terça-feira, 15 de junho de 2010

LITERATURA AUXILIA TRATAMENTO INFANTIL...

FONTE: Roberta Cerqueira, TRIBUNA DA BAHIA.

Auxiliar no tratamento de crianças com doenças crônicas contando-lhes histórias nos hospitais e casas de apoio. Este é o principal objetivo dos voluntários da Associação Viva e Deixe Viver, que está promovendo, em parceria com a Santa Casa de Misericórdia da Bahia, o Fórum de Humanização da Saúde, no Centro de Convenções. Na capital baiana, a cada ano, cerca de 3 mil crianças, com problemas de saúde, têm acesso à literatura através dos Contadores de Histórias. O evento acontece até amanhã e reúne cerca de 600 profissionais e estudantes de diversas áreas em debates e oficinas, que visam apresentar experiências praticadas em hospitais e projetos, mostrando a importância do trabalho na qualidade de vida das crianças enfermas. “Queremos mostrar que a prática de ações ligadas à humanização na saúde está ao alcance de todos”, lembra o fundador da Viva e Deixe Viver, Valdir Cimino.De acordo com o idealizador do projeto, os profissionais de saúde também estão envolvidos neste tipo de ação. “Eles entendem que os pacientes devem ser tratados como pacientes e não apenas como um cliente ou um corpo composto por vários órgãos e sistemas, trata-se de pessoas, acima de tudo”, reforça.
Uma pesquisa recente, feita no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, foi referenciada, ontem, na solenidade de abertura do Fórum. Segundo Cimino a Associação observou, desde 2007, 88 mães de crianças com transtornos mentais e identificou que 70% delas têm dificuldade de brincar e contar histórias para seus filhos. Outro estudo, realizado também em São Paulo, na Santa Casa da Misericórdia, com 22 crianças vítimas de câncer, apontou uma melhora em cerca de 60 a 80% dos casos. “Elas tiveram melhoria das suas condições motoras, além de ficarem mais sociáveis e mais criativas”, destaca. A entidade leva histórias e brincadeiras para crianças de 14 hospitais e casas de apoio da capital baiana, onde a cada ano cerca de 3 mil crianças são atendidas, pelos voluntários. “Estimulamos o prazer da leitura em crianças que sofrem de câncer, HIV, cardiopatias dentre outras doenças crônicas e que muitas vezes acabam afastadas do convívio social”, destaca Ana Cristina Matos, coordenadora da instituição na Bahia.
Os chamados Contadores de Histórias estão presentes em unidades de saúde particulares, filantrópicas e públicas, tais como o Hospital Geral do Estado (HGE), São Rafael, Santa Izabel, Hospital das Clínicas dentre outros.
Com 13 anos de atuação no país, a Viva e Deixe Viver já treinou cerca de 17 mil pessoas e tem, em atuação, 1.082 voluntários de diversas áreas, inclusive profissionais de saúde. Mais de 400 mil crianças já foram beneficiadas.

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