daqueles. Do Cão. O treinador Dunga, cuja mãe é professora, mas parece que não deu tempo de ensinar alguma coisa para o moço, que só queria jogar bola, viu seu time de Pinbolim ganhar, mas como fez na copa em que levantou a taça, com sua característica verve barroca, saiu dando palavrão em diversos idiomas, línguas nacionais e dialetos. Foi “vá pra p que pariu” - “vá tomar no seu fiofó” – “seus filhos da pta” e alguns verbetes soltos, como “prra”, “sacna” ou o popular fda-se”. Nem Gregório de Mattos tiraria de dentro de si tantas palavras poéticas e frases lúdicas.
Também, seu desabafo veio por causa da pressão da imprensa que não reconhece seu trabalho. Ninguém se conforma com o fato dele ter entrado na seleção pela “janela”, baixando de para-quedas, por indicação pura e simples da Confederação Brasileira de Futebol. Pegaram o cara, assim sem mais nem menos, sem nunca sequer ter nem dirigido o time que joga todo domingo no campinho do Mont Serrat ou na praia do Barravento, na Barra e sequer do Bahia (aí também é querer acabar com a carreira do moço logo de saída, que Deus o proteja). O nosso treinador nunca foi simpático para a torcida.
Sua sina com a Seleção Brasileira é terrível. Naquela Copa que o Brasil perdeu jogando feio e dando porrada classificaram-na de “Era Dunga”, o que significava força física e nada na cabeça. Na Copa seguinte quando ele ganhou, graças a Romário – que ninguém sabe como – decidiu sair da banheira e correr junto com o compadre Bebeto – ele carregou a taça, comemorando com seus termos bíblicos, ninguém fez nenhum elogio.
O pobre moço é um caso para estudo. Mas, neste momento, convenhamos, sua seleção está mesmo a cara de um Dunga. Joga feio, faz gol, mas joga horrível. O que salva é o talento de um ou de outro. A cena em que ele chama o zagueiro Michel Bastos e grita que ele está proibido de sair do lugar – nem sabia se o rapaz queria ir só ali no cantinho se despachar – é típica. Com isso o time de Dunga está jogando parecendo time de Totó (Pimbolim como se diz na terra dele): cinco parados atrás, quatro imexíveis no meio e o resto ouvindo as vuvuzelas na frente. Se a bola vem... aí , quem sabe.
A Copa, além da figura performática de Dunga, ainda serve para debate teológico – numa semana em que morreu o grande escritor e pensador Saramago (não que eu queira comparar com Dunga, Deus me livre), ateu, e que quase foi excomungado depois de morto pela Igreja Católica lá em Roma). Começaram a esculhambar, também, o jogador Kaká, que esqueceu de dar o dízimo e o Senhor não está lhe dando forças.
Dizem até que Kaká não passará a bola enquanto não passar a sacolinha. E que está sendo castigado por ter deixado a mulher gravar um CD com música evangélica, ele mesmo fazendo as letras e ajudando no canto. Parece que Jesus se retou e travou as pernas do moço, para nunca mais cometer este tipo de pecado. Kaká diz que está sendo perseguido pelos infiéis. Infiéis mesmo ele vai ver é se pegar a forte Argentina numa fase destas. Não tem templário, cruzado ou Edir Macedo que ajude. Nem dízimo que compre Maradona ou anule Messi. Valha-me Deus. Vai ser mesmo uma sacanagem (desculpe a boca suja..., influência de Dunga).

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