FONTE: Cristiane Felix, TRIBUNA DA BAHIA.
Agentes de trânsito, salva-vidas, vigilantes, fiscais e outros funcionários que servem ao Município de Salvador resolveram ontem paralisar suas atividades por 48 horas. Pelo menos foi o que garantiu a Frente de Associações de Servidores Municipais (FAS).
O motivo é o desacordo em relação às questões trabalhistas relacionadas à Operação Carnaval 2011. A informação da Frente é de que a Prefeitura não prestou qualquer esclarecimento sobre remuneração e condições de trabalho durante a folia.
Na contramão da mobilização, o Sindicato dos Servidores da Prefeitura Municipal do Salvador (Sindseps), em nota divulgada na noite de ontem, afirmou que já estaria certo o acordo com o Município em relação à remuneração.
No comunicado, o Sindseps afirma que os servidores municipais sindicalizados teriam aprovado em assembleia, realizada na quinta-feira passada, uma contraproposta da Prefeitura que definiu um incremento da remuneração à hora proporcional de cerca de 20% com relação ao ano de 2010.
No entanto, segundo a Associação dos Servidores de Transporte e Trânsito do Município de Salvador (Astram), que juntamente com outras associações está à frente da paralisação, os servidores decidiram, em assembleia realizada na manhã de ontem, pela paralisação para reivindicar um posicionamento do Município diante de questões como segurança, quantitativo de funcionários e remuneração de horas trabalhadas.
De acordo com as informações, paralisaram suas atividades os servidores da Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador), da Secretaria de Serviços Públicos (Sesp), da Superintendência de Conservação e Obras Públicas (Sucop), do Salvamar e parte da Guarda Municipal.
“Até agora, apesar das solicitações, não tivemos qualquer informação sobre as condições de trabalho durante a festa. Só o que ouvimos foram especulações sobre redução no número de servidores e do percentual de remuneração por horas trabalhadas”, explicou Mércia Teixeira Arruti, presidente da Astram.
Entre as reivindicações estão a manutenção do mesmo percentual de remuneração praticado no Carnaval do ano passado e a não redução do número de servidores convocados para trabalhar. Após a assembleia de ontem, realizada no pátio da Secretaria Municipal de Planejamento, Tecnologia e Gestão de Salvador (Seplag), a categoria foi recebida pela direção do órgão, mas não chegaram a nenhum acordo.
A presidente garantiu ainda que na manhã da próxima quinta-feira, dia 24, os servidores serão recebidos pelo vice-prefeito de Salvador, Edvaldo Brito, para discutir a questão. Em seguida, uma nova assembleia deve definir se eles voltam ou não ao trabalho. Apenas na Transalvador cerca de dois mil servidores estão parados.
Diante do impasse, o Sindseps alega que membros da chapa de oposição do sindicato, derrotados nas últimas eleições de 2010, estariam “fazendo jogo político para desqualificar a representação política e jurídica do sindicato, que existe há mais de 20 anos”. Os sindicalistas afirmaram ainda que os oposicionistas teriam plantando falsas notícias na imprensa. Procurado para confirmar se houve ou não um comunicado oficial da paralisação, o gabinete da Prefeitura não deu retorno até o fechamento da matéria.
GREVE – Na saúde, o Sindicato dos Médicos (Sindmed) confirmou a greve dos profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) a partir de hoje. Apesar de ter entrado em acordo na última segunda-feira, em reunião no Ministério Público, em pontos que eram reivindicados, não houve acordo na questão do reajuste salarial. Com a greve, os atendimentos ficam suspensos a partir de hoje.
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