quarta-feira, 9 de junho de 2010

SERVIDORES DO JUDICIÁRIO ABUSAM E MANTÉM GREVE...

FONTE: Karina Baracho, TRIBUNA DA BAHIA.

Depois de assembleia realizada no final da manhã de ontem, os servidores do Judiciário baiano resolveram manter a greve, iniciada há exatos 32 dias. Uma nova assembleia está marcada para o próximo dia 17, quando serão traçados novos rumos para o movimento. Na tarde de ontem, os servidores estiveram na Assembleia Legislativa a fim de pressionar os deputados para não votação do Projeto de Lei que incorpora o adicional de funções, que complementa os salários.
Na sede da AL, os servidores do Judiciário levaram os mesmos adereços utilizados na frente do Fórum Ruy Barbosa, durante estes dias de paralisação. O grupo se dividiu entre o saguão e a galeria do plenário, onde aproveitaram o tempo para jogar partidinhas de baralho, dominó e caça-palavras.
Segundo a presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado da Bahia (Sinpojud), Maria José da Silva, a categoria exige que seja retirado da AL o projeto que incorpora o adicional de funções, que complementa os salários, e permaneciam até o início da noite de ontem na sede da AL, para acompanharem o processo
“Esperamos que não seja votado, mas a greve vai continuar, pretendemos ter outras rodadas de negociações”. Os servidores reclamam ainda de não participar das decisões do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ/BA), sobre as medidas que serão tomadas para adequar a folha de pagamento à Lei de Responsabilidade Fiscal e pede a revogação do decreto 152/2010, que corta a Gratificação Especial de Eficiência (GEE) dos salários, além da extinção dos cargos do Reda.
“Com isso, o trabalhador perde uma média de R$ 360 do contracheque, o que significa muito, principalmente para aqueles que recebem salários mais baixos”, informa o diretor de finanças do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado da Bahia (Simpojud), Jorge Cardoso Dias.
POPULAÇÃO CONTRARIADA – Com um processo tramitando nos corredores do Fórum Ruy Barbosa, o funcionário público Euclides Amaral, 34 anos, não sabe quando o caso será resolvido. “É uma situação relativamente simples, mas não sei quando terei o resultado. Pelo andar da carruagem, acho que apenas o ano que vem”, diz o funcionário público. Revoltado com a situação, ele acrescenta que os servidores estão tendo total descaso com a população.
“Que briguem pelos seus direitos, mas nós não podemos pagar por isso. É uma injustiça com quem paga seus impostos em dia”, desabafa. Conforme Amaral, outras medidas poderiam ser tomadas para que a situação não se complique ainda mais.
“O meu processo está acumulado com mais um monte que continua sem resolução. E o meu ainda é recente, faz pouco mais de um ano que dei entrada, mas do jeito que está, acho que deverá se juntar aos outros que estão literalmente nos corredores”.
A equipe da Tribuna entrou em contato com a assessoria do TJ/BA, que informou que provavelmente algumas medidas deverão ser tomadas para quem não retornar ao trabalho, como o corte do ponto dos dias não trabalhados. Durante a greve, apenas serviços essenciais são realizados, como a emissão de guia de sepultamento, alvará de soltura, habeas corpus, liminar para casos de saúde e de ligação de água e luz.
FERROVIÁRIOS EM GREVE – Pelo menos 15 mil pessoas não puderam usar os trens de Salvador ontem, quando a categoria iniciou a greve. Os profissionais reivindicam o atraso nos salários.
Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Transporte e Infraestrutura (Setin), o dinheiro já está depositado na conta da Companhia de Transporte de Salvador (CTS) e o repasse para a conta dos funcionários deve acontecer ainda hoje. Por mês, cerca de 400 mil pessoas usam o transporte na capital baiana.

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