sexta-feira, 25 de março de 2011

NÃO TEM CURA. E AGORA?

FONTE: Cristiane Felix, TRIBUNA DA BAHIA.

Nem laser, nem cirurgia. Para o desespero da maioria das mulheres, não existe qualquer método desenvolvido pela medicina que dê jeito nas indesejáveis linhas que marcam diversas regiões do corpo como nádegas, coxas, seios e barriga. Apesar dos tratamentos modernos oferecidos por centenas de clínicas de estética que, além de caros, prometem ser milagrosos, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) faz um alerta: estrias não têm cura.
Os tratamentos disponíveis, que variam, em média, de R$ 100 a R$ 4 mil por sessão, podem minimizar as lesões e melhorar o seu aspecto em até 60%.
As estrias são cicatrizes que aparecem sempre que há um estiramento excessivo da pele. Quando esse processo é novo, a linha que se forma a partir desse esgarçamento se torna avermelhada.
Com o tempo, a estria passa a ficar esbranquiçada e a pele passa a ter um aspecto diferente. O problema pode aparecer a qualquer momento e em pessoas de todas as idades e tonalidades de pele. No entanto, algumas doenças podem estimular influenciar o aparecimento das estrias, são exemplos a obesidade – com o ganho de peso, a pele estica excessivamente e rasgando as células epiteliais e formando estrias – e alguns distúrbios endócrinos, como a síndrome de Cushing.
“A estria é uma cicatriz invertida, são traumas que acontecem de dentro para fora da pele e que, apesar de bastante comuns, até hoje não se conhece uma causa principal. Por isso, dizemos que ocorrem por causa multifatorial” explica Luciana Conrado, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
A médica ressalta ainda que o componente racial também influi no aparecimento de estrias, sendo mais comuns em pessoas de cor branca e menos em afrodescentes, e que todos os tratamentos disponíveis articulam a produção de colágeno para melhora da cicatriz.
Em Salvador, onde o sol brilha o ano inteiro e as praias ficam lotadas independentemente da estação, calor e pouca roupa imperam. A única alternativa para aqueles que sofrem com estrias e desejam melhorar a aparência da pele são os tratamentos estéticos, que atualmente são acessíveis a públicos diferenciados.
Cada vez mais modernos, esses procedimentos, muitas vezes, são anunciados como definitivos no combate às estrias, mas os mais eficazes podem resolver melhorar em até 60% o aspecto da pele, minimizando as lesões e tornando-as menos visíveis.
Na opinião da dermatologista, o laser 1.5 é a técnica que surte mais efeito. Mas ela alerta que o mais indicado mesmo é procurar um médico especialista que vai indicar, em acordo com o paciente, qual o tipo de tratamento mais adequado para cada tipo de lesão e de pele.
A combinação de métodos diferentes também pode ser bastante eficaz. Entre os procedimentos disponíveis e mais procurados no mercado estão:
- Tratamento com ácidos: alguns tipos de ácidos, especialmente o ácido retinoico, estimulam a formação de tecido colágeno, melhorando o aspecto das estrias. Pode haver descamação e vermelhidão e a concentração ideal deve ser definida pelo dermatologista.
- Peelings: os peelings têm a mesma ação dos ácidos, no entanto, de uma forma mais acelerada e intensa, geralmente levando a um melhor resultado..
- Lasers: de vários tipos, a sua aplicação provoca o fechamento dos pequenos vasos nas estrias avermelhadas e promove a formação de novo colágeno, com diminuição do tamanho das estrias recentes ou antigas.
- Carboxiterapia: injeção de gás carbônico no tecido subcutâneo para dilatar os vasos sanguíneos e estimular a formação de colágeno, preenchendo as estrias de dentro para fora. O resultado aparece a partir do segundo mês e a melhora pode chegar a 50%.
LASER FRACIONADO.
Feixes de luz são direcionados para a estria e penetram a pouco mais de 1 milímetro de profundidade na pele. A energia estimula a produção de colágeno. Preço médio por sessão: podem variar de R$ 100 a R$ 1.000. Geralmente são necessárias de quatro a cinco sessões.
INFRAVERMELHO + ÁCIDO RETINOICO.
Raios infravermelhos aquecem as camadas mais profundas da pele, provocando a sua retração e produzindo mais fibroblastos, que são as células formadoras do colágeno e da elastina. Número de sessões: no mínimo três, uma por mês.
CARBOXITERAPIA + PEELING QUÍMICO.
Indicado para todos os tipos de estrias. O que é: gás carbônico injetado no tecido subcutâneo e ativa a circulação sanguínea. Associado ao peeling químico, ameniza o relevo da estria. Resultados são visíveis após a quarta sessão.
Preço médio por sessão: R$ 140 (carboxiterapia) + R$ 120 (peeling). São recomendadas 10 sessões de cada.
BODYPEEL.
Indicado para todos os tipos de estrias. O que é: peeling que estimula a renovação celular. Cuidados: a área fica ressecada até descamar. Preço por sessão: R$ 500 a 1.500. Uma única sessão basta para os casos mais superficiais. Ou cerca de três para as listras mais antigas, grossas e profundas.
TRANSCISÃO + PEELING QUÍMICO.
Indicado para estrias brancas. O que é: cirurgia feita para romper as fibras mortas que estão causando a estria e estimular a formação de tecido novo. Acaba com o problema em até 80%, dependendo da largura da estria. Preço por sessão: R$ 1 mil a R$ 3 mil. A depender da largura e profundidade são indicadas de 3 a 4 sessões.
CARBOXITERAPIA.
Injeção de gás carbônico no tecido subcutâneo para dilatar os vasos sanguíneos e estimular a formação de colágeno, preenchendo as estrias de dentro para fora. Preço médio por sessão: R$ 200, podendo ser necessárias, em média, doze, uma por semana.
PEELING DE CRISTAL + ÁCIDO RETINOICO.
Podem ser feitos na mesma sessão. No final do tratamento, há uma melhora de até 40% na textura das estrias, que também ficam mais claras. São necessárias de 15 a 20 sessões, com intervalo de dez dias.
CUIDADOS PODEM EVITAR.
Apesar do fator genético ser fundamental para o surgimento das estrias, já que a elasticidade depende diretamente de características hereditárias, e justamente por elas não apresentarem cura total, alguns cuidados simples podem evitar essas temidas marcas. A hidratação da pele é de extrema importância.
É recomendado o uso contínuo de creme e loções hidratantes e a ingestão de, pelo menos, dois litros de água por dia, além disso, é importante manter o equilíbrio do peso, evitando o chamado ‘efeito sanfona’, ao engordar e emagrecer rápido demais.
O uso excessivo de corticoides, seja por injeções, remédios, ou pomadas – que aumenta a retenção de líquidos – também diminuem a elasticidade da pele. Musculação em excesso, causando o rompimento das fibras, também causam estrias.
Na capital baiana, diversas clínicas oferecem uma gama enorme de procedimentos que prometem ser a solução definitiva para as estrias. Os especialistas alertam que é preciso estar atento pois nem todas as clínicas possuem médicos dermatologistas para diagnosticar o paciente e indicar o melhor método a ser aplicado na minimização da lesão.
Nem sempre o procedimento mais caro, é aquele mais indicado para o tipo de estria de cada pessoa. Os métodos e combinações de procedimentos explicados acima, a depender do tipo de pele, podem ajudar no tratamento.

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