FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
Cerca de 25% das mulheres em idade fértil têm cistos no ovário. Isso, porém não significa que uma mulher receba o diagnóstico da síndrome do ovário policístico, pois para isso é necessário que a paciente apresente alguns sintomas.
“Os sinais mais importantes são alterações menstruais, ausência de menstruação, pelos no rosto, na barriga e nos seios, surgimento de acnes, ganho de peso e infertilidade”, informa o ginecologista Joji Ueno (CRM-48.486), doutor em medicina pela Faculdade Medicina da USP e responsável pelo setor de Histeroscopia Ambulatorial do Hospital Sírio Libanês e Diretor na Clínica Gera.
O médico ressalta que a síndrome do ovário policístico é considerada a segunda principal causa de infertilidade, perdendo apenas para a endometriose. “Dentre as mulheres que têm cisto, entre 5% e 10% têm a síndrome”, alerta o especialista.
Vale lembrar que são nos ovários que o corpo da mulher armazena os óvulos – as células reprodutoras – e produz os hormônios femininos.
“Os cistos são pequenas bolsinhas com água que surgem nos ovários e podem atrapalhar seu funcionamento, interferindo na fertilidade e na produção de hormônios”, detalha Ueno.
Além dos sintomas já citados, a síndrome provoca resistência à insulina – o hormônio que faz com que os açúcares entrem nas células – e contribui para o ganho de peso.
“Tais fatores podem levar a paciente a desenvolver Diabetes, por isso o tratamento é imprescindível”, reforça o médico.
As principais causas.
A obesidade pode ser uma das causas da síndrome do ovário policístico, pois inibe a ação da insulina na célula, aumenta o nível de glicose no sangue e faz com que o pâncreas produza mais insulina.
Outra causa é uma produção maior de hormônios masculinos por conta dos cistos no ovário ou por alterações da hipófise e hipotálamos, responsáveis pelas produções dos hormônios do organismo.
“Isso provoca aumento do tamanho dos ovários e ciclos menstruais espaçados”, informa o médico.
Ele explica que todos os sintomas podem ser aliviados com tratamento hormonal. “A pílula anticoncepcional, que altera a produção dos hormônios, reduz o aparecimento de pelos e espinhas e também regula o ciclo menstrual”, diz.
No entanto, não é indicado para a mulher que pretende engravidar. “Neste caso, é importante fazer uso de medicamentos que estimulem a ovulação.
E se não der certo, a fertilização in vitro é outra solução”, confirma Ueno.
Entretanto, o tratamento deve ser feito e a síndrome deve ser sempre acompanhada.
Dicas importantes para conviver com a doença.
-- Ao perceber os sintomas, procure um endocrinologista ou um ginecologista.
-- Se estiver acima do peso, alimente-se de forma saudável e faça exercícios físicos. Emagrecer pode aliviar os sintomas.
-- Ter a síndrome do ovário policístico não significa que a mulher nunca poderá engravidar. Muitas engravidam sem tratamento e outras somente com a indução da ovulação.
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