domingo, 20 de fevereiro de 2011

EXISTE VIDA APÓS A APOSENTADORIA...


FONTE: Ayeska Azevedo (
ayeska.azevedo@redebahia.com.br) CORREIO DA BAHIA.

Quem já parou de trabalhar conta como superar essa fase da vida.
Para muita gente, a expectativa de se aposentar gera uma grande euforia, enquanto outras sofrem só pela perspectiva de parar de fazer o que gostam. Que diga o ídolo do futebol Ronaldo, mundialmente famoso por seus dribles que, precocemente, anunciou esta semana sua aposentadoria aos 34 anos.
Seja qual for o caso, pendurar as chuteiras não é fácil pra ninguém, mas é possível, sim, ter qualidade de vida após a aposentadoria.
“Quem trabalha no que gosta sente mais a aposentadoria, principalmente quando chega a incerteza do que vai fazer amanhã”, comenta a consultora em Recursos Humanos Jozete Bezerra. Ela observa que, no começo, tudo são flores. “A pessoa fica deslumbrada porque acha que tem tempo para fazer tudo o que quer, mas chega uma hora que isso cansa”, observa.
Foi justamente para sair dessa fase difícil que alguns aposentados procuraram motivação. Dona Marina Augusta de Jesus, 65 anos, encontrou na arte o mecanismo para superar a falta que sente do trabalho como auxiliar de enfermagem, que ela adorava exercer.
Há vários anos, ela frequenta um grupo voltado para a terceira idade. “Pra mim nunca falta o que fazer. Fico aqui das 8 da manhã às 5 da tarde fazendo artesanato, dança, teatro, coral, ginástica e ainda encontro minhas amigas”, conta.
Sem parar Maurício Costa, 53 anos, aposentou-se aos 41 devido ao regime especial da Marinha Mercante, onde foi oficial. “No início, a ideia era parar, ficar um tempo sem fazer nada e depois encontrar alguma coisa pra fazer. Mas depois de dois anos estava estressadíssimo por ficar em casa, e estava estressando a família toda. Nem o gato da minha casa estava me aguentando”, brinca.
Aí veio a possibilidade de reingressar no mercado de trabalho, fazendo o que ele sempre gostou: viajar e ter contato com o mar. Mas preencher o tempo não é a única necessidade dos aposentados.
Muitos ainda têm que driblar as contas todo mês e, para isso, precisam manter alguma atividade remunerada. “Trabalhei 35 anos como costureira e depois que me aposentei continuo fazendo minhas costuras e meus bordados”, conta dona Marizete Lima, 80 anos, e uma disposição de fazer inveja.
Mesmo com uma pensão já garantida, ela costura e borda todos os dias, expõe seus trabalhos em uma feira de artesanato e ainda encontra tempo para caminhar meia hora diariamente e já está com planos de se matricular na ginástica. “Minha alimentação é natural e faço tudo o que eu posso para ter vida”, conta o segredo.
Em qualquer circunstância, Jozete Bezerra observa que é vantajoso que o aposentado continue trabalhando. “Dá uma sensação de que a pessoa está viva, pode continuar produzindo e sendo útil para a sociedade. Mesmo sem remuneração, tem gente que trabalha para se manter ativa”, diz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário