quarta-feira, 30 de março de 2011

A SUCESSÃO EM FEIRA...

FONTE: Ivan de Carvalho, TRIBUNA DA BAHIA.

Ao abordar, ontem, os esforços das oposições baianas para “juntar os cacos” e preparar-se, na medida do possível, para as eleições municipais do ano que vem, uma falha de memória levou-me a citar o deputado estadual Zé Neto como candidato a prefeito de Feira de Santana nas eleições de 2008.


Na dúvida, um repórter não tem o direito a falhas de memória, ele é obrigado a conferir. O problema é que, no momento que fiz a citação, não me veio a menor sombra de dúvida. Talvez haja sido um primeiro ataque do Mal de Alzheimer. Mas o fato foi que, não tendo havido dúvida, não se fez sentir a necessidade de conferir.


Resultado: fui acordado ontem por um telefonema do deputado petista Sérgio Carneiro (ele madruga). Para me informar que minha memória me havia traído. Na verdade, acho mais provável que tenha sido eu que a traí. Mas sem dolo. E com proveito, parece-me, pois isso criou a oportunidade de fazer observações mais completas sobre o que vai de importante na política do segundo maior colégio da Bahia em relação às eleições municipais de 2012.


Sérgio Carneiro lembrou que o candidato do PT a prefeito de Feira em 2008 foi ele. Mas para isto precisou disputar dentro do partido eleições prévias em que enfrentou (e venceu bem, segundo os números que apurei graças ao Google) o deputado Zé Neto, atualmente líder do governo na Assembleia Legislativa.


Já nas eleições, Sérgio Carneiro ficou em terceiro lugar, precedido por Tarcízio Pimenta, democrata que venceu no primeiro turno – com o inestimável apoio do popularíssimo prefeito da época, José Ronaldo, também do DEM – e Colbert Martins, do PMDB. Bem atrás desses três, o candidato do PSDB, Professor Almeri.


Mas isso é passado. Bola pra frente, pois outras eleições municipais ocorrerão no ano que vem. José Ronaldo, que já obteve das urnas dois mandatos de quatro anos, pretende voltar à prefeitura pela legenda do Democratas. O prefeito Tarcízio Pimenta é candidato à reeleição, supondo-se que o fará pela nova legenda a ser criada, o PSD, liderada na Bahia pelo vice-governador Otto Alencar.


Terá que fazer coligações para não ficar praticamente sem tempo no rádio e televisão. Pimenta rompeu com José Ronaldo e o sentimento do eleitorado é mais solidário a este último, ao qual não é atribuída responsabilidade por falhas ou insuficiências do atual prefeito. Ronaldo vem se saindo bem no papel de vítima, de traído.


Já no PT, as coisas não estão como fiz parecer no artigo de ontem, ao dar a entender que é mansa e pacífica a candidatura de Zé Neto a prefeito pelo PT. Não é. Sérgio Carneiro – atualmente no exercício do mandato de deputado federal como suplente petista que assumiu com a licença de Zezéu Ribeiro para ser secretário estadual do Planejamento – também é aspirante à candidatura a prefeito pelo PT.


“Em 2008, os recursos financeiros para a campanha foram muito escassos e a candidatura de Colbert me atrapalhou muito. Vamos ver o que o meu partido decide para as eleições de 2012. Vamos ver se o PT acolhe a recomendação de Lula para que o partido repita as candidaturas, como, aliás, ele repetiu a dele quatro vezes, sem contar a da reeleição, contra Alckmin.


Em Itabuna, aliás, o deputado Geraldo Simões não será candidato a prefeito, o PT lá vai repetir a candidatura de sua mulher, Jussara Feitosa”, que foi candidata em 2008. O PT é um partido colegiado, se prevalecer essa orientação de Lula da repetição de candidaturas, eu ficarei muito honrado”.

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