segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

CRIME POR TRÁS DO TRANSPORTE CLANDESTINO...

FONTE: Tatiana Ribeiro, TRIBUNA DA BAHIA.
Aeroporto Internacional de Salvador. Saguão cheio de pessoas que desembarcam na cidade e dezenas de motoristas clandestinos oferecendo corridas rápidas a preços promocionais. Do lado de fora, taxistas insatisfeitos pedem uma solução para o problema da concorrência desleal e da falta de segurança às vésperas do Carnaval.
A nova modalidade de assaltos a turistas que fazem uso do transporte irregular começou a ser investigada pela Polícia Civil semana passada, terminou em tiroteio e num policial da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos ferido após ser atropelado por um suposto motorista clandestino.
De acordo com motoristas das cooperativas Coomtas e Coometas, os clandestinos têm acesso ao saguão do aeroporto, contato direto com os passageiros, e são filmados pelas câmeras de segurança. A Infraero tem conhecimento do assunto, mas ainda não foram tomadas as providências cabíveis para coibir a ação dos assaltantes. “Vai precisar alguém morrer aí dentro para que alguma medida seja tomada. A cada quinze dias os diretores das cooperativas têm reuniões com as autoridades da Infraero.
Eles alegam que o problema deve ser levado para a Polícia Civil, mas não é do interesse deles. Eu estou aqui desde 9h de hoje (ontem) e, até agora, às 15h30, não fiz uma corrida, enquanto os clandestinos já estão na terceira ou na quarta. É uma concorrência desleal porque não podemos ter acesso ao passageiro lá dentro. Se entrarmos, temos nossos veículos multados. E se a gente for brigar, eles ameaçam de morte ou então quebrar o carro da gente”, declarou o taxista Marcelo Freitas.
Outro motorista, que preferiu não se identificar, revelou que casos de assaltos e até morte já foram registrados por conta dos transportes clandestinos. “Há alguns anos, um turista paulista pegou um táxi não cadastrado, foi assaltado e assassinado. Recentemente, um outro turista achou que fosse pagar R$ 50 numa corrida e quando chegou ao destino desejado o motorista afirmou que era 50 euros, e, caso, o passageiro não pagasse o valor, seria morto.
Eles estão aí dispostos a qualquer coisa. Tem de tudo aí dentro: bandidos, assaltantes e até ex-policiais. Todo mundo sabe disso aqui, dessa irregularidade, mas nada é feito”, denunciou.
Ainda segundo taxistas, os passageiros desembarcam no aeroporto e são abordados pelos motoristas irregulares, que oferecem corridas a preços tentadores. “Se você vai para o Campo Grande, por exemplo, um táxi credenciado cobra o valor de R$ 90. Já o clandestino cobra R$70 ou até R$60.
O turista opta por aquilo que te oferece mais vantagem. Quando ele vai ver, não é um táxi, e sim, um veículo particular. Quando o passageiro questiona, eles dizem que a demanda é muita e que ainda não deu tempo para fazer a plotagem. Aí o assalto ocorre no meio do caminho. Eles exigem dinheiro, quando não deixam o turista sozinho no meio da rua”, declarou Luís Santos.
IRREGULARES CHEGAM A 40.
Medo, susto e correria tomaram conta do aeroporto na última quarta-feira. Um falso taxista atropelou um policial civil que estaria no local para apurar denúncias de transporte irregular e golpes em turistas.
O policial teria abordado o motorista, que reagiu e acelerou o veículo. No revide, os outros policiais atiraram contra ele, que conseguiu fugir.
Segundo investigações, foram constatados mais de 40 veículos, entre carros de passeio e vans que fazem transporte irregular. Em entrevista recente à imprensa, o superintendente da Infraero, José Cassiano, informou que já foram mapeados os veículos que fazem transporte clandestino, mas agora só depende dos órgãos de segurança combater essa situação.
A Infraero realizou também outras medidas para dificultar a açãodos clandestinos, principalmente durante o Carnaval.

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