segunda-feira, 7 de junho de 2010

ESPECIALISTAS ESCLARECEM 25 DÚVIDAS SOBRE O CONSUMO DE SAL (PARTE UM)...

FONTE: AMARÍLIS LAGE, FLÁVIA MANTOVANI, da Folha de S.Paulo (www1.folha.uol.com.br).

Ele começou a ser utilizado na culinária não por dar sabor aos alimentos, mas por seu potencial sanitário. Com um forte poder esterilizador, o sal conservava a comida, impedindo a reprodução de bactérias. Mas esse aliado inicial da saúde agora está sob a mira das entidades médicas.Associado a uma série de problemas, entre eles a hipertensão, o sal foi alvo de uma ação recente da American Medical Association. A entidade pediu à FDA (agência responsável pela regulamentação de alimentos e remédios nos Estados Unidos) que mudasse o status do sal, até agora considerado uma substância de consumo seguro. Além disso, a associação quer reduzir pela metade a quantidade de sódio em alimentos processados ou servidos em lojas de fast-food.
No Canadá, o guia de alimentação desenvolvido pelo governo segue o mesmo caminho. A próxima edição, que deve sair até o início de 2007, vai trazer recomendações para diminuir o sal na alimentação.O sal não traz só malefícios. Ele é necessário para o equilíbrio dos fluidos corporais e para a transmissão de impulsos nervosos. O problema é que nosso paladar se adaptou tanto a ele que o consumo se tornou excessivo. Uma pesquisa recente do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) sobre fast-food encontrou sanduíches cujas unidades oferecem quase 80% do sódio recomendado por dia.A Folha ouviu especialistas para saber quais são as conseqüências desse exagero e como diminuir a quantidade de sal na comida. A primeira dica é valorizar ervas e condimentos que acentuam os sabores. Afinal, "sem sal" não precisa ser sinônimo de "sem graça".
1 - QUAL A IMPORTÂNCIA DO SAL PARA A SAÚDE?
O sal está diretamente ligado ao volume de fluidos fora das células. Tudo que modifica a quantidade de sal afeta a retenção de líqüidos no corpo. Ele ajuda a regular as passagens de líqüido e de substâncias pela membrana das células, mantendo a pressão osmótica delas. Além disso, é importante para a transmissão de impulsos nervosos.
2 - SÓDIO É SINÔNIMO DE SAL?
Não. 6 g de sal equivalem a 2,4 g de sódio. Fique atento na hora de ler o rótulo dos alimentos: eles trazem a quantidade de sódio, e não de sal, que eles contêm.
3 - QUANTO DEVE SER CONSUMIDO POR DIA?
A recomendação é que adultos ingiram de quatro a seis gramas de sal por dia.
4 - HÁ RECOMENDAÇÕES ESPECÍFICAS PARA CRIANÇAS E IDOSOS?
Ambos devem consumir menos sal. Aconselha-se que os pais não adicionem a substância à comida das crianças até os dois anos de idade. Além de o leite materno e o sódio já presente nos alimentos suprirem suas necessidades, evita-se, com isso, que elas se acostumem a uma alimentação muito salgada, já que é nessa fase que se forma o padrão gustativo.Já os idosos devem comer menos sal (o ideal seria cerca de 5 g por dia) porque tendem a reter mais sódio e também porque, com o envelhecimento, os vasos vão perdendo naturalmente a capacidade de distensão, sendo mais provável que desenvolvam hipertensão.
5 - EM MÉDIA, QUANTO SAL OS BRASILEIROS COMEM POR DIA?
Não há estudos populacionais que determinem um valor médio para todo o país. Mas pesquisas realizadas em alguns Estados mostraram que o consumo é de aproximadamente 12 g, valor muito acima do recomendado.
6 - QUAM NÃO ACRESCENTA SAL A COMIDA COMO POUCO SAL?
Não necessariamente. Estima-se que 75% do sal que consumimos seja proveniente de alimentos processados industrialmente. Molhos, como o ketchup, produtos em conserva e embutidos são as opções mais ricas em sal. Os outros 30% vêm dos alimentos naturais e do sal que adicionamos aos alimentos.
7 - DOCES ESTÃO LIBERADOS?
Não necessariamente. Quem tem hipertensão deve evitar produtos adoçados com ciclamato de sódio. Assim como o sal, esse adoçante tem sódio, que afeta a pressão.
Continua...

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