FONTE: DA BBC BRASIL (www1.folha.uol.com.br).
Um congresso de ginecologia que será realizado em Jerusalém vem provocando uma onda de protestos por proibir a participação de médicas e por obrigar as mulheres do público a ficarem separadas dos homens.
A notícia vem à tona em meio a uma polêmica crescente no país sobre a segregação das mulheres imposta por judeus ultraortodoxos.
ONGs de direitos humanos e cidadãos seculares estão pressionando os médicos que deveriam fazer palestras no congresso para cancelarem sua participação.
A organização do encontro, que discutirá questões de fertilidade e começará no dia 16, incluiu na lista de palestrantes apenas médicos homens e rabinos.
O congresso é organizado pela instituição Puah - nome em hebraico formado com as iniciais das palavras 'fertilidade' e 'Halachá' -, que presta aconselhamento a casais judeus religiosos que sofrem de problemas de fertilidade.
A organização engloba rabinos e médicos para garantir que nenhum procedimento viole a Halachá, o conjunto de leis da religião judaica.
BOICOTE.
Uma das ONGs que mais criticou o congresso é a secular Israel Livre, que divulgou nomes e e-mails dos médicos escalados para palestrar, pedindo que as mulheres "boicotem ginecologistas que boicotam as mulheres".
Uma das ONGs que mais criticou o congresso é a secular Israel Livre, que divulgou nomes e e-mails dos médicos escalados para palestrar, pedindo que as mulheres "boicotem ginecologistas que boicotam as mulheres".
Yuval Yaron, diretor do departamento de Diagnóstico Genético Pré-Natal do Hospital Ichilov, em Tel Aviv, já cancelou sua participação. "Impedir mulheres de fazer palestras no congresso contradiz totalmente os valores segundo os quais fui educado", afirmou o médico.
"Além de ser um exemplo claro de segregação, não convidar mulheres para falar em um congresso sobre medicina da mulher também é um absurdo do ponto de vista profissional."
O rabino Menachem Burstein, diretor do Puah, minimizou a polêmica e disse que graças ao instituto a legislação rabínica aceita inovações da medicina e assim possibilita o avanço da saúde das mulheres ultraortodoxas.
"Infelizmente há elementos que se aproveitam de maneira cínica e agressiva do clima público atual", afirmou Burstein em referência à polêmica na sociedade israelense sobre a segregação das mulheres.
Isso porque, nas últimas semanas, se intensificou em Israel o debate público sobre a segregação das mulheres em ônibus, calçadas e instituições públicas, praticada em várias cidades, especialmente onde há grandes concentrações de habitantes ultraortodoxos, como Jerusalém, Beit Shemesh e Elad.
O debate tem sido acompanhado por manifestações de seculares e de extremistas e já houve casos de confrontos físicos entre os dois lados.
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