quarta-feira, 16 de junho de 2010

HABILIDADE COGNITIVA, NÃO IDADE, PODE PREDIZER DECISÕES DE RISCO...

FONTE: *** oqueeutenho.uol.com.br

Não é porque sua mãe acabou de fazer 85 anos que você deve assumir que ela não seja a mais adequada para dar opiniões sobre questões financeiras. Afinal, ela pode ter um grande tino comercial, e mais, talvez seja ótima em tomar decisões sobre aplicações financeiras, diz um estudo da Universidade de Duke (UD), EUA.

“Não é a idade que vai definir a diferença na hora de tomar decisões”, diz Scott Huetel, pesquisador da UD. “O que interessa é o nível da cognição”. Huetel é o principal autor de um estudo que observou como os indivíduos se posicionavam em um jogo de laboratório que envolvia investir uma soma de dinheiro a partir de decisões tomadas rapidamente.
“O que observamos foi que habilidades cognitivas como memória e processamento de informações tinham menos a ver com a idade quando o que estava em jogo eram decisões de nível econômico, por exemplo”, diz o pesquisador que publicou seus resultados no periódico Psychology and Aging Journal.
GRUPOS DISTINTOS FORAM OBSERVADOS.
Os pesquisadores envolvidos no estudo indicam que as decisões envolvendo situações econômicas dependem de decisões de maior ou menor risco, em que os participantes sabem que uma determinada posição pode levar à perda ou ao ganho de uma quantia considerável de dinheiro. A variação de idade no primeiro grupo observado ia dos 18 aos 35 anos e um segundo grupo era formado por pessoas entre 66 e 76 anos.
Para analisar os dados, a pesquisa se valeu de métodos estatísticos de relações de causa e efeito, determinando se a idade influenciava direta ou indiretamente as decisões relativas a dinheiro, assim como o nível de memória, que poderia também influenciar as decisões.
“O senso comum diz que a idade levaria as pessoas a correrem mais riscos, pois teriam pior poder de decisão, mas não foi o que vimos”, afirma Huetel. A análise dos dados estatísticos mostrou que, desconsiderando as variáveis relativas à memória e velocidade de processamento das ações, a idade, de forma alguma, era indicativa de decisões qualitativas. Muitos indivíduos com idades entre 66 e 76 anos tomavam decisões similares aos indivíduos mais novos (entre 18 e 35 anos). E alguns tomavam até melhores decisões que os mais jovens.
“É claro que essas pessoas mais velhas precisarão de mais tempo para tomar as decisões, mas mesmo alguns indivíduos desse grupo também faziam escolhas rapidamente. Olhando os resultados, sem mencionar as idades, seria impossível determinar as idades dos participantes”, diz o pesquisador.
Os resultados da pesquisa indicam a importância de deixar que pessoas idosas sejam responsáveis pelas suas escolhas, pois a qualidade delas é inquestionável. “Devemos tentar fazer que elas tenham acesso às opções e desconsiderar o tempo que elas levam para tomar as decisões. Isso lhes daria maior confiança. Além disso, é importante salientar que alguns jovens adultos podem precisar também de mais tempo para fazer escolhas, e isso é uma variação natural. É preciso focar no poder de cognição, que pode levar a melhores escolhas, em vez de focar na rapidez com que se faz uma escolha, que pode ser reflexo, exclusivamente, da impulsividade do indivíduo”, finaliza.

*** com informações da Duke University Medical Center.

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